Renato e os novos Sashas
Sábado
retrasado assisti com meu sobrinho e minha filha um faroeste-spaghetti, O Dia
da Ira com Giuliano Gemma e Lee Van Cleef. Era a história de um bastardo, Scott
(Gemma) desprezado e humilhado por toda a sua cidade, até que conheceu um
pistoleiro, Frank Talby (Cleef) que lhe ensinou a arte de se defender.
Um
dia, na última lição, o pistoleiro feriu de morte um oponente. Quando este
agonizava, ele apontou a arma e Scott tentou impedir, o pistoleiro disse,
depois de dar o tiro derradeiro e mortal, que não se deve dar chances nestas
situações, porque lá na frente, eles poderiam se arrepender com o ressurgimento
do inimigo.
O
Grêmio errou ao dar arreglo ("arrego") nos Grenais decisivos do
Gauchão. Deveria ter dado o golpe final. A citada ética entre os profissionais
da bola, justificativa para o "pacto" naquela ocasião é sempre
inaceitável, quando isso vem associado à falta de respeito para com uma legião de 8 milhões de gremistas no
planeta. O que resultou disso? O que o
Grêmio ganhou com isso? O surgimento de novos "Sashas", os
deslumbrados "Rossis, Dourados e Cuestas" que nada ganharam na vida.
Menos
mal, que este "remake" poderá ter o mesmo desfecho do original. Para
quem não lembra, após a valsa de Sasha, vieram 4 títulos gremistas e um
rebaixamento vermelho, afinal, o ano não termina em Setembro.
Renato
teve acertos e erros ontem. Os acertos ficam por conta de agir vigorosamente
com aquela parcela da imprensa (que bem conhecemos e ele mais ainda) que
resolveu "se criar" para cima dele e do Grêmio após o clássico.
Sabemos todos que muitos profissionais da área esportiva possuem um jeito muito
especial de administrar as suas carreiras, atos que não se aprendem na
cadeira de Deontologia no curso. Pena que este acerto do treinador foi fora das
quatro linhas.
Os
erros ficam por conta dele e da Direção gremista; uns decorrentes de outros,
exemplificando: Leonardo Moura só é titular, porque Madson se revelou um
equívoco, idêntico caso de Jael, que seria apenas uma alternativa; diante do
fracasso colossal de André, virou titular. Convém lembrar que ninguém
desaprovou a contratação do camisa 90, mas não dá para persistir no erro.
O
buraco no meio de campo é consequência da demora do treinador em efetivar os
jovens e porque não dizer, da falta de definição do Departamento Médico quanto
às reais condições de Maicon e Michel para encararem um ano tão atribulado.
Cícero,
um dos ungidos, demarcou um "quadrilátero" dentro do gramado e ali
permanece a maior parte do jogo. Não é culpa dele se manter na condição de
titular. Ser "cascudo" também é se auto-proteger. Ele o faz com muita
sabedoria. Pena novamente, que o resultado desta ação, não serve para o time.
Outro
erro está em não detectar corretamente o que ocorre com Luan. É falta de
parceria dentro de campo? São problemas extra-campo? É técnico ou de natureza
psicológica seu problema? Resolve sacá-lo do time?
Juninho
Capixaba veio fazer turismo em Porto Alegre? O que é necessário para Marinho se
adaptar mais rapidamente ao grupo/time?
Bressan
é mais uma daquelas insistências nocivas para o time. Por que não a opção pelo
rodado Paulo Miranda, agora perfeitamente entrosado com o grupo?
Enfim,
são muitas questões, umas, eu consigo dar pitaco, outras, daqui, distante do
olho do furacão fica impossível, ainda assim, deixo uma sugestão impostergável,
inadiável: A contratação de um 9 para o restante da Libertadores, já que o
Brasileirão, mais uma vez, o Grêmio desprezou.
Apesar
de tudo isso, se Marcelo Lomba não esperasse até o último instante o movimento
de Geromel, provavelmente, hoje estaríamos comentando sobre um empate no
Grenal.
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