ACHTUNG, PANZERKAMPFWAGEN! (Cuidado, carro de combate blindado!)
No ano em que comemoramos os 100 anos da Seleção Brasileira, nosso time sofreu a maior derrota de toda a sua história. Uma derrota que atravessará outros 100 anos. E não será repetida!
Brasil e Alemanha fizeram neste 8 de julho, no Mineirão, um jogo histórico. Um jogo capaz de perpetuar-se na memória de todos os brasileiros e de todos os alemães. Um jogo que ganhará destaque nos textos mais sagrados da História dos Mundiais.
Nunca uma partida de semifinal de Copa do Mundo havia terminado com um placar de 7x1! É difícil de crer, mas o “Maracanazo” de 1950 ficou para trás. Para sempre! Está definitivamente enterrado. Ninguém lembrará o que aconteceu no Maracanã, na primeira Copa no Brasil. Em compensação, o Mineirão entrou para a história da Seleção Brasileira. Negativamente! Definitivamente, devemos sair da relação de pretendentes a sediar futuros mundiais de futebol. Não dá certo!
A alegria dos alemães estava estampada nos rostos e nos gestos dos jogadores adversários. O resultado do jogo não se explica por um único viés. A Alemanha é uma equipe maravilhosa, treinada com seriedade por uma comissão técnica altamente profissional. Direcionada para buscar os melhores resultados nesta segunda Copa do Mundo no Brasil.
Grande organização tática e técnica e excelente condição atlética explicam o sucesso da Alemanha diante do Brasil. Nem mesmo as ausências de Neymar e de Thiago Silva explicam tamanha derrota. A Alemanha sublimou! Ou seja, expurgou de si toda a impureza e toda a imperfeição.
O Brasil atuou de forma constrangedora, sem defesa, sem meio-campo e sem ataque, com um Fred bombardeado por vaias. Luiz Felipe entrou no jogo com um esquema organizado no modelo 4-2-3-1. Escolheu Bernard para assumir a vaga de Neymar e Dante para o lugar de Thiago Silva. A derrota não passou só por eles.
O Brasil foi pequeno e medroso, acometido por uma apagão inexplicável. Não demonstrou reação alguma e perdeu inúmeras jogadas individuais. Numa atuação desastrosa, sem um meio de campo para fazer a ligação com o ataque, o Brasil tentava surprender a Alemanha com lançamentos dos zagueiros para Fred e para Hulk. Tudo em vão!
Aos dez minutos do 1º tempo, após cobrança de um escanteio, a defesa brasileira falha na marcação de deixa Muller livre para fazer o 1x0!
O desespero chegou rápido. Sem criatividade e com os volantes Fernandinho e Luiz Gustavo falhando em todas as intervenções, o Brasil tentou cavar lances na área alemã. O juiz não cedeu às tentativas de simulação.
Com um espaço para jogar no campo do Brasil a Alemanha passou trocar passes cada vez mais próximos da área de Júlio César. Aos 22 minutos, Klose chutou, Júlio César defendeu no primeiro arremate, mas no rebote transformou-se no maior artilheiro da história das Copas. 2x0! Merecidamente. Estava apenas começando o pesadelo.
Aos 23 minutos, Lahm cruzou para a área do Brasil e Kross concluiu. 3x0! O momento oportuno para o técnico Luiz Felipe parar o jogo e fazer pelo menos uma substituição já havia passado quando a Alemanha fez o segundo gol. Luiz Felipe não se mexeu. Incrédulo, só ficou olhando para o time no campo.
O Brasil acusou o golpe. Fernandinho afundou jogada após jogada. Foi uma caricatura em campo, durante o primeiro tempo. Aos 25 minutos, Kroos marcou o quarto da Alemanha. Os alemãos sorriam e não acreditavam. Era demais o 4 a 0!
Mas ainda havia espaço para mais e aos 29 minutos, Khedira avançou pelo meio, sem marcação, tocou para Ozil e recebeu de volta para concluir no canto direito de Júlio César. 5x0! Um carro de combate passou por cima do Brasil, no 1º tempo.
No intervalo, Luiz Felipe modificou o time, colocando Paulinho e Ramires nas vagas de Fernandinho e Hulk. A Alemanha tirou o pé e o Brasil até tentou algo para melhorar o desempenho. Joachim Low tirou Hummels e colocou Mertesacker em campo. Neuer teve tempo para fazer algumas defesas, mostrando sua ótima forma.
Aos 24 minutos do segundo tempo, Schurrle, que substituiu a Klose, marcou o sexto gol da Alemanha. Após jogada entre Lahm e Khedira, Schurrle chutou rasteiro e aumentou o marcador.
Atônito, Felipão, tirou Fred e fez entrar Willian. Nada poderia ser feito. O Brasil estava definitivamente na roda. Aos 33 minutos, outra vez Schurrle fez vibrar a torcida germânica, ao receber lançamento da esquerda. O atacante dominou e bateu com força, no ângulo. 7x0!
Aos 44 minutos, Oscar descontou. Mas o Brasil já havia sido enterrado no Mineirão. 7x1! Quando o árbitro mexicano apitou, fechou-se a cortina da maior tragédia da história do futebol brasileiro. Um vexame monumental, para o resto das nossas vidas.
por Alvirubro
Alvirubro!
ResponderExcluir- Bem como o amigo escreveu; o Maracanazzo ficou para trás, não foi como desejávamos, isto é, com uma vitória e título tão significantes que enterrariam as frustrações de 50, mas por um fracasso superior, rotundo, acachapante.
Olhando hoje, é de ficar envergonhado por tudo o que passaram os jogadores da primeira Copa realizada no Brasil. Flávio Costa e seus comandados fizeram um estrago menor.
Outro ponto muito importante do texto: não dá mais para improvisações na base do "upa,upa, vâmo que vâmo"; há muito que se analisar, apenas que acho que o futebol não é a razão de ser da CBF, vão usar da mesma prática de vamos mexer um pouco, para não alterar o todo. Vão fazer um jogo de cena, quando mudanças estruturais são exigidas, antes até da derrota, imagine depois dela.
Alvirubro e demais amigos!
ResponderExcluirSe a Alemanha vencer, terá todos os méritos, apenas gostaria de deixar registrado que Holanda e Argentina podem sim, fazer frente a equipe germânica.
Não é páreo corrido.
Concordo, Bruxo! Não é páreo corrido, não!
ExcluirPorém a Alemanha tem um futebol sério. E não entrarão no oba oba normal para nós brasileiros. Fossemos nós os vencedores do jogo por 7x1, só imagino como não seriam as manchetes de jornais e as entrevistas dos atletas.
Veja que a Alemanha e outras seleções ficaram enclausuradas em suas concentrações e ninguém vê atletas dando entrevistas e metidos em entrevistas inéditas para este ao aquele jornalista.
Júlio César enquanto aquecia, foi cumprimentar os jornalistas da SPORTTV (Globo), dando aquele caráter exclusivista às filmagens. SUCUMBIU!
A Seleção Brasileira é um horror. Naquela Granja Comari ninguém treina. É repórter em tudo que é lugar. A dona Globo entrevista os jogadores a qualquer hora e em qualquer lugar. Não respeitam os momentos de concentração. A CBF, em troca do silêncio da Globo, permite tudo.
Detonaram com o Dunga quando o técnico proibiu as entrevistas exclusivas para a toda poderosa. Taí o que conseguiram. Agora precisam repensar muita coisa.
"Somos todos Neymar!" É só isso que se fala. Como se Neymar fosse capaz de modificar o fiasco! Merecemos. Culpa de um futebol desorganizado, cheio de tribunais tendenciosos e de dirigentes metidos em conchavos.
A hora seria agora. Repensar e mudar tudo. Como fazem os alemães. Mas é pedir demais a este Brasil sem seriedade nenhuma.
Verdade!
ExcluirSe há alguma figura para representar a "m#rda" toda é o assessor de imprensa, Rodrigo alguma coisa, que mama nas tetas da CBR há décadas e "se acha" mais que os atletas.
Bruxo!
ResponderExcluirNossa geração de jogadores é fraca em relação a outras seleções brasileiras de outros mundiais. Já evidenciamos isso em outras oportunidades.
Nos acostumamos a fazer amistosos contra seleções sem expressão, para encher os cofres de dinheiro e para alguns jogadores tornarem-se ídolos e gênios, para posterior venda para enganar na Europa.
Nossa seleção estava desorganizada desde o 1º jogo. Sem alternativas e sem jogadas ensaiadas.
Esta foi uma seleção desmantelada, sem projeto e sem planejamento. Fruto de um futebol brasileiro mal gerenciado e desorganizado. Fruto de uma CBF que coloca um assessor de imprensa para cuidar dos interesses da Seleção. Volto a dizer: MERECEMOS! Aliás, merecíamos ter tomado mais! Mesmo assim, nada mudará!
Em breve, todos os jogadores brasileiros, os convocados ou não, que sonham em chegar à seleção, se desvalorizarão com essa derrota.
A Seleção perderá o pouco respeito que tinha. Essa derrota abala completamente o prestígio do futebol brasileiro como um todo, diante do mundo do futebol.
Se tivéssemos dirigentes sérios, o momento seria propício para uma mudança total do Futebol Brasileiro. Perderemos a chance de modificar muita coisa e tudo vai continuar na mesma.
Frases da Copa para não esquecer:
"A CBF é um exemplo para o Brasil. É o Brasil que deu certo, que dá certo", Carlos Alberto Parreira, antes do Mundial.
"É só olhar o time que nós temos. Temos a zaga mais cara do mundo. Temos jogadores experientes, com qualidade, respeitados no futebol internacional, jogando em casa. Somos favoritos, sim", Parreira, na primeira entrevista coletiva.
"Aquelas declarações do Parreira foram espetaculares", Luiz Felipe Scolari, sobre o favoritismo atribuído pelo colega de CBF, mais de um mês depois.
"Gostou, gostou. Se não gostou, vai para o inferno", Scolari, depois do jogo com o Chile.
"Eu fiz aquilo que eu acho que é o mais correto e o melhor", Scolari, na coletiva após os 7 a 1.
Perderá o respeito e principalmente o temor que infligia aos adversários. Chile e Colômbia, respeitaram demais a Seleção.
ExcluirPrecisamos de uma revolução "além 4 linhas".
BLITZKRIEG DA WERMACHT!
ResponderExcluirPrimeiro ponto e que tem de ser ressaltado em qualquer análise, por mais descomprometida, os jogadores Alemães são muito melhores do que os nosso. Ponto! Partindo da premissa e depois da humilhação existe uma série de contatações táticas interessantíssimas de serem notadas, mas pelo que tenho visto por aí o torcedor brasileiro, que é o retrato fiel do atraso no futebol, continua se apegando a solução mágicas. Querem ver algumas coisas interessantes? Quem é o meia armador na seleção germânica? O mais próximo disso é Schwaisteiger, o volante. E é interessante perceber que esta tem sido uma tônica nos grandes da Europa, Xabi, Iniesta, enfim, parece que se cumpre o vaticício de tempos atrás quando o Zé Roberto adiantou a "extinção" do volante clássico no moderno futebol Europeu citando, inclusive, o Alemão. Nessa me rendo ao Bruxo, não existe mais lugar para Edinhos. Outra constatação, por mais óbvia que pareça, a quanto tempo esse time joga junto, com o mesmo sentido de unidade chegando a um entrosamento atípico? São 10 anos com uma mesma filosofia de trabalho, onde o treinador atual, longe figurar no panteão da classe, era apenas o auxiliar técnico de Klisnman. Neste tempo perderam 2 Euros e um mundial em casa, fosse pindorama, resistiria no cargo? A noção de compactação no meio, as linhas móveis, a função do lateral e centro-avante Muller. O goleiro, que sem sujar a roupa, é um capítulo a parte, muitas são as coisas a serem estutadas, mas, como sempre, vamos preferir o caminho mais curto. Agora a CBF deve partir em busca de um técnico, de onde ele virá? Já adianto, não me alio ao pensamento mágico e explico os motivos. Fazem poucos anos Mourinho era o homem a ser copiado, o bastião maior de sapiência. Declarou que o Brasil jogava do jeito que ele gostava, só faltava técnica, viu-se bem o que aconteceu. Guardiola inaugurou um novo modelo, de toque, em verdade, algo implantado na "escola Barcelona" e que posteriormente ganhou a seleção espanhola, escreveu livro e - até hoje - pauta o pensamento de muitos crônistas e torcedores desavisados. A derrocada tão tardou, o Bayer de Guardiola, que já na sua chegada causou furor entre os jogadores, foi humilhado pelo Real de Ancelotti e nesta copa a Fúria foi humilhada pela Holanda de Van Gaal. Enfim, qual o modelo a ser copiado, que técnico contratar? Espanhol? Alemão? Ou um italiano, que surfa na cristã da onda? Quem sabe até Van Gaal... Arrisco dizer, continuar pensando desta forma o Brasil não sai do atoleiro e o motivo é bem simplório, quando corremos atrás do presente, chegamos no passado. O dia que o escrete canarinho conseguir implantar um sistema de jogo copiado, por mais moderno que seja, já estará ultrapassado. O que o time precisa é evoluir um sistema próprio e aproveitar as suas qualidades, buscando inibir os defeitos. Implantar um sistema de jogo extrangeiro que não leva em conta as particularidades do jogador brasileiro é uma estultice! Sei que nestes momentos não faltaram os idiotas de sempre nos presenteando com "um museu de grandes novidades", mas não é bem por ai. Todos sabem que a seleção treina pouco, que poucos dos seus jogadores jogam juntos - diferente do que ocorre, por exemplo, com a seleção Alemã. Mas hoje, infelizmente, não tinhamos material humano para fazer diferente. Talvez com o melhor técnico do mundo ..... (preencha conforme a sua preferência) não teríamos chegado a tão acachapante derrota, talvez com Neymar fizessemos mais um gol ou dois, talvez num dia inspirados, onde tudo desse certo para nós e errado para eles beliscassemos até um empate, mas, verdade seja dita, eles são melhores, são uma seleção que vem se preparando, maturando para a vitória a uma década. Do grupo do selecionado brasileiro mais da metade estará na Rússia, é bom que se inicie já a preparação para colher frutos seja em 2018 ou só em 2022.
ResponderExcluirA primeira frase resume e explica tudo.
ExcluirA goleada passou pelo fator psicológico. Os jogadores, ao levar o segundo gol, sabiam que não teriam como reverter.
Isso é bem real. Sem jactância, mas eu tinha dito, o pior na lesão de Neymar não era a ausência do jogador, era o fator psicológico.
ExcluirPJ!
ExcluirGrande comentário. É momento de uma revolução no futebol brasileiro, tanto dentro de campo, o teu exemplo na questão "quem são os volantes da Alemanha", quanto fora; embora eu não acredite no expurgo de Marin, Del Nero, Rodrigo Paiva, etc...
Quem sabe o Pep Guardiola no comando técnico? Mas quem como direção?
Não sei bruxo, acho que só buscar um técnico fora não resolve. O que Pep sabe sobre o Brasil? Sobre as característica do futebol nacional? Não somos Espanha e nem Alemanhã, jogamos diferente e acho que um técnico deve valorizar estas características e aprimorá-las. Lembre, o Pep foi humilhado na Liga e acho que muito disso se deve ao fato de querer implantar um sistema de jogo diferente ao que vinha sendo praticado. Enfim, não sou completamente refratário à idéia, desde que quem venha venha por meritos e não só por ser estrangeiro. O basquete tentou uma fórmula mágica, treinador estrangeiro, e conseguiu foi ficar de fora das Olimpiadas.
ExcluirPJ!
ExcluirTens razão; talvez alguém do Prata. Sampaoli, Bielsa ...
Eu ainda acho que o Tite está acima dos demais treinadores nacionais e pode sim fazer um trabalho igual, ou melhor, que qualquer treinador estrangeiro, seja lá quem for.
ResponderExcluirEsta goleada está fazendo alguns buscarem "soluções mágicas"...
-x-x-x-
Aproveitando, agora vem a tona - não aqui, mas no geral - que a Alemanha tem planejamento, dá tempo ao treinador (como bem lembrou o PJ - só uma correção, este modelo perdeu duas Copas e não uma, e ainda não ganhou esta, vale frisar....) e por aí vai... Daí quando é no clube, querem resultado em meses...
Outra coisa que me faz pensar é o oportunismo (da imprensa, da torcida e por aí vai), a tal tese do pessimista, que sempre estará certo... Peguemos o exemplo do Felipão, o cara que não gosta dele desde a década de 90 tomou e tomou na cabeça, por anos e anos.... Mas no fim pode dizer: EU NÃO DISSE!? Assim é fácil, né!?
Eu, pela história do gringo, torço que ele aceite o desafio de treinar o Grêmio e saía por cima. Só pra ver os que aposentaram o homem agora falarão... Mas já adianto que não estarão errados
Fecho contigo, antes de qualquer estrangeiro Tite, que já demonstrou querer o desafio. E vou além, ainda antes de qualquer outro eu ia de Muricy - caso o Tite não aceitasse.
ExcluirSabe o que seria engraçado? Se a Argentina ou a Holanda ganhasse a Copa (hoje já não dá mais pra segunda, mas, convenhamos, não dá pra torcer pra Argentina né) onde ficaria todo o papo de planejamento e blá blá blá?
Não há planejamento que resista à falta de qualidade dos jogadores.
ExcluirFutebol é muito mais prático do que teórico, muito mais simples do que fazem parecer. É só um jogo.