Opinião

A Cultura Tricolor

Lendo o que a Zero Hora apresentou nesta Terça-Feira sobre a estatística da defesa gremista, seja no baixo número de gols este ano (1 em 7 partidas), índice que se aproxima da performance apresentada em 2007 sob a batuta de Mano Menezes, quando foram 8 jogos e 2 gols sofridos, ambos, justamente no oitavo, seja no histórico da dupla Kannemann e Geromel que aponta que atuando juntos, sofreram gols pela última vez em 06 de Outubro do ano passado, é certo afirmar que o momento defensivo gremista é quase único neste início de temporada.

Repito, é quase único com a proximidade de quebra de recordes, mas não é algo inédito no clube em sua longa trajetória. A cultura de saber se defender está no DNA azul.

Nos últimos 60 anos, seis treinadores se sobressaíram na arte de tomar poucos gols, isto é, montar o time, começando por arrumar a "cozinha" para depois pensar em fazer gols.

São eles: Foguinho, Sérgio Moacir, Carlos Froner, Luiz Felipe, Mano Menezes e Renato Portaluppi.

O atual treinador está na sua terceira passagem pelo clube, três estágios diferentes nestes 2010, 2013 e 2016-19. Ele foi de Rafael Marques e Paulão a Geromel  e Kannemann, antes passando por Werley, Rhodolfo e Bressan (3-5-2), não esquecendo o trio Victor-Dida-Grohe.

Li e ouvi muitas vezes que um time começa por saber se defender e eu concordo plenamente; aliás, aceito o contrário desde que o ataque seja composto por Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe; talvez Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo ou mais recentemente, Suárez, Messi e Neymar.

Renato sempre foi um atacante ofensivo, "de ir para dentro" do adversário, mas como treinador, soube "ler" o que os jogos lhe apresentaram e vem se dando bem.

Se não houver surpresas, é candidato a reescrever a história dos treinadores gremistas, ultrapassando os "pesos-pesados" da mitologia Tricolor.