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terça-feira, 7 de março de 2017

Opinião

Lamentável


Lamentável, mas a gente vai se acostumando com parte de nosso glorioso jornalismo esportivo gaúcho, incompetente e maldoso.

Para começar a explicar como parte dessa imprensa se comportou no episódio Geromel versus Brenner, recorro a uma historinha lá dos anos 70 sobre a análise dos discos dos Rolling Stones.

Depois de lançar o excelente Exile on Main Street em 72, os ingleses entraram numa crise de criatividade, no entanto, sem perder a majestade.

Havia um jornalista  brasileiro do mundo da música, hoje falecido, por isso cito apenas as suas iniciais (EN) que era doente pela banda de Keith Richards. A cada álbum novo, uma crônica favorável. Para ele, o mundo estava diante de outra obra-prima “stoniana”. Um exagero dele.

Bom! Quando os Stones apareciam com um disco mais recente, este jornalista começava a crônica mais ou menos assim: “Depois do último trabalho pouco inspirado, a banda volta com toda a força aos seus melhores dias". Isto é, só criticava depois que o álbum virava passado, página virada, assim EN segurava a onda, não criticava na hora certa, reduzia os danos e fazia o seu “comercial”, consertando mais tarde, conservando a sua credibilidade.

Pois no episódio da lesão de Geromel, ouvindo agorinha à tarde o mais fajuto comentarista esportivo gaúcho, ele, que  é colorado, mas se diz torcedor do Flamengo (falta-lhe a coragem), revivi as análises dos discos dos Stones, ou seja, passados vários meses, este comentarista não viu maldade nem gravidade no lance de Brenner em Geromel. Violência e maldade, ele vira no cotovelaço de William em Miller Bolaños, aquele sim, uma jogada abominável.

Ah! Tá bom, pergunto: Por que essa indignação tardia? Por que só agora ele constata o descalabro que foi o lance em cima do equatoriano?

Amigos, daqui há alguns meses, quando ocorrer fato semelhante ao do último Grenal, provavelmente este comentarista estará absolvendo a agressão (se for conveniente para ele) e vai lembrar que lance imprudente, passível de cartão vermelho fora aquele de Brenner em Geromel em 2017.

É um deboche, um insulto a nossa inteligência.

26 comentários:

  1. A minha indignação foi tão grande, que postei duas crônicas em curto espaço de tempo. Eu precisava.

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  2. Pensa no mais vaselina, aquele que um time faz um gol e ele acha merecido, o outro vira e ele acha que já estava merecendo, o primeiro time empata e ele acha "nada mais justo" o empate, o que virou faz mais um e ele acha que agora o placar espelha o que se vê em campo, o segundo empata novamente e diz que foi um prêmio merecido para quem nunca desistiu e assim vai ...

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    1. Tu "tá" inspirado, eheheheheheh...

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    2. Bah, tenho prestado pouca atenção nos comentaristas. De qual rádio ou emissora é o vivente?

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    3. Essa dica não vale, Bruxo, essa é a cartilha de quase todos os comentaristas para nunca errarem. E em Grenal então! Nunca haverá resultado injusto em Grenal, porque entra o fator medo ou falta de personalidade: como contrariar a torcida do time que venceu? Um empate é "justo" até os 47min do segundo tempo, então o goleiro do time que passou o jogo amassando e empilhando chances chuta o tiro de meta nas pernas do seu zagueiro e a bola entra, gol a vitória do time retrancado, vitória "justa" segundo o comentarista que tremerá em dizer que não foi - dirá que foi injusta no Grenal seguinte...

      Mas se ele diz que é flamenguista, deve ser o medíocre Maurício Saraiva, um dos tantos disparates da falida imprensa esportiva gaúcha, com todos os seus antigos bons comentaristas mortos, gagás ou aposentados, todos sem reposição à altura. Esse Saraiva, lembro, é do tipo de palerma que fica dois dias no Rio e volta ao sul chiando, botando banca de malandro, descolado, entendido das coisas cariocas, seja de samba ou futebol (e não é só ele! Ainda vou entender porque gaúcho é tão obcecado pelo Rio.) E fica mais ridículo porque ele gosta de se fazer de garotão engraçadinho sendo velho desde os tempos de repórter!

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    4. Realmente, são poucos os que mantêm a coerência mesmo que o placar não reflita o que se viu no campo.
      Os bons ficaram no passado, infelizmente.

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    5. Realmente, são poucos os que mantêm a coerência mesmo que o placar não reflita o que se viu no campo.
      Os bons ficaram no passado, infelizmente.

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  3. Não escuto as rádios do RS Bruxo, fala logo o nome desse imbecil!!!! Mas é muito descaramento mesmo!

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  4. Mais uma pista: O cara é "multimídia"; está em todas as frentes.

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  5. Eu digo: Adroaldo Guerra Filho, vulgo Guerrinha.

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  6. Na trave, Micheiev! Este não esconde que é colorado.

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  7. Mauricio Saraiva

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  8. Estava ouvindo o Grenal pela rádio Gaúcha. Na hora do lance, o comentarista de arbitragem, Diori Vasconcelos, Chamou a atenção dizendo que a arbitragem havia errado. Que, no minimo, teria que marcar a falta e mostrar cartão para o Brenner. Ele estava certo.

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  9. Gelton
    Cara de coragem, esse Diori, porque os demais acharam acidental.

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    1. Gosto do Diori. Analisa friamente o lance. Fez curso de árbitro e dá um pitacos bem legais.

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    2. Jornada esportiva na Gaúcha, só se eu estiver na casa de alguém e não quiser fazer uma desfeita. Só ficaram os cabeções.

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    3. Bruxo, dependendo do narrador, até ouço. Não sou afeito a ouvir pela Gaúcha. Curto a Guaíba faz tempo, mas às vezes, se um narrador não for bom, procuro outras rádios.
      Um cara que era um show narrando, mas ficou sem saco para narrar é o Haroldo de Souza, que está na GRENAL. Não gosto mais de ouví-lo. Acho que cansou.

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  10. Falando em arbitragem, pra mim não foi penalty do Paulão no Pedro Rocha.

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    1. Não, Glaucio! Porque achei que o Paulão fez a falta, apesar de ter acertado na bola.

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  11. Bruxo, vou arriscar as iniciais do jornalista: "NG", sendo que o "N" é um redutor no nome.

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    1. Vou ficar na minha; é interessante, porque achei que o pessoal ia acertar de cara. Errei feio.

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  12. Glaucio
    Se fosse fora da área, o juiz sequer hesitaria. Discordo do amigo, para mim; pênalti
    .

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