Opinião

Sobre Roger (e Falcão)

Faz tempo que (pretensiosamente) sugeri o nome de Roger para comandar o futebol do Grêmio; lembro de incluir o seu, junto com os nomes de Renato e Cristóvão, quando o Tricolor despachou Luxemburgo. Na ocasião, Renato foi o escolhido. Por isso, fico à vontade para criticar o atual momento do nosso antigo lateral esquerdo.

Roger arrancou muito bem no ano passado, mas em dado momento, oscilou, deu uma caída, porém, teve o mérito de assegurar uma das vagas para a LA de 2016. O Brasil, mais do que os gremistas, se rendeu à competência do jovem treinador, por certo, os gaúchos da aldeia conheciam melhor o caboclo e foram mais reservados no oba-oba. 

Virou um profissional "top de linha" como costuma dizer Celso Roth, ainda que não tenha conquistado absolutamente nada.

Em 2016, houve três tropeços, dois deles, incompreensíveis e ficou a impressão que Roger não é técnico de chegada. Seu comportamento diante dos últimos degraus para a glória é desanimador. Parece adiar o coroamento de sua carreira. Patina e junto com ele, patina o clube.

Tenho o cuidado de, ao criticar, lembrar sempre que eventuais trocas (Roger, Marcelo Grohe, Marcelo Oliveira) devem ocorrer para melhor. No caso, não se pode tirar o técnico para trazer alguém igual ou, pior! Sem a mesma capacidade do atual, senão teremos saudades de quem não merece tê-las. O que se quer é a retomada da ascensão da carreira, do seu aprimoramento, interromper a letargia que (parece) ter se apoderado  dele.

Até o último jogo, Roger pareceu (procuro ter esse cuidado de não ser definitivo) estar desamparado pela Direção gremista ou lhe faltar humildade para rever certas convicções, sejam de esquematização do time, sejam de indicações de atletas para o elenco; sozinho, ele não sairá do labirinto em que se meteu.

Agora, uma luz surge no final do túnel para contrariar o seu recente histórico; Roger acena com  mudanças, uma delas, a introdução do 3-5-2, aproveitando Wallace Reis, Pedro Geromel e Walter Kanneman na zaga, abrindo a possibilidade de ter o meio de campo recheado com cinco nomes; minha sugestão: Edílson, Walace, Jailson, Lincoln (Maicon ou Douglas) e Iago ou Lincoln; Luan e Bolaños. Isso, desconsiderando a hipótese de contratações pontuais.

Neste momento da competição, os bons profissionais estão empregados, então, fiquemos com Roger, desde que ele desate os nós da sua inércia e das convicções equivocadas que alimentam os seus pensamentos e ações. É condição para que não se peça a sua cabeça: Mudanças urgentes! Senão ...

O Coirmão liberou Falcão; lembro que em 2004, ano do segundo rebaixamento, o Imortal trocou várias vezes de treinador. O agravante neste episódio vermelho é o fato de se tratar de um dos maiores nomes da história do clube, um desrespeito muito grande; também será uma curiosidade como irá se comportar a imprensa (a parte vermelha) que prega "dar tempo" para o profissional contratado mostrar sua "filosofia de trabalho". Ficará na retranca na crítica ao clube, fiel à sua paixão pretensamente guardada com zelo e anônima, assim como ocorreu quando Dunga convocou Geferson para a Copa América e ela não achou nenhum absurdo, inclusive, recolhendo as pedras que utilizam em outras ocasiões ou será fiel ao discurso que utilizava sempre que o Imortal trocava de "professor"?

Vamos assistir de camarote.