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sábado, 7 de novembro de 2015

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (104) - Ano - 1975


No meio do caminho tinha um Centro-avante

Ênio Andrade - Dario

Em 1975, o presidente gremista Luiz Carvalho, numa política de "pés no chão", promoveu um ano franciscano para o Tricolor; muitos atletas chegaram do interior, a maioria do Esportivo de Bento Gonçalves, inclusive o mestre Ênio Andrade em sua primeira chance em um clube grande do Brasil. 

Apesar disso, fez um grande enfrentamento contra o Internacional, perdendo o título gaúcho numa prorrogação; já no Brasileiro, ele teve uma participação modesta, ficando de fora da fase derradeira.

Um campeonato curioso, porque apresentou 3 times fortes de Pernambuco e nenhum clube paulista no quadrangular decisivo, além de 13 empates realizados pelo Imortal, sendo 6 em sequência. Os que chegaram foram Fluminense, Internacional, Cruzeiro e Santa Cruz.

Em Setembro, o Tricolor fez duas partidas seguidas em Pernambuco; encarou o Náutico, ficando num 0 a 0 e no dia 14, o Sport Recife na Ilha do Retiro; novo empate, desta vez em 2 a 2.

Ênio Andrade não contou com Ancheta, no seu lugar, um jovem, Tadeu, que teria a difícil missão de cuidar de Dario, o Rei Dadá, o Peito-de-Aço, o Dadá Maravilha, tricampeão mundial em 70 e bi-artilheiro dos Nacionais de 71/72. Um desajeitado camisa 9, sem requinte algum, mas com um poder letal na grande área.

O Grêmio foi a campo com Picasso; Vilson Cereja, Tadeu, Beto Bacamarte e Bolívar; Cacau, Yúra e Neca; Claudinho, Tarciso e Nenê, substituído mais tarde por Loivo.

O Sport Recife do treinador Duque, campeão pernambucano, jogou com: Toinho; Marcos, Pedro Basílio, Djalma e Cláudio Mineiro; Luciano, Garcia e Assis; Ademir, Dario e Peres. Peri entrou no lugar de Garcia.

Com um esquema cauteloso, o Imortal segurava bem o ataque adversário e, sempre que podia, ameaçava em contra-ataques. Ênio colocara o centro-avante reserva Claudinho mais posicionado no meio, deixando os velocistas Tarciso e Nenê à frente.

Após uma estocada gremista aos 6 minutos, o time da casa tomou conta e Picasso passou a ser o melhor jogador da primeira fase, especialmente depois que o menino Tadeu cometeu falta em Dario, reclamou do juiz e tomou cartão amarelo. Ficou evidente o nervosismo do beque central, ainda assim, a etapa inicial ficou em 0 a 0.

No segundo tempo, logo aos 11 minutos, o Grêmio abriu o placar; Neca recebeu lançamento na área e escorou para a chegada de Claudinho que arrematou sem muita violência.

Um minuto após, o Sport conseguiu o gol de empate; Yúra errou na firula, perdeu a bola para Dario, que passou por Cacau e Tadeu, fuzilando o arco gremista. 1 a 1.

Aos 21 minutos, Yúra lança Neca, o camisa 10 em sua melhor fase da carreira, livrou-se de dois oponentes e de pé esquerdo, venceu o arqueiro Toinho. 2 a 1. Um ótimo resultado.

Não é que o raio caiu pela segunda vez no mesmo lugar? Saída de bola, Luciano alçou a pelota para a área gremista, Garcia venceu Beto Bacamarte na cabeça, Tadeu tenta tirar de bicicleta, erra a pedalada e a bola se oferece para Dario, cara a cara com Picasso. Ali, Dario não perderia e não perdeu. 2 a 2.

Diante das circunstâncias, numa época que vitória valia 2 pontos, o Tricolor ao empatar com Náutico e Sport, fez um bom negócio, trazendo 50% deles, ou seja, dois empates.

Dario naquele ano cometeu a façanha de fazer 10 gols numa única partida, isso mesmo! uma dezena; jogo contra o Santo Amaro pelo campeonato regional.

O cronista Paulo Santana chegou a fazer uma coluna de ponta a ponta com apenas um nome: Dario, tentando sensibilizar a direção gremista a contratá-lo. Nada feito; ou pior, o centro-avante desembarcou em Porto Alegre, mas para outro endereço.

Fontes: Correio do Povo
              Arquivo pessoal do Alvirubro
Fotos:  Gazeta Press (Dario)
              Clic RBS (Ênio Andrade)
     









  

3 comentários:

  1. Lembro-me da "coluna do Paulo Sant'Ana", que escreveu assim: "DARIO, DARIO, DARIO, DARIO, DARIO...", até o final da folha. E lembro-me desse jogo, também. Era complicado jogar em Recife, como é até hoje.

    O GRÊMIO contra o Sport, em Recife:

    14.09.1975 - Grêmio 2 x 2 Sport C Recife
    13.04.1983 - Grêmio 2 x 2 Sport C Recife
    11.09.1988 - Grêmio 0 x 0 Sport C Recife
    26.08.1989 - Grêmio 0 x 0 Sport C Recife
    22.09.1993 - Grêmio 0 x 1 Sport C Recife
    28.08.1994 - Grêmio 1 x 0 Sport C Recife
    27.11.1994 - Grêmio 2 x 1 Sport C Recife
    20.11.1996 - Grêmio 0 x 1 Sport C Recife
    20.09.1998 - Grêmio 0 x 5 Sport C Recife
    03.12.2000 - Grêmio 1 x 1 Sport C Recife
    12.08.2001 - Grêmio 1 x 2 Sport C Recife
    16.07.2005 - Grêmio 1 x 0 Sport C Recife
    29.08.2007 - Grêmio 0 x 2 Sport C Recife
    16.07.2008 - Grêmio 2 x 2 Sport C Recife
    28.06.2009 - Grêmio 1 x 3 Sport C Recife
    11.10.2012 - Grêmio 3 x 1 Sport C Recife
    28.05.2014 - Grêmio 0 x 0 Sport C Recife

    RESUMO:
    17 jogos
    04 vitórias do Tricolor
    07 empates
    06 vitórias do rubro negro
    16 gols marcados pelos gaúchos
    23 gols marcados pelos pernambucanos.

    Lembrando que a partida em 26.08.1989 foi o jogo de ida Final da Copa do Brasil daquele ano. No jogo de volta, em POA, em 02.09, o Grêmio venceu por 2x1, diante de mais de 60 mil gremistas, e conquistou o troféu da primeira Copa do Brasil.

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  2. Este jogo da crônica foi o primeiro do Tricolor contra o Sport fora de casa. Ainda levou mais de uma década para ganhar uma partida diante dele lá no Recife.

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  3. Até o gol do Cuca, a Copa do Brasil estava sendo ganha pelo Sport, graças ao gol contra do arqueiro Mazaropi.
    Gol iluminado do camisa 8 gremista.

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