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sábado, 26 de janeiro de 2019

Pequenas Histórias



Pequenas Histórias (209) - Ano - 1978


A Dança

Fonte:Correio do Povo

Na longa história de confrontos entre Grêmio e Juventude, a partida mais polêmica é aquela de 25 de Outubro de 1978; 4 a 3 para o clube da Serra no Olímpico.

Naquele Regional, a fórmula do certame era tão enrolada que em uma determinada fase dele, o mais  interessante para o Imortal era perder para se garantir na fase seguinte do campeonato. Vencendo, classificaria o Inter de Santa Maria se este na mesma rodada, em casa, goleasse o São Borja, missão muito difícil entre disputas de times do Interior.

Como se sabe, o Grêmio perdeu por 4 a 3, o que foi bom para ele, assim como, a derrota da Alemanha Ocidental para a outra Alemanha, a Oriental na Copa do Mundo de 1974; estranha, é verdade, mas que tirou o Brasil do caminho dela nas oitavas-de-final, Copa essa ganha por ela  em cima da poderosa Holanda. Esta providencial derrota, tirou do caminho os brasileiros e encontrou os holandeses só na final. Foram estratégicos.

Tudo o que escrevi acima é do conhecimento de todos os gremistas que se interessaram ou viveram o episódio; mas houve outros acontecimentos incomuns naquele Gauchão que a mídia e os torcedores, não sabem ou não querem lembrar. Não atenuam a derrota gremista, nem mudam os fatos, porém, detalham o contexto. Vamos a eles:

Na rodada que antecedeu esta derrota do Grêmio, ocorrida numa quarta-feira à noite, portanto, no final de semana, também o Tricolor utilizou reservas para encarar uma "parada torta" em Passo Fundo; jogou contra o temível Gaúcho. Venceu com um gol contra do zagueiro Cláudio. 1 a 0.

Outros pontos esquecidos pela história; naquela noite, 25 de Outubro, o Internacional foi a Caxias do Sul, encarou o Caxias, treinado por Carlos Froner e utilizou time reserva. Perdeu por 1 a 0, único resultado que interessava para o clube serrano prosseguir no campeonato.

Em Santa Maria, Estádio Presidente Vargas (Baixada Melancólica), mesmo horário de Grêmio e Caxias, assisti apenas o segundo tempo, visto que o meu curso era diurno, mas justamente na Quarta-feira, eu tinha uma cadeira noturna entre 19:30 e 21:30 h. Chegamos eu e Carlinhos (um dos quatro Carlos Alberto da turma) e ele muito conhecido, conseguiu que (nós) assistíssimos na Social, embora em pé na entrada deste setor. Estava cheio o estádio, tanto que a arquibancada de madeira do outro lado (geral) desabou, onde estava outro colega, o Molz, outro Carlos Alberto, saudoso goleiro de nosso time que veio a falecer anos depois, quando voltava de Júlio de Castilhos, onde defendia o clube de lá no futebol de várzea.

Pois não é que mesmo com times equilibrados, o Coloradinho impôs a tão necessária goleada de 4 a 1 num São Borja irreconhecível? Um resultado "fora da curva".

No jogo do Olímpico, Telê Santana usou: Remi; Valdoir, Baidek, Adilson (Vílson Cereja) e Serginho; Valderez, Rubenval e Valdir; Botelho, Everaldo e Jurandir.

Ênio Andrade montara um forte Juventude naquele ano: Vandeir; Jorge, Gonçalves, Edson e Sanches (Renato Cogo); Cacau, Amauri e Assis; Flecha, Plein (Vânio) e Ivanildo.

Os gols foram de Valdoir, Rubenval e Serginho para o Tricolor; Amauri (duas vezes) e os ex-gremistas Plein (pênalti) e Flecha para o Juventude.

Depois disso tudo, reservas em Porto Alegre, reservas em Caxias do Sul, uma surpreendente goleada em Santa Maria, dá para concluir que a bruxa andou solta nos estádios gaúchos naquela noite no Rio Grande amado e que os clubes interessados na classificação dançaram conforme a música que lhes foi apresentada.

Fonte: Jornal Correio do Povo






9 comentários:

  1. Bruxo, o “formulismo” cria os monstros e para explicar, no futuro, como tudo aconteceu, se gasta um tempo danado. Vamos ver se dá para entender esse Gauchão de 1978, que teve nada mais, nada menos do que nove clássicos GRENAL.

    Eram quatro torneios dentro de um só campeonato, inclusive com nomes distintos:

    1) Copa Presidente Rubens Hoffmeister – 1ª Fase do Campeonato Gaúcho de 1978, sem os clubes que disputavam o Campeonato Brasileiro (Internacional, Grêmio, Caxias, Brasil-Pel e Juventude).

    Os clubes desta fase:
    Atlético-Car, Bagé, Cruzeiro-PoA, Esportivo, Estrela, Gaúcho, Guarany-Bag, Inter-SM, Novo Hamburgo, Pelotas, Santa Cruz, Santo Ângelo, São Borja, São Paulo.

    Esportivo e Novo Hamburgo fizeram as finais, assegurando vaga para o Hexagonal Final do Campeonato de 1978 (Copa 60 anos da FGF).

    2) Copa Governador do Estado – 2ª Fase do Campeonato Gaúcho de 1978, incluídos os clubes que haviam participado do Campeonato Brasileiro. A fase teve quatro grupos, onde os clubes de um grupo jogavam contra os do outro grupo (Grupo A x Grupo B) e (Grupo C x Grupo D), em turno e returno. Cada clube teve 10 jogos.

    Grupo A: Grêmio, Inter-SM, São Paulo, Guarany-Bag, Novo Hamburgo
    Grupo B: Internacional, Estrela, Bagé, Farroupilha-Pel, Santa Cruz
    Grupo C: Juventude, Gaúcho, Brasil-Pel, Cruzeiro-PoA, São Borja
    Grupo D: Esportivo, Caxias, Pelotas, 14 de Julho, Santo Ângelo

    Os campeões de cada grupo (Grêmio, Internacional, Juventude e Esportivo) fizeram as semifinais da Copa Governador do Estado. Os enfrentamentos deram GRENAL e Juventude x Esportivo. Internacional e Esportivo fizeram a final da Copa Governador e o Internacional ganhou um ponto extra pelo título da fase, assegurando vaga para o Hexagonal Final do Campeonato de 1978 (Copa 60 anos da FGF).

    Como o Esportivo já estava classificado para o Hexagonal final, o Juventude ganhou a outra vaga e assegurou a estada na fase final, via indireta.

    Até aqui, temos Esportivo, Novo Hamburgo, Internacional e Juventude classificados para o Hexagonal Final do Gauchão de 1978. Faltavam mais dois clubes.

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  2. 3) Copa Estado do RS – 3ª Fase do Campeonato Gaúcho de 1978 – Esta fase manteve os quatro grupos da 2ª fase, porém os clubes jogavam em turno e returno. Cada clube teve 10 jogos. Os enfrentamentos eram (Grupo A x Grupo C) e (Grupo B x Grupo D).

    (Grupo A x Grupo C): Grêmio e Juventude classificados para as semifinais da Copa Estado do RS
    (Grupo B x Grupo D): Internacional e Caxias classificados para as semifinais da Copa Estado do RS

    Foi nesta fase que aconteceu a confusão, que levou o Grêmio a escolher o melhor caminho para o Hexagonal Final.

    Na última rodada da fase de classificação, o Grêmio enfrentaria o Juventude no estádio Olímpico.
    O Grêmio já havia assegurado o primeiro lugar do grupo AxC por antecipação. A briga envolvia Juventude e Inter-SM, com diferença de um ponto entre eles, no 2º e 3º lugar do grupo AxC.
    Dois deles fariam a fase semifinal da Copa Estado RS. O Grêmio, já garantido, e a briga entre Juventude e Inter-SM.
    Passando o Juventude (já classificado anteriormente para o Hexagonal final), o Grêmio já estaria automaticamente na fase final. Passando o Inter-SM, abriria a possibilidade de a vaga não ser confirmada, pois uma derrota para o Caxias, adversário do clube na semifinal, tiraria o clube do Olímpico do Hexagonal.

    As semifinais foram formadas por Grêmio, Caxias, Inter e Juventude. Como os dois últimos já estavam classificados para o torneio decisivo, Grêmio e Caxias automaticamente garantiriam as duas últimas vagas.

    Ou seja, os mata-matas desta fase acabaram valendo pelo ponto extra que o Internacional conquistou, ao vencer essa 3ª Fase do Gauchão.

    Se o Grêmio vencesse o Juventude, as semifinais poderiam ser formadas por Grêmio, Caxias, Inter-SM e Inter-PA, sendo que apenas o Inter-PA já estaria classificado para o torneio final. Os outros três teriam que lutar por duas vagas. Na prática, a derrota gremista classificou o Grêmio e o Caxias.

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    1. Que loucura! Li e reli esta primeira parte, o cara era um "gênio", o que bolou tal regulamento.

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  3. 4) Copa 60 anos da FGF – Hexagonal final do Campeonato Gaúcho de 1978 – Esta fase foi jogada em turno e returno. Cada clube teve 10 jogos.

    Clubes participantes: Grêmio, Novo Hamburgo, Internacional, Juventude, Esportivo e Caxias.

    O Grêmio terminou a fase em 1º lugar, com 16 pontos ganhos. O Internacional em 2º lugar teve a mesma pontuação. Lembrando que os dois pontos extras obtidos anteriormente, deram ao Internacional os 16 pontos, o que obrigou a realização do GRENAL final, em 17.12.1978, no Olímpico.
    A campanha colorada no Hexagonal Final do Gauchão de 1978 foi fraca. Seis empates em 10 jogos. Quatro vitórias. Os dois pontos extras levaram o Colorado aos 16 pontos.
    O Grêmio teve seis vitórias e quatro empates nessa fase final. Os mesmos 16 pontos, com melhor desempenho.

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  4. 1978 e 1987 são anos emblemáticos na disputa do clássico GRENAL.
    Tivemos 10 clássicos em cada ano. Ou seja, em 24 meses, 20 clássicos GRENAL no Rio Grande do Sul.
    Em 1978, um jogo pelo Brasileiro e nove jogos pelo Gauchão.
    Em 1987, repetiram-se os números de 1978.

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  5. Alrubro!
    Vamos combinar que uma dezena de Grenais é ruim para todos. Mesmo numa década que o Imortal até foi bem, a de 80.

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    1. Perfeito! Uma demasia. Banalizaram os clássicos.

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  6. Alvirubro, uma pergunta:

    Durante o comando dos tecnicos Carlos Frôner, Sergio Moacyr, Valdyr Espinosa e Celso Roth, houve algum jogo que eles não puderam comandar, sendo substituído por algum auxiliar?

    Dos números que postaste certo tempo atrás, diferem alguns números que tenho: Carlos Frôner 316 ou 321 jogos, Sergio Moacyr 247 ou 249 jogos, Valdyr Espinosa 220 ou 221 jogos e Celso Roth 219 ou 220 jogos.

    Podes postar os números deles por cada passagem pelo Imortal e se houve algum auxiliar comandando algum jogo?

    Agradeço pela resposta. Rafael.

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  7. Rafael,
    Não sei o que tu contas na tua lista de jogos. Olhando apenas os números, fica difícil afirmar quais as diferenças.
    Envia um e-mail para alvirubro1805@gmail.com, com os jogos de cada técnico, que eu vejo onde estão as diferenças.

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