Pequenas Histórias
(151) – Ano – 1977
Tia Joana
Fonte: Revista Placar |
Gastón Fernandez, novo
contratado gremista, dono de um bom currículo, inclusive com uma Libertadores,
trouxe a curiosidade do apelido: La Gata, o que gerou uma pequena polêmica
entre os torcedores. Uma bobagem, porque o que interessa é o resultado dentro
de campo. Eu gosto do apelido. Ajuda a distingui-lo da mesmice de fulano
gaúcho, beltrano cearense, cicrano paulista, etc...
No Brasil de chuteiras
encontramos ao longo de sua história alguns nomes curiosos e salientes, casos
de Dedé de Dora, atacante do ABC de Natal e do Cruzeiro de Belo Horizonte nos
anos 80; antes dele, um centroavante goleador com nome de boneca da fábrica
Estrela, Beijoca, grandalhão do Bahia que andou até pelo Flamengo nos 70. Tem o Eduardo Sasha, irmão mais novo de um certo Xuxa, ambos da base do Coirmão. Vale lembrar que Sasha é a filha da gaúcha Xuxa Meneghel.
Nessa mesma década
(70), Telê Santana promoveu direto dos infanto-juvenis para os profissionais os
meias Leandro, que virou Jorge Leandro e Tia Joana, que não conseguiu ser
Renato Lima, seu nome de batismo. Dois meninos que foram campeões gaúchos em
77. Vide foto acima: Renato Lima (cabelo black power) e Leandro, os dois primeiros agachados da esquerda para a direita.
Renato nasceu com a
“cara” de sua tia, a Joana e era de uma família de boleiros; eu diria, a
Família Lima do futebol; Roberto era chamado de Astronauta e compôs a “nominata”
estranhíssima do meio de campo do Cruzeiro de Porto Alegre: Juarez, Trouxinha e
Astronauta. O outro irmão, Romário, era camisa 9, começou no Inter sendo
campeão da Taça São Paulo num timaço cujo ataque era Dalmir, Romário e Rovanir.
Ele empilhou gols pelas equipes do interior do RS. Por último, o caçula Edson
Lima, que possuía um apelido mais conhecido e menos modesto: Edson Pelé.
Ruy Carlos Ostermann
sobre a estreia de Renato Lima escreveu em sua crônica no Correio do Povo:
“...Renato Lima é Tia Joana, apelido infame , digno do futebol de rua - e é bem
de lá que ele veio com sua irresistível carga de infância e descompromisso...”
Tia Joana estreou com
16 anos recém completados (05/07/61) em Agosto de 77 diante do Brasil de Pelotas no Olímpico,
numa noite de quarta-feira, improvisado na ponta-esquerda no lugar de Éder, um
dos quatro desfalques da equipe (Eurico, Oberdan e Yúra).
Telê mandou a campo:
Walter Corbo; Vílson Cereja, Atílio Ancheta, Tadeu Vieira e Ladinho; Vítor
Hugo, Tadeu Ricci e Leandro; Tarciso, André e Renato Lima. Claudinho e Luís
Carlos entrariam nos lugares de André e Renato Lima.
O Brasil treinado por
Oswaldo Barbosa: Gilberto; Tino, Sommer (Vavá), Raul Santos e Euclides; Carlinhos,
Alceu e Jaci; Mickey, Luís Fernando e Tadeu.
O Tricolor passou com
sobras, empilhou chances, porém, converteu apenas uma na primeira etapa; Vilson
cruzou da direita, Tino quis se antecipar a André, no entanto, cabeceou errado
e marcou contra. 1 a 0. Decorriam 19 minutos. Ficou assim a primeira fase do
espetáculo.
A goleada foi
consolidada bem cedo: Aos 12 minutos, o goleiro Gilberto deu rebote em arremate
de Tarciso e Ancheta o aproveitou, empurrando para as redes. 2 a 0.
Aos 17, André tabelou
com Vílson, entrou na área driblando e na saída do arqueiro xavante concluiu,
definindo o placar final. 3 a 0.
O time do Olímpico
tirou o pé do acelerador, mesmo assim, manteve o amplo domínio até o final do
jogo.
Tia Joana teve
participação discreta, aliás, como foi toda a sua passagem pelo Imortal. Ele
ainda jogaria mais dezessete vezes no time principal, sem marcar um único gol.
Seu tento isolado no
Grêmio foi num encontro com o Rio-grandense de Rio Grande, quando o time
reserva, chamado de Expressinho venceu de virada por 2 a 1 (Ari Castro, Daniel Cardaccio
e Renato Lima, nessa ordem).
O apelido não
atrapalhou a carreira de Renato Lima, talvez tenha sido a precocidade de seu
aproveitamento, característica discutível dos trabalhos de Telê Santana, que prejudicou
entre outros, Jorge Leandro e Reinaldo, este, lançado no Galo mineiro com
apenas 15 anos. Antes dos 20, já não possuía mais os meniscos, apesar disso, é
considerado o melhor atleta do clube mineiro.
Ao contrário do
alegretense Tia Joana, Gata Fernandez convive bem com o apelido. Aos 33 anos, ainda
tem muita lenha para queimar. Provavelmente, começará a escrever sua história
no Imortal à partir deste Domingo diante do Veranópolis.
Fontes:
Correio do Povo
Arquivo Pessoal do amigo Alvirubro
PS: Lembrei do meia atacante do Palmeiras na década de 70 chamado Toninho Vanusa, porque tinha uma cabeleira parecida com a da cantora da Jovem Guarda, Vanusa
PS: Lembrei do meia atacante do Palmeiras na década de 70 chamado Toninho Vanusa, porque tinha uma cabeleira parecida com a da cantora da Jovem Guarda, Vanusa
Realmente, o futebol brasileiro é pródigo em apelidos de jogadores.
ResponderExcluirNa atualidade, isso até tem caído no esquecimento, ou está sendo pouco usado, pois os jovens jogadores, para tentar galgar algum lugar mais expressivo no futebol europeu ou asiático, já optam pelo nome composto, deixando de lado o apelido jocoso.
Encontramos, em jogadores antigos do futebol gaúcho, muitos apelidos interessantes, tais como: Badanha, Bavú, Bichinho, Bode, Bolacha, Capincho, Carancho, Casaca, Cavaco, Chatinho, Chinês, Dinga, Duzentos, Faéco, Filó, Foguinho, Garnizé, Geca, Granada, Janela, Marujo, Mocinho, Niquelagem, Padeiro, Rancho, Risada, Sardinha, Tijolada, Tom Mix, Venenoso.
Pelo Brasil afora, vimos desfilar pelos gramados Adhemar Pantera, Aguia Negra, Alberto Leguelé, Alberto Tulica, Bacurau, Baiaco, Balula, Belisco, Biluca, Bimbinha, Birunga, Borrachinha, Borracha, Brecha, Buzuca, Cabinho, Cabrita, Cafuringa, Canhoteiro, Capeta, Carlinhos Maracanã, Carlinhos Mocotó, Chico Explosão, Chiquinho das Araras, Chocolate, Cicero Capacete, Claudio Radar, Claudio Sapo, Didi Pedalada, Dito Cola, Edson Cimento, Edson Trombada, Edu Bala, Ernani Banana, Fernando Camutanga, Fifi, Flecha, Fogueira, Folha, Fumanchu, Ganga, Garapa, Gato Preto, Geraldo Mula, Geraldo Touro, Gilberto Voador, Grapete, Heli Cotucha, Helio Sururu, Hélio Show, Jorge Demolidor, Jorge Siri, Jorginho Carvoeiro, Juca Baleia, Juca Show, João Carlos Cueca, João Carlos Motoca, Kaneco, Katinha e uma infinidade de outros tantos apelidos. Alguns fizeram história e outros caíram no esquecimento.
O caso do Tia Joana é interessante. Cresceu dentro do Grêmio sendo chamado pelo apelido, embora ele não gostasse se ser chamado assim. Tanto é que quando foi jogar nos profissionais do Grêmio, em 1977, a primeira coisa que fez foi pedir que parassem de chamá-lo pelo apelido.
De qualquer modo, não foi o apelido que atrapalhou a carreira do então jovem craque gremista.
Alvirubro
ResponderExcluirMarco Antonio Boiadeiro, Pedrada, Garrincha,Tarugo, Detefon,Flávio Caça-Rato,Sapatão, Botinha.
De fato, eheheheheheh...Peguei meu arquivo de jogadores e fui passando os olhos rapidamente, sem me deter muito, e parei na letra K. Apelidos interessantes que encheriam uma página inteira, se formos até o fim do alfabeto.
ExcluirIsso sem falar nos "apelidos pátrios", utilizados largamente pelo Brasil afora, para descrever a origem de determinado atleta e diferenciá-lo de homônimos. Por óbvio, Gaúcho, Carioca, Paulista, Mineiro, Baiano, Potiguar, Pernambucano nem geram mais grande interesse em saber o motivo do uso.
Outros, no entanto, deixam sempre uma curiosidade a quem lê ou ouve. Por exemplo: Ventilador, atacante que jogou no VITORIA (BA), AMERICA (RN) e TIRADENTES (PI), nos anos 70. Por qual motivo ele recebeu esse apelido?
Eheheheh...Dá um livro e tanto se alguém ousar escrever sobre esse tema.
E o lateral esquerdo do Flamengo da década de 70 chamado Tinteiro?
ExcluirE o Onça?
ExcluirEscreveste sobre o Dalmir, o Romário e o Rovanir. Mais um exemplo que nem sempre o jogador que explode na base confirma no time principal.
ResponderExcluirRovanir e Romário foram testados, mas não aprovaram. Tiveram poucas chances, é verdade, mas a empolgação com eles, acabou não se confirmando no Beira-Rio e eles seguiram destino em clubes menores pelo Interior do RS e Brasil afora.
Dalmir era chamado de Mica e o Valdomiro (Vaz Franco) o considerava seu sucessor.
ExcluirTime da Taçã São Paulo de 1979
ResponderExcluirGRÊMIO
Jurandir, Nestor, Baidek, Júlio, Casemiro, Giovani, Valdir, Renato Lima, Odair, Zé Ilo, Paulo Matos.
Havia ainda Giba, Brasil, China dentre outros.
Um ano antes, em 1978, o Inter que conquistou a TAÇA SÃO PAULO tinha: Décio, Lauri, Caxias, João Carlos, Joaquim, Jorginho (Roberto), Cléo (Huguinho), Tonho, Dalmir, Romário, Rovanir (Gérson).
ResponderExcluirJoão Carlos, pai dos gêmeos Diego e Diogo, Joaquim, pai do Bruno Soneca.
ResponderExcluirJoaquim jogou com o lateral Manoel no Nóia, então ficou assim: Manoel, lateral direito e Joaquim, lateral esquerdo.
Manoel é pai do Maicon, lateral direito da Seleção Brasileira.
O Décio, goleiro, jogou em vários times do Interior gaúcho. Jogou até aqui no Coloradinho.
ExcluirLembro dele; especialmente na Serra e lógico, no Coirmãozinho santamariense. Era pegador de penalidades.
ExcluirTonho campeão da América pelo Grêmio, acho que do Mundo também (?).
ResponderExcluirSim. Estava no elenco! Tanto que jogou no dia 13.12.1983, um amistoso contra o América do México, no retorno do Japão, no empate em 2x2 no tempo normal e que na decisão por pênaltis o Grêmio acabou conquistando a Taça Los Angeles, que alguns pesquisadores afirmam ser a Copa Interamericana. 6x5 para o Tricolor. Tonho bateu um dos pênaltis e o goleiro defendeu.
ExcluirNa verdade, a Copa Interamericana foi disputada em anos diversos e nesse ano de 1983, a Conmebol não programou o enfrentamento entre o Campeão da Libertadores e o Campeão da Concacaf.
De qualquer maneira, Tonho estava no jogo e participou da festa do título Mundial.
Bruxo, o Mica também foi testado e as chances foram as mesmas dadas ao Romário e o Rovanir. Uma meia dúzia de jogos e acabou ali o sucessor do Valdô. Jogou com Luiz Fernando, Anchieta, Adílson Miranda, Peri...
ResponderExcluirVocê saberia me informar o elenco do primeiro time campeão da tacinha, acho que foi 77 do Coirmão? Tinha gente muito boa, se não me engano.
ResponderExcluirBruxo, a atual Copa São Paulo teve início em 1969, com o nome de "Robertinho". Uma referência ao "Robertão", disputado pelos profissionais.
ResponderExcluirNos primeiros anos, 1969 a 1971, a Copa São Paulo era disputada apenas pelas 4 grandes equipes da capital paulista (Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Portuguesa).
Apenas a partir de 1971 ela foi aberta para outros clubes. O Grêmio foi o primeiro representante gaúcho na Copinha, em 71, e o Inter participou pela primeira vez em 72.
Na primeira participação do Inter, o time já chegou à Final e marcou presença.
O jogo final foi assim:
Internacional (RS) 1x2 Nacional (SP)
Data: 25.01.1972
Local: Pacaembu, São Paulo
Gols: Arnaldo 30' do 1º; Pedrinho 25', Adão 40' do 2º
Internacional
Cláudio, Norival, Cedenir, Valter, Escurinho II, Falcão, Jair, Clóvis, Pedrinho, Marco Antônio, Soares
Nacional
Antônio, Valdir, Fernando, Paulo, Arnaldo, Cido, Adão (Luciano), Assis, Vicente, Zé Roberto, Toninho
Em 1974, foi o primeiro título colorado:
Final
25/01/1974 - Portuguesa 1x2 Inter
Local: Pacaembu - Árbitro: Paulo Souza Arruda
Gols: Araujo 18' do 1º tempo, Luiz Fernando 19 do 2º tempo; (Na prorrogação Inter 1 a 0 gol de Luiz Fernando, aos 12').
Portuguesa: Hermes; Pedrinho, Gonçalves, Paulo (Julinho) e Araujo Alemão e Esquerdinha; Luis Lima (Souza), Maisena, Eudes e Bispo.
Inter: Claudio; Chico Fraga, Cedenir, Edson Soares e Escurinho II; Máximo (Batista), Caçapava e Clóvis; Jair, Luiz Fernando e Soares (Lino). Técnico: Abílio dos Reis.
Cano de time, Clóvis, irmão de Cláudio Duarte. Esse Luis Fernando é o Trierweiller? Se é ele, o cara empilhava gols pelo XV de Novembro de Campo Bom no futebol amador.
ExcluirSim, é ele mesmo.
ExcluirJogou no Grêmio, também, em 1985.
ExcluirEm 1980, o Inter voltou a vencer a Taça São Paulo:
ResponderExcluirFinal
20/01/1980 - Internacional 3x0 Atlético MG
Local: Pacaembu (SP)
Árbitro: José de Assis Aragão
Gols: Sílvio 5', Popéia 13' e Rogério (pênalti) 27' do 2º
Internacional: Gilmar; Antônio Augusto (Califa), João Carlos, Amauri e Paulo Omar; Ico, Jorginho e Rogério; Popéia, Sílvio e Giba (Borracha.)
Atlético: Martinelli; Tonhão, Fred, Alexandre e Erado (Salvador); Paulo Martins, Helinho e Jânio (Marco Aurélio); Ludo, Henry e Tita
O Grêmio chegou a uma final, em 1991, contra a Portuguesa
ResponderExcluirPortuguesa 4x0 Grêmio
Data: 26 de janeiro de 1991
Estádio do Pacaembu, São Paulo
Árbitro: Ulisses Tavares da Silva
Gols: Dener 10'; Sinval 45' do 1º tempo; Tico 27'; Pereira 30' do 2º tempo
Portuguesa
Paulo Luís; Josias, Souza (Ricardo), Baiano e Romam; Maninho, Dener e Cícero; Tico, Sinval e Pereira
Grêmio
Danrlei; Leonel, Luis Carlos, Grotto e Emerson; Edvaldo (Miguel), Jamir e Mabília; Luciano André, Rubens (Rui) e Alexandre
Tico e Sinval que mais tarde jogaram no Imortal, além de Dener, é claro.
ExcluirOk, eu quis dizer justamente o primeiro Inter campeão; lembro, inclusive de Falcão jogando a Copinha bem antes, nos "idos tempos".
ResponderExcluirSobre apelidos, o Grêmio teve um lateral esquerdo na base que chamava- se Trezentos, que era um craque, mas nunca confirmou no profissional
ResponderExcluirO Inter tinha um zagueiro chamado Paredao, que era bem tosco, mas foi o primeiro brasileiro a jogar no Chelsea e jogou um bom tempo no Benfica de Portugal.
Coisas do futebol.
Esse Trezentos não jogou na década de 80? Tenho uma vaga lembrança.
ResponderExcluirEu sou Ederson filho de trezentos Ederson Galvão dos santos Ribeiro
ResponderExcluirSou filho de trezentos
ResponderExcluirBeleza, Éderson.
ResponderExcluirPor onde jogou o Trezentos?