Ainda sobre a venda de Walace
Este episódio que culminou com a saída do volante titular gremista, deixa vários pontos para reflexão. Vamos a alguns:
Só o despreparo da família de Walace e principalmente do seu empresário pode consumar o mau negócio que o jovem baiano concretizou.
Walace tem apenas 21 anos, teria a oportunidade de jogar a Libertadores da América na condição de volante titular campeão olímpico (única conquista brasileira na história); além disso, poderia se firmar na primeira função do meio de campo da Canarinho principal; aguardar a janela de Agosto e, finalmente, ser transacionado para um clube europeu de ponta. Grande besteira fez Walace.
O clube rateou igualmente. Havia mecanismos legais para segurar o atleta mais um semestre no clube.
O Grêmio repete o seu histórico de não vender bem seus atletas, sejam astros, sejam atletas de menos brilho.
Para exemplificar: Os mais antigos lembrarão que o Tricolor contratou caro Jurandir, atacante de Caxias nos final dos anos 70 e o vendeu, quase de graça para o Bahia.
E o que dizer de Hugo de De León para o Corinthians em 85. Querem mais? Renato foi dado para o Flamengo em 87. Falando em dado, recordam Ronaldinho? E Lucas Leiva, Mário Fernandes, Anderson, Douglas Costa, além de Jonas?
Uma hora é a ISL, outra é o rebaixamento, depois a construção da Arena, tem também, as folhas paralelas, os chamados condomínios. Justificativas? Sobram várias.
De prático, o Tricolor não consegue colocar entre as cinco maiores transações gaúchas, um único nome.
Finalizando; Odorico Roman começa muito mal, porque foi de "peito aberto" falar com a Imprensa gaúcha, que sabemos, boa parcela dela tem o selo IVI (Imprensa Vermelha Isenta), que aplaudiu de pé, saudou com ênfase a relação transparente com que ele tratou dos assuntos gremistas, onde deixou escorregar que o clube precisa vender dois ou três jogadores, além de Walace. Santa Inocência.
Pronto! O noticiário azul girou apenas em torno das especulações de quais serão os próximos a deixar a Arena. Roman criou um clima desnecessário de instabilidade no grupo e de insatisfação na torcida que está empolgada pela conquista da Copa do Brasil. Uma aula de despreparo.
Roman precisa jogar a favor do clube e não oferecer sangue para os vampiros que representam parte (bem barulhenta) da imprensa sulina. O que o Grêmio ganhou com isso?
Faltou inteligência; sobrou ingenuidade.