Expectativas ou Ambições
Continuando o olhar sobre o
que ocorre com treinadores no mercado brasileiro.
Penso que causas diferentes
levam a períodos longos. Exemplificando: Renato quando pegou o Grêmio, um modelo de condução administrativa (muito mais do que o que ocorria nas 4
linhas) estava em curso.
No caso do ex-camisa 7, seu
carisma e identificação com o clube associados a quebra do jejum de conquistas de mais de uma
década deram a tranquilidade, o respiro que tantos comandantes técnicos
gremistas ambicionavam e necessitavam. Algo parecido que o título de 77 deu aos anos posteriores.
A capacidade profissional de
Renato mais o êxito da política de investimentos na base foram o empurrão para os títulos em curto espaço de tempo e sua longevidade.
E o que explica casos como o de Odair e Cláudio Tencati? Ouso arriscar que a explicação está na expectativa do futuro incerto e a redução da exigência, da ambição; semelhante ao que ocorreu com Mano em 2005 no Imortal.
A gestão devastadora da época com a "cereja"do bolo pela turma da Swat Colorada, dilacerou o presente vermelho. A ambição imediata virou subir da B para o seu verdadeiro lugar. Odair cumpriu isso sem o brilho do título, mas curou as feridas. Ficaram as cicatrizes que ele não teve participação.
Surgiram novos desafios e a exigência mudou de patamar. Aí faltou algo, um golpe de sorte, talvez competência ou quem sabe "mão de obra" mais adequada para esse novo tempo, a ponte para o sucesso e tolerância da massa torcedora. Essa ponte tinha nome: conquista da Copa do Brasil. Hoje, mesmo com essa sequência de derrotas, vencida a Copa do Brasil, os torcedores estariam rindo à toa e celebrando o técnico.
A mesma ponte que Mano cruzou, quando era cobrado, questionado na última passagem pelo Cruzeiro; aí veio aquela bola na pequena área gremista, surgiu a falha, Hudson subiu e cabeceou. Junto com o gol, ele garantiu o emprego do treinador e sua longevidade à frente do azulão.
Resumindo: Não tem uma receita pronta, nem uma explicação definitiva para a longevidade de alguns treinadores nos grandes clubes brasileiros.
Bruxo, sei que o assunto é outro, mas peço que vc reveja os melhores momentos da semi de 2017 com o Cruzeiro. Acabei de fazer isso, não houve a tal falha do Grohe, é o jogador que está marcando Udson que não sobe. Outra coisa na decisão por penaltis Grohe pega duas.
ResponderExcluirCarlos
ResponderExcluirOk. Vou dar uma olhada.
Outro fator que contribui é como anda a administração do clube. Como é a gestão dos dirigentes. No Grêmio, por exemplo, o que contribui é que vivemos uma era com uma grande direção que tem feito um bom trabalho, isso "facilita" a vida do treinador. Olhando pro São Paulo já é o oposto, uma direção vaidosa e que não sabe o que quer, e um clube antes temido passou a ser sinônimo de fiasco nas campanhas recentes, com alta rotatividade de treinadores. O Cruzeiro também tem uma direção complicada, o incêndio que veio nessa temporada já havia começado lá por 2017 nos mineiros.
ResponderExcluirTem o fator elenco, quanto mais estelar e badalado pior vai ser pro professor administrar os egos e vaidades. Saindo do exemplo brasileiro, olha esse relato do Roberto Carlos sobre o vestiário os Galáticos do Real Madrid: https://trivela.com.br/roberto-carlos-cortar-cerveja-e-vinho-dos-jogadores-contribuiu-para-queda-de-luxemburgo-no-real-madrid/
Por fim deixo outro link, ontem Roger Machado deu uma aula sobre racismo na sua entrevista pós jogo: https://www.youtube.com/watch?v=HR8MRrqTpAg e https://globoesporte.globo.com/ba/futebol/times/bahia/noticia/em-campanha-contra-o-preconceito-roger-alerta-negar-e-silenciar-e-confirmar-o-racismo.ghtml
Lipatin
ResponderExcluirExcelente contribuição; tenho comigo, embora este adágio sofresse alterações com o passar do tempo, o seguinte: Em Roma, aja como os romanos. Ainda mais num grupo como o do Real Madrid.
O racismo ele existe, é forte, mas penso que no futebol e na música, ele é onde menos está exposto. O fato de não haver mais treinadores negros, diz mais respeito ao surgimento de grandes técnicos.
ResponderExcluirLuxemburgo papava tudo que era título, a discussão ficou em segundo plano.
quis dizer ao aparecimento de grandes técnicos negros.
ResponderExcluir