A
Imprensa, de novo
Ontem fiquei atento a entrevista do Renato após o
Grenal e num dado momento, o treinador gremista fez referência ao time do
coração de um repórter. Pronto! Foi o estopim para a jornada da emissora que
ouvia, esquecer a emoção do clássico, as jogadas de D'Alessandro e Vargas, os
quatro gols, para privilegiar o execrável processo de corporativismo, virando a
metralhadora contra o peito do maior ídolo gremista ou evidenciando a exaustão
o caso Koff/OAS como forma de revanche ao que julgaram como afronta.
A
“menção honrosa” foi para o comentarista da jornada. O homem babava de raiva e
comandava o tema Koff/OAS.
Há tempos que eu questiono essa cômoda situação dos profissionais da
imprensa de omitirem a sua predileção clubística, sob a alegação de ser
indispensável para a busca da isenção, deixá-la no anonimato. Balela! Na
prática não funciona, porque muitos destilam o seu veneno certos de que estarão
protegidos pela “ética” que é imposta a representantes gremistas e colorados,
de não revelarem as cores da paixão desta classe, sob pena de serem rotulados de
“dedo-duros” como fizeram parecer no caso de ontem. Sob o velho guarda-chuva de
“não haver pergunta difícil, basta saber a resposta certa”, os profissionais da
imprensa parecem ganhar um salvo conduto para pressionar e constranger um
técnico, presidente ou jogador, sem dar chance idêntica de atitude por parte
destes. Quando o revés vem na mesma dose, estes profissionais tratam de
torná-la grandiloqüente diante dos microfones ou câmeras e viram vítimas em
poucos segundos.
Se
a Imprensa exige ética e transparência de nossos políticos e homens de outras
áreas e esferas da sociedade, por que tem essa relação desleal com o ouvinte/ leitor/ espectador de dizer que não torcem para a, b ou c? Por que não utilizam
da transparência? Pior! Dizem que torcem para o Flamengo numa mentira deslavada; aí eu pergunto: A
Dupla é tão pequena que não merece a sua predileção?
Que existem jornalistas e repórteres que não torcem para o Grêmio ou
Inter, isso é óbvio; geralmente nasceram fora do RS, oriundos de estados
vizinhos, que chegaram nestes pagos já crescidos, provavelmente torcedores do
Vasco, Flamengo ou Santos que eram o maior interesse dos catarinenses e
paranaenses, antes da grande emigração gaúcha que ocorreu em maior número nas
décadas de 60 e 70. Natural; mas não trato destes agora. Refiro-me àqueles que
os próprios colegas já providenciaram em dar publicidade às suas preferências
clubísticas e quando isso ocorreu, (os colegas) não mereceram a mesma ira
destinada ao técnico gremista; ou ainda, dos que não conseguem esconder, quando
abrem a boca e/ou teclam, imaginando camuflar suas paixões pseudo anônimas,
desprezando a capacidade intuitiva de quem é receptor das suas mensagens.
Seria muito mais leal e honesto com o ouvinte/leitor/espectador,
procurar manter uma relação transparente e deixar de escamotear essa situação
que perdura pela falta de coragem e
especialmente, por falta de coerência.
Entre a teoria e a prática há uma distância (ética) imensa.
Uma relação baseada na mentira não merece respeito. O Renato esteve coberto de razão no episódio de ontem.
Entre a teoria e a prática há uma distância (ética) imensa.
Uma relação baseada na mentira não merece respeito. O Renato esteve coberto de razão no episódio de ontem.
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