Pequenas Histórias (104) - Ano - 1975
No meio do caminho tinha um Centro-avante
Ênio Andrade - Dario |
Em 1975, o presidente gremista Luiz Carvalho, numa política de "pés no chão", promoveu um ano franciscano para o Tricolor; muitos atletas chegaram do interior, a maioria do Esportivo de Bento Gonçalves, inclusive o mestre Ênio Andrade em sua primeira chance em um clube grande do Brasil.
Apesar disso, fez um grande enfrentamento contra o Internacional, perdendo o título gaúcho numa prorrogação; já no Brasileiro, ele teve uma participação modesta, ficando de fora da fase derradeira.
Um campeonato curioso, porque apresentou 3 times fortes de Pernambuco e nenhum clube paulista no quadrangular decisivo, além de 13 empates realizados pelo Imortal, sendo 6 em sequência. Os que chegaram foram Fluminense, Internacional, Cruzeiro e Santa Cruz.
Em Setembro, o Tricolor fez duas partidas seguidas em Pernambuco; encarou o Náutico, ficando num 0 a 0 e no dia 14, o Sport Recife na Ilha do Retiro; novo empate, desta vez em 2 a 2.
Ênio Andrade não contou com Ancheta, no seu lugar, um jovem, Tadeu, que teria a difícil missão de cuidar de Dario, o Rei Dadá, o Peito-de-Aço, o Dadá Maravilha, tricampeão mundial em 70 e bi-artilheiro dos Nacionais de 71/72. Um desajeitado camisa 9, sem requinte algum, mas com um poder letal na grande área.
O Grêmio foi a campo com Picasso; Vilson Cereja, Tadeu, Beto Bacamarte e Bolívar; Cacau, Yúra e Neca; Claudinho, Tarciso e Nenê, substituído mais tarde por Loivo.
O Sport Recife do treinador Duque, campeão pernambucano, jogou com: Toinho; Marcos, Pedro Basílio, Djalma e Cláudio Mineiro; Luciano, Garcia e Assis; Ademir, Dario e Peres. Peri entrou no lugar de Garcia.
Com um esquema cauteloso, o Imortal segurava bem o ataque adversário e, sempre que podia, ameaçava em contra-ataques. Ênio colocara o centro-avante reserva Claudinho mais posicionado no meio, deixando os velocistas Tarciso e Nenê à frente.
Após uma estocada gremista aos 6 minutos, o time da casa tomou conta e Picasso passou a ser o melhor jogador da primeira fase, especialmente depois que o menino Tadeu cometeu falta em Dario, reclamou do juiz e tomou cartão amarelo. Ficou evidente o nervosismo do beque central, ainda assim, a etapa inicial ficou em 0 a 0.
No segundo tempo, logo aos 11 minutos, o Grêmio abriu o placar; Neca recebeu lançamento na área e escorou para a chegada de Claudinho que arrematou sem muita violência.
Um minuto após, o Sport conseguiu o gol de empate; Yúra errou na firula, perdeu a bola para Dario, que passou por Cacau e Tadeu, fuzilando o arco gremista. 1 a 1.
Aos 21 minutos, Yúra lança Neca, o camisa 10 em sua melhor fase da carreira, livrou-se de dois oponentes e de pé esquerdo, venceu o arqueiro Toinho. 2 a 1. Um ótimo resultado.
Não é que o raio caiu pela segunda vez no mesmo lugar? Saída de bola, Luciano alçou a pelota para a área gremista, Garcia venceu Beto Bacamarte na cabeça, Tadeu tenta tirar de bicicleta, erra a pedalada e a bola se oferece para Dario, cara a cara com Picasso. Ali, Dario não perderia e não perdeu. 2 a 2.
Diante das circunstâncias, numa época que vitória valia 2 pontos, o Tricolor ao empatar com Náutico e Sport, fez um bom negócio, trazendo 50% deles, ou seja, dois empates.
Dario naquele ano cometeu a façanha de fazer 10 gols numa única partida, isso mesmo! uma dezena; jogo contra o Santo Amaro pelo campeonato regional.
O cronista Paulo Santana chegou a fazer uma coluna de ponta a ponta com apenas um nome: Dario, tentando sensibilizar a direção gremista a contratá-lo. Nada feito; ou pior, o centro-avante desembarcou em Porto Alegre, mas para outro endereço.
Fontes: Correio do Povo
Arquivo pessoal do Alvirubro
Fotos: Gazeta Press (Dario)
Clic RBS (Ênio Andrade)
Um campeonato curioso, porque apresentou 3 times fortes de Pernambuco e nenhum clube paulista no quadrangular decisivo, além de 13 empates realizados pelo Imortal, sendo 6 em sequência. Os que chegaram foram Fluminense, Internacional, Cruzeiro e Santa Cruz.
Em Setembro, o Tricolor fez duas partidas seguidas em Pernambuco; encarou o Náutico, ficando num 0 a 0 e no dia 14, o Sport Recife na Ilha do Retiro; novo empate, desta vez em 2 a 2.
Ênio Andrade não contou com Ancheta, no seu lugar, um jovem, Tadeu, que teria a difícil missão de cuidar de Dario, o Rei Dadá, o Peito-de-Aço, o Dadá Maravilha, tricampeão mundial em 70 e bi-artilheiro dos Nacionais de 71/72. Um desajeitado camisa 9, sem requinte algum, mas com um poder letal na grande área.
O Grêmio foi a campo com Picasso; Vilson Cereja, Tadeu, Beto Bacamarte e Bolívar; Cacau, Yúra e Neca; Claudinho, Tarciso e Nenê, substituído mais tarde por Loivo.
O Sport Recife do treinador Duque, campeão pernambucano, jogou com: Toinho; Marcos, Pedro Basílio, Djalma e Cláudio Mineiro; Luciano, Garcia e Assis; Ademir, Dario e Peres. Peri entrou no lugar de Garcia.
Com um esquema cauteloso, o Imortal segurava bem o ataque adversário e, sempre que podia, ameaçava em contra-ataques. Ênio colocara o centro-avante reserva Claudinho mais posicionado no meio, deixando os velocistas Tarciso e Nenê à frente.
Após uma estocada gremista aos 6 minutos, o time da casa tomou conta e Picasso passou a ser o melhor jogador da primeira fase, especialmente depois que o menino Tadeu cometeu falta em Dario, reclamou do juiz e tomou cartão amarelo. Ficou evidente o nervosismo do beque central, ainda assim, a etapa inicial ficou em 0 a 0.
No segundo tempo, logo aos 11 minutos, o Grêmio abriu o placar; Neca recebeu lançamento na área e escorou para a chegada de Claudinho que arrematou sem muita violência.
Um minuto após, o Sport conseguiu o gol de empate; Yúra errou na firula, perdeu a bola para Dario, que passou por Cacau e Tadeu, fuzilando o arco gremista. 1 a 1.
Aos 21 minutos, Yúra lança Neca, o camisa 10 em sua melhor fase da carreira, livrou-se de dois oponentes e de pé esquerdo, venceu o arqueiro Toinho. 2 a 1. Um ótimo resultado.
Não é que o raio caiu pela segunda vez no mesmo lugar? Saída de bola, Luciano alçou a pelota para a área gremista, Garcia venceu Beto Bacamarte na cabeça, Tadeu tenta tirar de bicicleta, erra a pedalada e a bola se oferece para Dario, cara a cara com Picasso. Ali, Dario não perderia e não perdeu. 2 a 2.
Diante das circunstâncias, numa época que vitória valia 2 pontos, o Tricolor ao empatar com Náutico e Sport, fez um bom negócio, trazendo 50% deles, ou seja, dois empates.
Dario naquele ano cometeu a façanha de fazer 10 gols numa única partida, isso mesmo! uma dezena; jogo contra o Santo Amaro pelo campeonato regional.
O cronista Paulo Santana chegou a fazer uma coluna de ponta a ponta com apenas um nome: Dario, tentando sensibilizar a direção gremista a contratá-lo. Nada feito; ou pior, o centro-avante desembarcou em Porto Alegre, mas para outro endereço.
Fontes: Correio do Povo
Arquivo pessoal do Alvirubro
Fotos: Gazeta Press (Dario)
Clic RBS (Ênio Andrade)
Lembro-me da "coluna do Paulo Sant'Ana", que escreveu assim: "DARIO, DARIO, DARIO, DARIO, DARIO...", até o final da folha. E lembro-me desse jogo, também. Era complicado jogar em Recife, como é até hoje.
ResponderExcluirO GRÊMIO contra o Sport, em Recife:
14.09.1975 - Grêmio 2 x 2 Sport C Recife
13.04.1983 - Grêmio 2 x 2 Sport C Recife
11.09.1988 - Grêmio 0 x 0 Sport C Recife
26.08.1989 - Grêmio 0 x 0 Sport C Recife
22.09.1993 - Grêmio 0 x 1 Sport C Recife
28.08.1994 - Grêmio 1 x 0 Sport C Recife
27.11.1994 - Grêmio 2 x 1 Sport C Recife
20.11.1996 - Grêmio 0 x 1 Sport C Recife
20.09.1998 - Grêmio 0 x 5 Sport C Recife
03.12.2000 - Grêmio 1 x 1 Sport C Recife
12.08.2001 - Grêmio 1 x 2 Sport C Recife
16.07.2005 - Grêmio 1 x 0 Sport C Recife
29.08.2007 - Grêmio 0 x 2 Sport C Recife
16.07.2008 - Grêmio 2 x 2 Sport C Recife
28.06.2009 - Grêmio 1 x 3 Sport C Recife
11.10.2012 - Grêmio 3 x 1 Sport C Recife
28.05.2014 - Grêmio 0 x 0 Sport C Recife
RESUMO:
17 jogos
04 vitórias do Tricolor
07 empates
06 vitórias do rubro negro
16 gols marcados pelos gaúchos
23 gols marcados pelos pernambucanos.
Lembrando que a partida em 26.08.1989 foi o jogo de ida Final da Copa do Brasil daquele ano. No jogo de volta, em POA, em 02.09, o Grêmio venceu por 2x1, diante de mais de 60 mil gremistas, e conquistou o troféu da primeira Copa do Brasil.
Este jogo da crônica foi o primeiro do Tricolor contra o Sport fora de casa. Ainda levou mais de uma década para ganhar uma partida diante dele lá no Recife.
ResponderExcluirAté o gol do Cuca, a Copa do Brasil estava sendo ganha pelo Sport, graças ao gol contra do arqueiro Mazaropi.
ResponderExcluirGol iluminado do camisa 8 gremista.