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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (54) - Ano 1984


Froner, Renato e aquele 5 a 1 inesquecível



                         Recentemente referi que o Grêmio de Renato, destes 1 a 0 suados, de raros ataques que estamos nos acostumando a ver, me lembrou do Tricolor dos anos 60 e 70 do Capitão Carlos Froner, o guru de Luiz Felipe, um grande estrategista que tirava leite de pedra; pois uma das melhores lembranças desta união Renato e Froner foi bem diferente da média, diria incomum.
                            Em 1984, o Imortal era Campeão da América e do Mundo e o Flamengo, campeão brasileiro de 1983, pois eles eram os flamantes representantes do Brasil na segunda fase da Libertadores de 1984. O Santos ficara pelo meio do caminho.
                               Numa noite gélida de junho, eles se enfrentaram no Olímpico; Froner x Zagallo. Naquela época, eu não suportava o rubro-negro carioca, com esse técnico então nem se fala. Guardava na memória um 5 a 2, também no estádio tricolor em 1978 com  mestre Telê Santana, quando o zagueiro bageense, Vicente fizera um gol de Pelé. Lavei a alma naquele dia. Esperar outra goleada nesses moldes era um delírio de torcedor fanático. Não é que o Imortal de Froner me deu o inesperado presente?
                               Compareceram quase 20.000 pagantes, no apito, José Roberto Wright. O Grêmio foi a campo com João Marcos; Raul, Baidek, De Léon e Paulo Cézar; China, Osvaldo e Luis Carlos Martins; Renato, Caio e Tarciso (na foto estão 10 dos 13 que jogaram). Ainda participaram Gilson Gênio e Guilherme nos lugares de Renato e Caio Gaguinho. O Flamengo de Ubaldo Fillol; Bigu, Guto, Mozer e Adalberto; Andrade, Adílio e Tita; Bebeto, Edmar e João Paulo. Ingressaram depois Marcus Vinícius no lugar de Edmar, Élder acabou entrando justamente no lugar de Marcus Vinícius.
                                   O massacre começou logo aos 5 minutos, quando a defesa se atrapalhou em sequência e Osvaldo, sempre oportunista, finalizou forte, abrindo a goleada que se configurou. Tita que retornara para o clube carioca, finalmente vestia a 10 que era de Zico, empatou aos 11 minutos. Com grande jogada de Renato, Caio cumprimentou de testa para a rede e aos 23 minutos o placar se movimentava pela terceira vez. Aos 41 minutos, nova jogada do Portaluppi que serviu Paulo Cezar, este cruzou para Osvaldo marcar o seu segundo gol.
                                    No segundo tempo, a toada foi a mesma e Renato deixou o seu aos 10 minutos num oportuníssimo arremate de cabeça. O campeão mundial Ubaldo Fillol, goleiro da Argentina em 78 já estava aturdido com o volume avassalador do time locatário. No quinto gol, Tarciso o encobriu com extrema categoria. 
                                 Assim foi a estreia do Grêmio naquela Libertadores,. Infelizmente, perdeu o título para o Independiente da Argentina, maior vencedor desta competição dias mais tarde.
                                     O carinho que Renato possuía por Froner o levou a tratá-lo de Titio Froner, assim era a relação do ídolo de 22 anos incompletos e o veterano técnico que faria em Novembro, 65. Notem no final do vídeo abaixo, a promessa que Renato fez ao seu treinador antes do jogo. Renato participou dos quatro primeiros tentos.
                                     Desconfio que na formação de treinador, Renato recolheu ensinamentos do antigo rádio telegrafista da Brigada Militar, que conhecia como poucos a forma de montar grandes times com "matéria-prima" escassa.
                                      Froner era o "cara".


                                    
                                           
                               



12 comentários:

  1. E que categoria possuia o Tarcisio. Era como vinho, quanto mais velho, mais jogava. Pra mim, Tarcisio foi um dos injusticados. Deveria ser titular na selecao, deveria ter estatua no Olimpico. O Carioca do ameriquinha que se apaixonou pelo Gremio e aqui ficou. Pra mim e um dos maiores de todos os tempos.

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  2. Arih!
    Tenho quase a certeza, vou pesquisar; Tarciso foi o atleta que mais vestiu a camisa tricolor. Realmente, chegou e se apaixonou pelo Grêmio, assim como Ancheta, foram os dois que aguentaram no osso do peito os anos de vacas magras.

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  3. Gosto sempre de frisar Bruxo. Os anos setenta foram de vacas magras realmente, mas nao por deficiencia tecnica do Gremio, nao pela falta de determinacao de vencer. Durante os anos setenta tinhamos otimos times, o problema foi que o Inter tinha um excelente, e a nivel nacional tambem tinham outros otimos. Sempre era briga feia. Mas o Gremio chegava nas fases finais de quase todas as competicoes. Aqueles times, ao menos um deles, deveria ter sido brindado com um titulo nacional. Voce mesmo uma vez postou que num deles tinham nada menos que cinco jogadores com passagem pela selecao. Imagine isto hoje.
    Quanto ao Tarcisio, creio tambem que e o que mais vestiu o manto tricolor. E tambem um dos maiores goleadores.
    O Gremio sempre teve otimos pontas direita. Tarcisio, Renato, Zequinha, Flecha, Almir, Paulo Nunes (ja fora da epoca dos pontas, mas que atuava quase como um).
    Quanto a este time ai de cima e de 81/82/83, mais o dos anos 60, e meu modelo de Gremio. Jogava com autoridade. Jogava com tecnica, determinacao. Nao so era pratico como sabia fazer arte (nos dois sentidos) com a bola. Nao foi a toa que foi campeao mundial em cima de um Hamburgo que naquela epoca era considerado maior que o proprio Barcelona.

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    1. Arih!
      Tenho a mesma opinião. Muitos craques, muito time bom do Tricolor ficaram depreciados pela falta de títulos. Além dos que citaste com a camisa, havia Valdo, Babá e tinha outro que eu gostava porque fazia muitos gols; Carlinhos que veio do Guarani.

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  4. Bruxo, o Tarciso vestiu a camiseta tricolor do Grêmio em 815 partidas.

    Quando eu era garoto, gostava de jogar futebol de mesa, o jogo de botão, como chamávamos nós. Uma mesa grande, geralmente feita de eucatex, com goleirinhas fixas, proteção lateral como alambrado e pronto: essa era a fórmula para as tardes de sábado e de domingo.
    Pois nessa época, eu tinha um amigo que tinha um time de botão quase imbatível. E nele jogava um atacante de nome Tarciso. Saudade daquele América Carioca...
    Voltando à realidade do futebol, existia uma família Pontes famosa no RS. Daizon e João Pontes tinham fama de maus naquele Gaúcho de Passo Fundo dos anos 70. Além de Daizon e João, o Gaúcho tinha o Canhão da Serra, Bebeto. Mas voltando aos Pontes, jogava no Inter outro Pontes. Esse até que não batia muito, porque jogava muito. Bibiano Pontes era o seu nome. E fez história ao lado de um gringo chamado Figueroa, aquele que dizia que a grande área era a sua casa. E nela entrava quem ele queria. Pois o Bibiano, que era muito veloz, um dos mais velozes zagueiros dos anos 70, encontrou pela frente o Tarciso, numa partida contra o “Ameriquinha”. E numa bola lançada para Tarciso, Pontes saiu uns quatro metros na frente do atacante e chegou uns cinco metros atrás. Tarciso, 1x0 para o América.
    O Grêmio trouxe para Porto Alegre José Tarciso de Souza e não errou. Embora colorado, alguns jogadores do Grêmio merecem ser lembrados. Tarciso é um deles. Que eu lembro com carinho. Que baita jogador!!!

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    1. Alvirubro!
      Assisti o "vídeo tape" deste jogo na saudosa TV Piratini. Foi uma senhora arrancada. Pena que num incêndio se perdeu muito destes arquivos.

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  5. Bruxo, já que estamos relembrando alguns grandes times do Tricolor, aí vai um pouco do que lembro...

    O Grêmio teve grandes times na História. Teve aquele do ataque do Hepta/68 – Babá, Joãozinho, Alcindo e Volmir. Os mais antigos lembram. Como eu tinha pouca idade (7 anos), lembro-me que meu pai e minha mãe, ambos colorados que gostavam de futebol, escutavam no rádio as jornadas esportivas e eu, junto a eles, ouvindo aquela narração que mal conseguia entender. Mas já ouvia como música “...Babá, Joãozinho, Alcindo e Volmir...”, “...Babá, Joãozinho, Alcindo e Volmir...”. Aquele ataque todos sabiam em prosa e verso. Era mais ou menos como “...Tesourinha, Russinho, Villalba, Ruy Motor e Carlitos...”, do Rolo Compressor Colorado dos anos 40, ou “...Valdomiro, Flávio e Lula...” do Inter de 1975, ou “...Valdomiro, Darío e Lula...” do Inter de 1976. Esses nomes são versos na memória do torcedor. Só falta musicá-los.
    Em 1983, o time Campeão do Mundo e da Libertadores foi um grande time. Em 1987/88 teve o “Grêmio Show”. Teve “os Grêmios” do Scolari...todos eles inesquecíveis. Para os gremistas e para os Colorados! Pudera! Como esquecê-los se eles batiam na gente. Sempre! Taffarel que o diga.
    E teve o Grêmio de um senhor chamado Telê Santana. Aquele Grêmio, sim! Aquele Grêmio jogava tão bonito quanto o meu Inter de 1974/1975/1976. Como 1977 vinha logo após os anos de hegemonia colorada, até hoje eu acho que os gremistas copiaram o nosso estilo. Sim! Só pode ter sido isso! Copiaram! Sem medo! E copiaram certo. Era uma máquina aquele time. Nós, querendo o ENEACAMPEONATO (após o octa gaúcho). E eles trazem um tal de André Catimba. Profissão: centroavante. Aquele salto mortal, de peito no chão, serve direitinho para explicar o E.N.E.A. (Eles Nunca Esquecerão o André). E não esquecemos, mesmo! Tinha a dupla de zagueiros Ancheta e Oberdã. Quase intransponíveis. Só para dar um exemplo, a defesa era um ataque. Marcou mais de 30 gols no campeonato gaúcho de 1977 (36, para ser exato). Quando digo que o Grêmio copiou o Inter, eu provo: Oberdã chegou em Porto Alegre, dizendo: “..na minha área o Escurinho não cabeceia mais!...”. Mais ou menos como Figueroa, que um dia declarou: “...a grande área é minha casa. Nela entra quem eu quero!”...Viram a cópia perfeita. Estavam com a razão, os gremistas.
    O meio-campo tinha Vítor Hugo (ex Inter), Yúra, (o Inter quis contratá-lo, um dia! Ele disse: NÃO!!! Sou gremista!) e tinha um dos maiores craques que eu vi jogar: Tadeu Ricci. Esse era o Carpegiani deles. Até isso eles copiaram bem!
    No ataque: Tarciso (que velocidade!), André Catimba (E.N.E.A.) e Éder (fez gols de todos os jeitos).
    Aquele time era bom demais. Até nós colorados nos rendemos a ele.

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  6. Alvirubro!
    Nestas lembranças, assistimos nos Eucaliptos, Riograndense 0 x 2 Grêmio, jogo noturno, meu pai, eu e meu grande amigo, o saudoso Marcelo, que tu conheceu; pois a zaga era Ancheta e Oberdan, os atacantes do Verdão eram Chicota e Guinga. Lançaram uma bola para o Chicota e o Oberdan cabeceou a nuca dele que impulsionou a bola de volta para o meio de campo. Uma coisa de louco; passados uns minutos e o Ancheta jogou o Guinga contra o muro aquele que fica à direita do pavilhão. Resultado; esses dois foram armar jogadas no meio de campo. Os gols foram do Éder e Alcindo. O André ainda não tinha chegado. Ano 1977.

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  7. Bruxo, fui pesquisar nos dados que tenho e vi que cometi um erro ao afirmar que Tarciso fez 815 jogos pelo Grêmio.
    Tenho os seguintes números dos atletas que atingiram mais de 400 jogos (não são números oficiais):
    TARCISO 721
    AIRTON 598
    DANRLEI 590
    VIEIRA 560
    MILTON 508
    ROGER 503
    BONAMIGO 489
    LOIVO 426
    ANCHETA 426
    MAZZAROPI 424
    JOÃO SEVERIANO 418
    ORTUNHO 414
    LUÍS EDUARDO 405

    Os artilheiros com mais de 100 gols são esses:
    ALCINDO 231
    TARCISO 226
    GESSI 213
    JUAREZ 200
    LUIZ CARVALHO 148
    JOÃO SEVERIANO 132
    BALTAZAR 131
    MILTON 117
    MARINO 117
    FOGUINHO 109
    VIEIRA 106
    OSVALDO 105

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  8. Interessante o Joãozinho que era "8" estar em sexto lugar, mas melhor média de gol, acho que deu Alcindo ou Baltazar.

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  9. Bruxo,

    pelos meus dados, o Alcindo jogou 377 partidas e marcou 231 gols. Média de 0.6127 por jogo.
    Já o Baltazar vestiu a camiseta tricolor para entrar em campo em 214 oportunidades. Fez 131 gols, numa média de 0,6121 gols por jogo.
    Ou seja, ALCINDO e BALTAZAR foram simplesmente iguais em desempenho.

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  10. Houve outros dois jogadores do Grêmio, grandes artilheiros, que tiveram média de gols muito acima dessas citadas.

    Jardel, com 0,77 de média; e o maior de todos os artilheiros da história tricolor: Luiz Carvalho, com 0,78 gols por partida.

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