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quinta-feira, 6 de junho de 2013

AFINAL, O QUE FALTA?

Não é novidade para ninguém que a postura do Grêmio em alguns jogos tem deixado até o torcedor mais crente de cabelos em pé. Não é novidade, também, minha opinião acerca da manutenção do técnico, pelo menos até a parada da Copa das Confederações. Qual a justificativa para isso? Teimosia? Burrice? 20 % de comissão?
Talvez até sejam todos este fatores reunidos (menos a comissão), mas vou tentar colocar a minha opinião sobre o time e com isso sustentar a minha opção pelo técnico.
Ao contrário do que tem virado quase um mantra entre a torcida o time não é um amontoado em campo, longe disso, o time é bem postado e os jogadores são cientes de suas funções.
O balanço entre os laterais é bem feito. Na Libertadores, competição não afeita aos dotes técnicos do nosso comandante, via-se uma clara orientação para que os laterais não subissem, razão pela qual muita gente até hoje crucifica o André Santos, jogador com claro impulso ofensivo. De qualquer forma, finda a competição, já se começa a perceber uma evolução neste setor, com uma presença ofensiva mais intensa do lado esquerdo do Grêmio e uma sustentação defensiva com Pará.
No ataque, ano passado, durante o segundo turno do brasileiro, Luxemburgo insistia num esquema que sacrificava o nosso homem gol. Quando muitos pediam a cabeça do boliviano, até propondo a sua retirada em prol de André Lima, eu avisava, com o esquema utilizado pelo técnico não havia centroavante que faria gols, a culpa não era da peça, a culpa era do técnico em orientar o jogador para que saísse em demasia da área, quando sabia que o mesmo não podia cumprir essa função.
O que mudou? Mudou que agora temos Barcos e sim, ele pode fazer essa função, tem competência para isso e mais, pode dar muito certo, como já deu contra o Fluminense, como deu com o Evair, como deu com David Trezeguet e Zlatan Ibrahimovic e como tem dado com o Guerrero, mas tudo isso depende de outro fator, a penetração dos meias e, PRINCIPALMENTE, um elemento surpresa, o volante.
Aqui identifico um dos primeiros grandes problemas do time. Falta a passagem do meia, algo que o Zé Roberto fez durante alguns jogos. Mas daí me pergunto, os meias não invadem a área por falta de orientação ou por falta de característica? Neste ponto a culpa deve ser dividida entre direção e treinador.
O Grêmio tem de fazer uma escolha, jogando da forma que atua hoje, sem uma meia esquerda criador, ressente-se de um jogador que possa entrar na área, triangular com Barcos e oferecer essa bola ou finalizar em gol. Este jogador é o titular no lugar do Elano, este jogador pode ser o Biteco, o uruguaio, ou uma contratação. Com esta formatação o Grêmio continuaria atuando com Fernando, Souza e Zé, modificado apenas quando ao quarto integrante do grupo, necessariamente alguém capaz de furar times que jogam atrás.
Caso não seja essa a opção e direção prefira trazer um armador, o elemento surpresa necessariamente deveria ser Souza, um volante que já demonstrou ter capacidade de entrar na área, mas parece temeroso ou orientado a assumir uma função mais defensiva.
De qualquer forma, hoje o meio do Grêmio não funciona por falta de opção (que talvez o treinador deva procurar no próprio grupo) e um esquema com três atacante não vai funcionar, primeiro por falta de um meia armador e em segundo pela pouca qualidade de passe do Vargas.
Qual a culpa do técnico nisso tudo? Ter demorado a entender que o Elano não supriria a função necessária e crer que escalado poderia travestir-se de armador em revesamento ao Zé Roberto. Talvez agora reconheça seu erro e passe a optar por um sistema com um meia que abra espaços, a nossa primeira opção, e escale o Biteco.
Isso faz parte da maturação natural do time. Claro que alguns vão querer me enforcar, mas eu disse que o Grêmio não ganharia a Libertadores e estão certos aqueles que diziam que a competição não era do técnico, não é, Luxemburgo é, por natureza, um sujeito avesso ao risco, maximize isso na competição e terá o retrato do time.
Mas com o Campeonato Brasileiro é diferente, eu acredito que temos chance de levantar um caneco. Na minha concepção o que falta para o clube é isso, ganhar uma competição. Mais do que revolução ou refundação o Grêmio precisa ganhar, os torcedores se ressentem e a paz só voltará a reinar assim. E é por isso que defendo a manutenção do treinador, pelo menos até a parada da Copa. Não vislumbro técnico outro que, chegando hoje, nos ofereça maior possibilidade de título. Como eu disse, se contratarem o Mano hoje, por mim, podem mandar embora o Luxemburgo ontem, mas como já antecipou o Jonas K. o salário do técnico beira a casa do milhão, o que inviabiliza completamente a sua contratação.
Enfim, de toda essa ladainha, o maior problema que identifico no técnico é bem específico. O medo de perder que impede o ímpeto de ganhar. O Grêmio dominou as ações contra o Santos, jogando fora e em plena Vila. O jogo estava à feição e o time recuou, como se o treinador espera-se que, se não a vitória, um empate estaria garantido. Por mais que a fórmula sirva para título, para o torcedor não basta, para o torcedor do Grêmio então...
Aí está o pecado, não se dar conta de onde está atuando e da situação em que nos encontramos. O tempo é pouco e a necessidade urgente.

Obs. Tenho visto muito gente dizer que com o Roth o time estaria diferente, azeitado, jogando um bolão. Talvez poucos se lembrem, mas no seu último trabalho o treineiro tinha um esquema peculiar implantado no Cruzeiro, algo cunhado anteriormente pelo Leão no Corinthians, um tradicional 6x6...

3 comentários:

  1. PJ!
    O time realmente tem uma estrutura, isso é fácil de se ver, pois toma poucos gols, agora e no ano passado. O erro do Luxemburgo é se retrancar, após a vantagem; talvez seja pela falta de confiança dele no time e do próprio time em si. Uma boa sequência de bons resultados poderá dar a confiança aos jogadores e os jovens vão entrar com mais naturalidade nas partidas.
    Sobre Roth; sem comentários. Olha o seu último trabalho no Cruzeiro.

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    1. Acho que é por aí bruxo, um time tão ruim não conseguiria tamanha superioridade frente a outras equipes. O problema do Luxemburgo talvez seja a crença de que 1/2 a 0 todo jogo ganha campeonato, deu certo com o Santos, mas não deu com o CAM e não vai dar por aqui.

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