Futebol, lógica e exceções
Lá pelo início dos anos 70, período de adolescente, um colega e amigo, o gremista João Henrique, durante uma aula de Língua Portuguesa, soltou essa frase: O Português é um conjunto de exceções com algumas regras. Não sei se a autoria é dele, mas foi a primeira vez que a ouvi.
O futebol talvez seja o esporte, que mais derruba teses; ele tem uma lógica, mas está rodeado de fatos "fora da curva".
Lendo o comentário do colega de blog, Glaucio sobre o Jardel, que trouxe um dado interessante, me veio a ideia desta postagem, pois nem o bom desempenho de Jardel na base e início de profissional no Vasco da Gama o livrou de sua (surpreendente) liberação para o Grêmio.
Aliás, o clube gaúcho buscou em 95 dois meninos para disputar a camisa 9, Magno, mais famoso e Jardel. Já havia no elenco, Nildo, outro caso incomum de construção da carreira. Um histórico modesto, uma contratação barata com origem na Caldense, mas que fez valer cada centavo investido nele.
Outros, caso do goleiro Victor, são transações caras, que dão o retorno acima da expectativa, o goleiro sem ser o melhor atleta do Galo, se transformou no maior da imensa galeria de craques do clube, porque possibilitou a mudança de patamar do clube mineiro, deixando para trás a síndrome de vira-lata, que tanto incomodava o Atlético Mineiro. Quem apostou no êxito do arqueiro, acertou em cheio.
E Gabiru? Tão criticado, aliás, justamente criticado, pois não é que ele fez o gol mais importante da história do Coirmão?
E aí eu chego à renovação de Douglas, perguntando quem, qual o gremista mais otimista diria que o Douglas super criticado por todos nós, se transformaria no "Maestro Pifador", eleito melhor jogador da Copa do Brasil e, praticamente, sem substituto no grupo Tricolor?
O futebol tem lógica, mas é recheado de exceções.
PS: E o que dizer de trocas de treinador? Grêmio e Inter trocaram técnicos durante o ano; como sabemos, os resultados foram diferentes.
PS: E o que dizer de trocas de treinador? Grêmio e Inter trocaram técnicos durante o ano; como sabemos, os resultados foram diferentes.
Bruxo, justiça seja feita, esse dado (dos gols do Jardel) eu copiei de outro gremista conhecido nosso de outro blog, o Guto.
ResponderExcluirGlaucio
ResponderExcluirDe qualquer forma, se verdadeiro o dado, é curioso o Vasco largar um cara assim. É provável que sejam gols na base.
Não, Bruxo. Foram gols de profissional.
Excluir08.11.1992 - Vasco da Gama 1X0 Olaria - (1) - TOTAL: 1 - Carioca
02.05.1993 - Vasco da Gama 4X2 Itaperuna - (3) - TOTAL: 4 - Carioca
21.08.1993 - Vasco da Gama 4X0 Mogi Mirim - (2) - TOTAL: 6 - Torneio João Havelange
01.10.1993 - Vasco da Gama 2X1 Botafogo - (1) - TOTAL: 7 - Copa Rio
04.11.1993 - Vasco da Gama 2X0 ABC - (1) - TOTAL: 8 - Amistoso
21.11.1993 - Vasco da Gama 3X2 Americano - (2) - TOTAL: 10 - Copa Rio
10.02.1994 - Vasco da Gama 2X1 Itaperuna - (1) - TOTAL: 11 - Carioca
01.05.1994 - Vasco da Gama 1X1 Flamengo - (1) - TOTAL: 12 - Carioca
15.05.1994 - Vasco da Gama 2X0 Fluminense - (2) - TOTAL: 14 - Carioca
27.05.1994 - Vasco da Gama 3X1 Santa Cruz - (1) - TOTAL: 15 - Copa do Brasil
05.06.1994 - Vasco da Gama 1X3 Cruzeiro - (1) - TOTAL: 16 - Amistoso
19.06.1994 - Vasco da Gama 4X3 Atlético-MG - (1) - TOTAL: 17 - Copa do Brasil
03.07.1994 - Vasco da Gama 3X1 Shimizu S-Pulse-JAP - (2) - TOTAL: 19 - Amistoso
16.07.1994 - Vasco da Gama 4X1 Motorista FC (RJ) - (1) - TOTAL: 20 - Amistoso
31.08.1994 - Vasco da Gama 1X0 Cruzeiro - (1) - TOTAL: 21 - Brasileiro
04.09.1994 - Vasco da Gama 1X0 Remo - (1) - TOTAL: 22 - Brasileiro
29.11.1994 - Vasco da Gama 1X0 Paraná - (1) - TOTAL: 23 - Brasileiro
15.01.1995 - Vasco da Gama 2X0 Yuracán-MG - (1) - TOTAL: 24 - Amistoso
18.01.1995 - Vasco da Gama 8X0 Sel. Sul Minas Gerais - (1) - TOTAL: 25 - Amistoso
22.01.1995 - Vasco da Gama 5X0 Posco Atoms-COR - (2) - TOTAL: 27 - Amistoso
Até onde eu sei Jardel era vaiado no Vasco até em treino.
ExcluirO futebol envolve tantas pessoas que muitas vezes pessoas sem mérito algum saem como heróis e o contrario também acontece. Renato funcionou porque tinha como respaldo um bom time e toda uma estrutura por trás. Claro que com muito mérito dele e dos companheiros que ele trouxe.
Victor
ExcluirÉ preciso ver os detalhes; o Inter analisou bem o "fator Gabiru"; ótimo!A Direção ficou eternamente grata, mas mandou em frente.
Com Gallato não foi diferente; somos eternamente agradecidos, mas segue a vida. Não era goleiro para o Grêmio.
Agora é hora de saber porque ganhou a Copa do Brasil e também, porque perdeu campeonatos imperdíveis como o Gauchão deste ano e a desclassificação da LA.
Por isso o futebol é encantador. Saber o que aconteceu depois é mais fácil apontar o erro.
ExcluirCito um exemplo clássico, bem atual: Lucas Lima. Quem critica o Inter por tê-lo deixado sair, é porque não sabe o desempenho dele na base. Tanto é que saiu daqui e foi para o SPORT. Era marrento na base e não conseguia se firmar. O depois é bem mais fácil.
Será o caso do lateral Júnior se estourar no São Paulo; achei justo ele ir adiante, aqui, ele atrasaria a vida dele e especialmente a do Grêmio. Que seja feliz por lá.
ExcluirSobre treinadores, independente de terem ganho títulos ou não (não considerei aqueles provisórios por um jogo, entre um técnico novo e outro).
ResponderExcluirAlém disso, não especifiquei campeonatos. Apenas referi o número de técnicos no ano.
E escolhi os anos mais difíceis (rebaixamento ou quase), em que houve mudanças de técnicos, o que até é normal quando se tenta fugir do mau desempenho.
Grêmio em 1991, teve 3:
Cláudio Roberto Pires Duarte
Dino Sani
Valdyr Atahualpa Ramíres Espinosa
Grêmio em 1992, teve 5:
Valdyr Atahualpa Ramíres Espinosa
Ernesto da Rosa Guedes
Zeca Rodrigues (Interino por 4 jogos)
Cláudio García
Mazaropi (Geraldo Pereira de Matos Filho)
Grêmio em 2003, teve 4 (e conseguiu se salvar da Série B, mas quase foi):
Tite (Adenor Leonardo Bacchi)
Dario Pereyra (Alfonso Dario Pereyra Bueno)
Nestor Simionatto
Adílson Dias Batista
Grêmio em 2004, teve 4 (e dessa vez, foi):
Adílson Dias Batista
José Luiz Plein Filho
Cuca (Alexi Stival)
Cláudio Roberto Pires Duarte
Grêmio em 2005, teve 2 (e voltou para a A, com o Mano):
Hugo Eduardo de León Rodrigues
Mano Menezes (Luís Antonio Venker Menezes)
Mazaropi? Deve ter treinado um único jogo.É isso?
ExcluirAssumiu após a saída do Cláudio Garcia, nos 5 jogos finais do Gauchão de 1992.
ExcluirNão sei se tu lembras. O Grêmio recebeu o PELOTAS,no Olímpico, e o técnico era o Claudio Garcia. Nesse jogo ele instruiu o time pelo telefone. O Grêmio jogou mal e perdeu por 1x0 para o time do Cassiá, o Pelotas. Esse jogo foi numa quarta à noite. No domingo, já com o Mazaropi comandando o time, em Pelotas, o Grêmio fez 3x1 no time do Cassiá.
ExcluirEsqueci de falar sobre o Gabiru. Foi um jogador que até na Seleção chegou e teve vários ótimos momentos antes do Inter. Estava longe de ser mal jogador. Acredito que o apelido foi algo que mais atrapalhou o jogador em termos de chacota.
ResponderExcluirO caso de Jardel é curioso, 27 gols em 20 partidas, provavelmente, algumas entrando no meio do jogo; baita média, mais curioso é participar de apenas duas dezenas de jogos em mais de dois anos de profissional.Menos de uma partida por mês.
ResponderExcluirBruxo, aquela lista é apenas dos gols. Ele fez 50 jogos pelo Vasco.
ExcluirEntendi; valeu.
ExcluirMas as médias dele sempre foram boas: Vasco 0,5, Grêmio 0,7, Porto 1,0 e Sporting 0,7. Depois disso só caiu.
ResponderExcluirMicheiev
ExcluirSegue link de uma postagem justamente sobre ele:
http://bruxotricolor.blogspot.com.br/2014/09/pequenas-historias_20.html
50 jogos 27 gols,baita media.
ResponderExcluirTem jogadores que chegam com renome, jogam varios jogos e fazem miseraveis 2 ou 3 gols (ex. Henrique Almeida).
ExcluirÉ uma loteria,em 2007, o Grêmio trouxe o Amoroso, baita jogador; não fez nada, virou banco de um menino da base: Carlos Eduardo.
ResponderExcluirE o Kayke não vem mais.
ResponderExcluirVictor
ResponderExcluirEu não era um crítico à contratação dele, mas não empolgou em nenhum momento.