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sábado, 13 de abril de 2019

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (214) - Ano - 1989


O Goleiro que amava pegar Pênaltis

Fonte:http://rebote.weebly.com:
Sempre acreditei que pegar penalidades máximas não era sorte ou mero acaso. O grande Gilmar, bicampeão mundial pelo Brasil e Santos, dizia que o segredo era "um olho na bola, outro no pé do batedor". Virou um goleiro mitológico, muito pelos pênaltis que pegava, dois deles em único jogo contra a Inglaterra no lendário estádio de Wembley.

No último meio século (1969-2019), Mazaropi foi o maior mestre nesta arte no arco gremista. Não tenho os seus números, mas essa fama chegou com ele quando desembarcou em Porto Alegre e assim permaneceu pelas suas duas passagens no Olímpico.

Mazaropi carrega uma marca que dura 30 anos, isto é, uma geração; qual seja: O último arqueiro tricolor a pegar pênalti num Grenal.

Em Maio de 1989, exatamente na tarde do 28, Beira-Rio, o Imortal treinado por Cláudio Duarte foi para o clássico com: Mazaropi; Alfinete, Luis Eduardo, Vílson e Hélcio; Jandir, Cristóvão, Cuca e Assis; Kita e Paulo Egídio. Mais tarde fez entrar Lino e Nando Lambada, saindo Cuca e Paulo Egídio.

Abel Braga utilizou: Taffarel; Norberto, Norton, Aguirregaray e Casemiro; Bonamigo, Luis Carlos Martins e Luis Fernando; Heider, Nilson e Ado, depois Diego Aguirre.

O Coirmão ainda estava zonzo com a pancada de 11 dias antes (farei uma PH especial na data, 17/05), a queda em seu estádio na semifinal da LA para o Olímpia e o Grêmio vinha sendo remontado pelo Cláudio Duarte (3 meses depois, 02/09, seria o primeiro campeão da Copa do Brasil).

Ainda assim, jogando em casa, largou na frente aos 17 minutos, Luis Fernando Rosa Flores cabeceou sutilmente, deixando Mazaropi sem ação. Cruzamento de Ado.1 a 0.

Num jogo cheio de erros defensivos de ambos os lados, o Tricolor chegou ao empate no último minuto regulamentar do primeiro tempo com o volante Jandir surpreendendo Cláudio Taffarel num "foguete" de fora da área no ângulo. 1 a 1. Assim terminou a primeira fase.

Logo a 1 minuto do segundo tempo, Alfinete levantou uma bola com força, encontrando Cristóvão que superou o zagueiro colorado na cabeça e deu lindo passe para Kita. O camisa 9 não deixou a pelota cair e deu um sem pulo de esquerda no lado direito do arco. Virada, 1 a 2.

Passados mais 10 minutos, isto é, aos 11, Paulo Egídio, notável ponta esquerda, driblou a defesa colorada todinha e bateu forte; o goleiro ficou estático. Golaço que Éverton Cebolinha assinaria sem hesitar. 3 a 1.

Aos 26 minutos, Renato Marsiglia assinalou penalidade máxima contra o Imortal. O zagueiro Nórton cobrou e Mazaropi defendeu, mantendo o 3 a 1 que acabou sendo o definitivo.

O Grêmio assumiu a ponta da tabela (seria penta campeão naquele ano), ultrapassando o Inter que enfrentou a ira da torcida, esta pediu a saída de Abel Braga.

Ninguém poderia imaginar que passados 30 anos e 11 penalidades cobradas pelo Coirmão, todas efetivadas, o velho Maza se manteria como o derradeiro arqueiro tricolor a pegar pênalti em clássico Grenal.

Seguem os gols gremistas, infelizmente não achei a defesa:



Fonte: Arquivo Pessoal do amigo Alvirubro




7 comentários:

  1. Talvez o Alvirubro possa postar estes pênaltis defendidos pelo Mazaropi no Imortal.

    Acho que na historia tricolor, o Mazaropi seja o goleiro que mais defendeu pênaltis pelo Imortal nos 90 minutos.

    Michel-SC.

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    1. Talvez Alberto. É uma boa questão para o Alvirubro e demais historiadores e estatísticos do blog.

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  2. Talvez o Lara, Alberto e Victor possam ter números parecidos.

    Michel-SC.

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  3. Bruxo,
    certamente, o treinamento de goleiros foi aquele que mais avançou nos últimos 20 anos.
    Lembro-me que no futebol dos finais de semana, da adolescência, os dois piores do grupo eram escolhidos para goleiros. Não tinham o domínio da bola. Ou seja, os bons "jogavam na linha", como se dizia; os ruins poderiam se salvar defendendo os chutes, como arqueiros.
    Voltando ao futebol profissional de então, esse tipo de ideia que citei acima não passava longe da realidade. O boleiro aparecia para treinar e já ia fazer testes para goleiro, caso não mostrasse intimidade com a bola.
    Já fiz uma busca, na memória, dos nomes de grandes goleiros, desde o início da década de 70, que vimos jogar. Cito alguns: Leão, Raul, Mazurkiewicz, Andrada, Mazaropi, Manga, Cejas, Picasso, dentre tantos outros.
    Todos eles tinham uma preparação sem grandes qualidades. O treinador e um auxiliar faziam o trabalho que hoje está direcionado a profissionais que estudam desde os movimentos a serem feitos para a defesa até a reposição de bola. Há técnica para ensinar um jovem a ser um goleiro. Já começa pela mais elementar escolha: a altura. Jovens com 1,85m de altura nem passam mais na triagem.
    Pois com todo o estudo à disposição de verdadeiros estudiosos, o que temos pelo mundo afora, são goleiros altamente qualificados, a ponto de grandes clubes pagarem fortunas para tê-los em seus clubes.
    Essa capacitação passou a fazer parte dos objetivos primordiais dos clubes que buscam títulos. Um grande clube não pode prescindir de um grande goleiro, afinal é ele, em última análise, que garante a taça no armário.
    Fico aqui imaginando se aqueles goleiros de outrora tivessem equipes preparadas para fazê-los jogar o máximo que sua condição técnica poderia oferecer ao clube. Manguita fenômeno seria quase imbatível.

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  4. Alvirubro
    Valdir Moraes, Renner, Palmeiras e Seleção foi o primeiro a ter essa preocupação. Merece um lugar muito especial na história do futebol brasileiro.
    Essa "tecnologização" do futebol, eu sou sestroso. Lembra de Garrincha?
    Pode ser outros tempos, mas Maradona que é relativamente recente, está aí para desmentir.
    A própria preparação da base santista, dispensa a padronização de outros clubes. Talvez seja o clube com maior número de craques recentes.

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  5. Alvirubro, com bola rolando quem pegou mais pênaltis e em quais jogos?

    Rafael.

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    1. Rafael, não tenho completa a relação. Estou tabulando os dados. Dependo de leitura das crônicas dos jogos.
      Como faço as buscas da dupla GRENAL, o trabalho tem que ser dividido.
      Quando eu concluir as buscas, vou propor ao Bruxo uma publicação sobre o que foi possível apurar.
      Tenha certeza que não é simples achar tantas informações.
      São quase 11 mil jogos da Dupla GRENAL.
      Infelizmente, pênaltis perdidos não constam em fichas técnicas publicadas por jornais. Essa é uma falha do nosso jornalismo esportivo.
      Só vamos descobrir ao ler o histórico do jogo.

      Vale essa resposta às indagações do Michel-SC.

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