Pequenas Histórias (162) - Ano - 1968
A Primeira Vitória Oficial sobre o Bahia
1968 talvez tenha sido o ano mais intenso dos últimos cinquenta anos da Humanidade. América da Norte, do Sul, Europa; todos tiveram acontecimentos marcantes como as mortes de Martin Luther King, Robert Kennedy, o Maio dos Estudantes Franceses, a Primavera de Praga e no Brasil, a morte do estudante Edson Luís e o endurecimento da Ditadura com a criação do AI-5 em Dezembro, que retirou de vez qualquer resquício de democracia sobrado dos primeiros quatro anos da infâmia de Março de 64.
Nesse ambiente seguia o futebol com o Roberto Gomes Pedrosa que passava a ser chamado informalmente de Robertão, tal qual hoje chamamos o campeonato nacional de Brasileirão.
Ele começava com dois grupos, A e B. Num, o Corinthians fechou no final de Setembro, a liderança com cinco vitórias em cinco jogos; noutro, o Grêmio assumiu a ponta com duas vitórias e três empates, portanto, campanha mais modesta que o clube paulista. Por pontos perdidos, ele ficava atrás do Vasco que precisava jogar a sua partida da rodada.
No dia 29 de Setembro, em Porto Alegre no Estádio Olímpico, o hepta campeão gaúcho encarou o Bahia e venceu por 2 a 1.
Sérgio Moacir mandou a campo: Alberto; Renato, Ari Hercílio, Áureo e Everaldo; Jadir e Paíca; Flecha, Leal, Alcindo e Loivo. Entraram Sérgio Lopes no lugar de Paíca e Wolmir no de Alcindo.
O Bahia de Paulo Amaral utilizou na partida: Édson Borracha (Jurandir); Zé Oto, Jaime, Itamar e Aílton; Amorim e Eliseu; Okada (Cagê), Brígido, Moraes e Canhoteiro.
O predomínio total nos dois tempos do Grêmio ocorreu tanto tática quanto fisicamente. A retranca e a violência dos baianos foram as armas para impedir a vitória, porém, se mostraram insuficientes, apenas deixaram Leal e Flecha lesionados.
O Tricolor por vezes, retribuiu a deslealdade nordestina, que até atrapalhou o bom desempenho azul. Isso só redundou em expulsões, no caso, Aílton e Flecha e Édson Borracha escapou pela frouxidão do árbitro Jaime Câmara que não assinalou uma penalidade máxima, após agressão do arqueiro que desferiu um pontapé nas costas de Alcindo que se lesionou.
O placar foi movimento aos 25 minutos, quando Flecha fez ótima jogada pela direita, driblando duas vezes o seu marcador (Aílton), cruzou para a área, onde estava Alcindo; o Bugre cabeceou violentamente e decretou o 1 a 0. Outra fonte diz que Alcindo (na foto, o de frente) tabelou com Flecha e arrematou com um chute sem chances para o goleiro. Fica a dúvida.
Aos 38 minutos foi a vez do lateral Renato evoluir pela direita, servir Flecha, que repetiu a jogada do primeiro gol, desta vez o cabeceio foi do estreante Leal (vindo do Pelotas). 2 a 0. Aqui, uma ressalva, outra fonte credita para o ponta esquerda Loivo o gol; curiosamente, uma "bomba" de pé esquerdo. Fica a dúvida novamente da autoria e forma do segundo tento.
O Bahia descontou na fase final com Cagê aos 16 minutos, marcando de escanteio, ou seja, gol olímpico.
Os destaques do confronto foram todos do lado gremista: Renato, Flecha, Paíca e especialmente, Everaldo, sendo considerado o maior jogador em campo.
Assim transcorreu o primeiro embate oficial no Olímpico entre os tricolores, gaúcho e baiano.
Fonte: Foto e dados do arquivo pessoal do amigo Alvirubro
PS: Recebi a informação do colega Daison Santana que o segundo gol foi realmente de Leal.
No dia 29 de Setembro, em Porto Alegre no Estádio Olímpico, o hepta campeão gaúcho encarou o Bahia e venceu por 2 a 1.
Sérgio Moacir mandou a campo: Alberto; Renato, Ari Hercílio, Áureo e Everaldo; Jadir e Paíca; Flecha, Leal, Alcindo e Loivo. Entraram Sérgio Lopes no lugar de Paíca e Wolmir no de Alcindo.
O Bahia de Paulo Amaral utilizou na partida: Édson Borracha (Jurandir); Zé Oto, Jaime, Itamar e Aílton; Amorim e Eliseu; Okada (Cagê), Brígido, Moraes e Canhoteiro.
O predomínio total nos dois tempos do Grêmio ocorreu tanto tática quanto fisicamente. A retranca e a violência dos baianos foram as armas para impedir a vitória, porém, se mostraram insuficientes, apenas deixaram Leal e Flecha lesionados.
O Tricolor por vezes, retribuiu a deslealdade nordestina, que até atrapalhou o bom desempenho azul. Isso só redundou em expulsões, no caso, Aílton e Flecha e Édson Borracha escapou pela frouxidão do árbitro Jaime Câmara que não assinalou uma penalidade máxima, após agressão do arqueiro que desferiu um pontapé nas costas de Alcindo que se lesionou.
O placar foi movimento aos 25 minutos, quando Flecha fez ótima jogada pela direita, driblando duas vezes o seu marcador (Aílton), cruzou para a área, onde estava Alcindo; o Bugre cabeceou violentamente e decretou o 1 a 0. Outra fonte diz que Alcindo (na foto, o de frente) tabelou com Flecha e arrematou com um chute sem chances para o goleiro. Fica a dúvida.
Aos 38 minutos foi a vez do lateral Renato evoluir pela direita, servir Flecha, que repetiu a jogada do primeiro gol, desta vez o cabeceio foi do estreante Leal (vindo do Pelotas). 2 a 0. Aqui, uma ressalva, outra fonte credita para o ponta esquerda Loivo o gol; curiosamente, uma "bomba" de pé esquerdo. Fica a dúvida novamente da autoria e forma do segundo tento.
O Bahia descontou na fase final com Cagê aos 16 minutos, marcando de escanteio, ou seja, gol olímpico.
Os destaques do confronto foram todos do lado gremista: Renato, Flecha, Paíca e especialmente, Everaldo, sendo considerado o maior jogador em campo.
Assim transcorreu o primeiro embate oficial no Olímpico entre os tricolores, gaúcho e baiano.
Fonte: Foto e dados do arquivo pessoal do amigo Alvirubro
PS: Recebi a informação do colega Daison Santana que o segundo gol foi realmente de Leal.
Um pouco da estatística desse encontro:
ResponderExcluirGRÊMIO x BAHIA - NA HISTÓRIA DO CONFRONTO
45 jogos
17 vitórias do Grêmio 37,78%
16 empates 35,56%
12 derrotas 26,67%
50 gols marcados pelo Grêmio 1,11 por jogo
41 gols marcados pelo adversário 0,91 por jogo
PELO BRASILEIRO DA SÉRIE A - DESDE 1971
31 jogos
10 vitórias do Grêmio 32,26%
13 empates 41,94%
08 derrotas 25,81%
34 gols marcados pelo Grêmio 1,10 por jogo
30 gols marcados pelo adversário 0,97 por jogo
PELO BRASILEIRO DA SÉRIE A - DESDE 1971 - EM PORTO ALEGRE
12 jogos
05 vitórias do Grêmio 41,67%
07 empates 58,33%
13 gols marcados pelo Grêmio 1,08 por jogo
04 gols marcados pelo adversário 0,33 por jogo
JOGOS OFICIAIS EM PORTO ALEGRE
16 jogos
09 vitórias do Grêmio 56,25%
07 empates 43,75%
19 gols marcados pelo Grêmio 1,19 por jogo
05 gols marcados pelos adversários 0,31 por jogo
Obs: em jogos oficiais, o Grêmio não perdeu para o EC BAHIA, em Porto Alegre.
Os cinco gols sofridos pelo Grêmio, em Porto Alegre, tiveram como defensores da meta gremista os seguintes goleiros:
Alberto (1 gol)
Danrlei (3 gols)
Marcelo Grohe (1 gol)
Considerando amistosos em Porto Alegre, lembro de uma derrota para o Bahia por 2x1 em 1996 no Olímpico. A partida marcou a reestreia de Jardel após tentativa frustrada de jogar no Glasgow (se bem me lembro).
ExcluirUm dos poucos jogos de Manoel Tobias com a camisa do Grêmio, diga-se de passagem.
Boa lembrança, Rafael
ExcluirJá havia esquecido desta experiência com o Manoel Tobias, o craque do futsal da época.
Sim, foi a única derrota. Como bem lembraste, amistoso.
ExcluirRafael, dá uma confirmada nos teus dados. O Jardel fez sua reestreia no Tricolor no jogo anterior a esse contra o Bahia. Foi no GRENAL do dia 17.03.1996. Ele entrou no lugar do Sílvio, no decorrer da partida. O jogo contra o Bia foi dia 20.03.1996.
ExcluirO Grêmio do GRENAL do dia 17.03.1996 - Danrlei, Arce, Rivarola, Adílson Batista, Róger, João Antonio, Luiz Carlos Goiano, Emerson (Zé Alcino), Carlos Miguel, Paulo Nunes, Sílvio (Jardel).
Acho que o Manoel Tobias não chegou a entrar em campo contra o Bahia, nesse amistoso, apesar de ter participado de alguns jogos exatamente nessa fase. Pelos meus dados, foram 12 jogos do Tobias, no período de Janeiro a Abril de 1996.
Alvirubro, ainda não cheguei a esse ano no meu tabelamento de dados.
ExcluirAliás, 1996 foi o meu segundo ano de jogos no Olímpico. Puxei pela cabeça porque lembro dessa época (ou pelo menos pensava lembrar hehehe).
Em relação a Jardel, realmente tu tens razão. Ele jogou no Grenal no Beira-Rio três dias antes da partida contra o Bahia. Segundo o jornal Zero Hora do dia seguinte, o centroavante "sentiu a inatividade; errou um gol imperdível".
Em relação a Manoel Tobias, não tenho nenhum recorte da época para verificar. Mas acredito em teu levantamento. Devo estar me confundido, afinal lá se vão 20 anos.
Obs.: aproveito para te agradecer pelo perfil dos dois atletas abaixo. Obrigado.
A Campanha no Robertão de 1968
ResponderExcluir01.09.1968 - Grêmio 1x1 SE Palmeiras
08.09.1968 - Grêmio 3x0 A Portuguesa de Desportos
11.09.1968 - Grêmio 0x0 C Náutico C
22.09.1968 - Grêmio 1x1 São Paulo FC
29.09.1968 - Grêmio 2x1 EC Bahia
06.10.1968 - Grêmio 0x0 Bangu AC
09.10.1968 - Grêmio 2x0 CR Vasco da Gama
12.10.1968 - Grêmio 1x0 Botafogo FR
17.10.1968 - Grêmio 1x2 SC Corinthians P
20.10.1968 - Grêmio 0x0 C Atlético Mineiro
24.10.1968 - Grêmio 1x0 CR Flamengo
27.10.1968 - Grêmio 1x1 C Atlético Paranaense
20.11.1968 - Grêmio 0x1 Cruzeiro EC
24.11.1968 - Grêmio 0x0 SC Internacional
27.11.1968 - Grêmio 1x3 Santos FC
01.12.1968 - Grêmio 3x1 Fluminense FC
16 jogos
06 vitórias do Grêmio 37,50%
07 empates 43,75%
03 derrotas 18,75%
17 gols marcados pelo Grêmio 1,06 por jogo
11 gols marcados pelos adversários 0,69 por jogo
Os jogadores que atuaram naquele Campeonato:
Alberto, Arlindo, Espinosa, Renato Silva, Everaldo, Ary Ercílio, Aureo, Paulo Souza, Cléo, Jadir, Paíca, Sérgio Lopes, Babá, Flecha, Oyarbide, João Severiano, Leal, Alcindo, Loivo, Volmir
Alvirubro
ExcluirGrupo praticamente o mesmo que o Obino herdou em 69. Para ver como é a coisa.
Somaram-se a eles, em 69, mais alguns jogadores: Jair, Breno, Adílson Rosa, Clayrton, Davi, Di, Fiorese, Hélio Pires, Júlio Amaral, Tupanzinho.
ExcluirPosso estar enganado mas, pelos nomes listados, creio que os jogadores menos conhecidos desse elenco seriam Leal e Renato Silva.
ResponderExcluirTerias maiores informações sobre ele, Alvirubro, tais como nome completo e/ou data de nascimento?
Apelido: LEAL
ExcluirNome: José Leal Nunes
Posição: MC
DN: 15/09/1941, Tijucas, SC, BRA
Carreira
Olímpico (SC) (1965), Pelotas (RS) (1966 a 1968), Grêmio (RS) (1968 a 1969), Pelotas (RS) (1969), Palmeiras (SC) (1970 a 1971).
Apelido: RENATO SILVA
Nome: Renato Pires da Silva
Posição: Lateral
DN: 16/11/1940, Porto Alegre, RS, BRA
Carreira
Grêmio (RS) (1961 a 1965), São Paulo (SP) (1965 a 1968), Grêmio (RS) (1968 a 1969), São Paulo (SP) (1970), Cruzeiro (RS) (1970 a 1971), Pontagrossense (PR) (1972 a 1974), Paulista (SP) (1974), Operário (PR) (1975).
Obrigado, Alvirubro
ExcluirTinha outro nome como se fosse dele.
Esse Palmeiras fundiu-se com mais outro ou alguns, originando o Blumenau.
O Renato(Silva) teve uma passagem boa pelo São Paulo; lembro que tinha a foto dele nos jogos de botões. Era um bom lateral.
ResponderExcluirO Leal, ontem, o Daison lembrou a passagem dele pelo São José de Porto Alegre.Esse jogo que postamos, eu lembro. Tinha 9 anos.
Segundo o colega,trata-se de Jorge Vander Miranda Leal.
ResponderExcluirhttp://adalbertoday.blogspot.com.br/2009/11/jornal-folha-de-blumenau-leal-o-craque.html
ExcluirBruxo, talvez o Daison esteja utilizando este jogador:
ExcluirApelido: LEAL
Nome: José Vander Miranda Leal
Posição: Atacante
Data Nasc.: 12/10/1941
Local Nasc.: Uruguaiana, RS
Carreira: São José(RS) (1959 a 1964), Pelotas(RS) (1964 a 1965), São José(RS) (1965 a 1967), Barroso São José(RS) (1968 a 1971).
Apenas como informação, o Leal que jogou no Grêmio, era catarinense.
Então, o Vander Leal não jogou no Imortal?
ExcluirBruxo, como escrevi acima, o Leal que jogou no Grêmio era catarinense. Se o Vander Leal era gaúcho, não é o mesmo jogador. Pode até ser que haja erro no local de nascimento do Vander. Que ele também seja catarinense. Enfim, vou confirmar outra vez nos meus dados.
ExcluirEnciclopédias!
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