Opinião

A Saída de Roger

Roger (juntamente com Cristóvão) era minha sugestão para substituir Renato em 2014. Acredito que treinadores também possam ser formados no clube. Roger M. Marques é uma aposta que inevitavelmente será bem-sucedida no Imortal. A questão é quando? Seria para agora como eu desejava? Talvez; senão, vejamos:

- Existe uma resistência antes e durante o processo de contratação/consolidação de um novato à frente do clube do coração pela maioria de qualquer torcida. O sujeito tem pouquíssimo tempo para mostrar serviço

- O discurso dos torcedores é um, a prática é outra. Quase todos são favoráveis a utilização das categorias de base, isto é próximo da unanimidade. O que acontece quando jovens são lançados ao time principal? Geralmente recebem "apelidos" pejorativos, bem próximos do preconceito. O que é difícil, se torna bem mais difícil. Para um treinador o fardo é maior ainda. O torcedor dá até prazo para começar a vaiar

- Especificamente no Grêmio, a aposta no comando técnico é mais espinhosa pelo retrospecto de falta de títulos expressivos há mais de 10 anos. Já tivemos treinadores que caíram invictos. Gente que vestiu a camisa tricolor e botou faixa no peito, quando atletas do Tricolor

Ao ver Enderson Moreira efetivado na casamata do Imortal, Roger viu-se diante de uma encruzilhada. Acertadamente, entendeu que a próxima etapa no seu processo de formação de técnico deverá ser noutro endereço; preferencialmente, onde não haja vinculação tão forte com a sua biografia. Neste caso, a aceitação será inversamente proporcional ao tempo de história com esse clube, isto é, zero ou quase isso. A cobrança se dará exclusivamente pelos resultados à frente da equipe. Não terá contra si o tal "Santo de casa não faz milagres".

Entendo que esse passo dado longe da Arena/Olímpico, contraditoriamente, abreviará o período que o separa do comando técnico da equipe principal do Grêmio.

Boa Sorte, Roger. Até breve.