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sábado, 11 de abril de 2020

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (230) - Ano - 1989


O Jóquei

Fonte: https://www.hojeemdia.com.br/

Leio que Renato poderá em 2020 se tornar o treinador gremista com maior número de jogos na biografia azul; também, que há chances de superar os brasileiros em participações na casamata na Libertadores, pois já ultrapassou Muricy Ramalho e está próximo da marca do líder, Luiz Felipe. Logo ele, que já é o único brasileiro com conquista como jogador e treinador do torneio sul americano.

Isso decorre de seus méritos, mas igualmente, da retaguarda dos dirigentes que seguraram a barra, quando ele cometeu erros ou oscilou à frente do vestiário e do gramado. É convicção associada ao mérito de acertar na escolha.

Técnicos ganham jogos, títulos, marcam seus nomes na memória dos clubes, não são apenas coadjuvantes como demonstra Jorge Jesus e no passado, Ênio Andrade e Telê Santana; nomes vitoriosos. Repito: É convicção associada ao acerto na escolha. 

Lembro de um equívoco estupendo dos dirigentes há cerca de 30 anos (1989), quando foram buscar fora do Estado o ex-jogador Procópio Cardoso (foto acima), mineiro com um currículo interessante quando atleta, porém, à época, um treinador com títulos modestos à frente do Galo e da Raposa, ambos de Minas Gerais.

Procópio chegou tecendo grandes elogios: "sem querer desmerecer os outros clubes por onde passei, este é o que melhores condições oferece", prosseguiu: "Para mim, o importante é o talento. Não faço distinções entre futebol-força e futebol-arte. Acho que devem andar juntos". O problema é que estava pegando o time após uma derrota em Grenal e tendo apenas  duas rodadas para o fim do Brasileirão. Ficou a dúvida: Uma troca no início daquele Dezembro era planejamento para o ano seguinte ou uma improvisação inconsequente?

No dia 03, Estádio Olímpico, diante do São Paulo, Procópio estreou sem saber que aquela partida seria a única como treinador do Imortal. Pediu demissão no meio da semana seguinte. Uma decepção para ele e com certeza, para o clube.

O comandante técnico usou: Mazaropi; Alfinete, Luis Fernando, Luiz Eduardo e Vílson; Géverton, Lino, Darci e Assis (Adilson Heleno); Kita e Paulo Egídio (Almir).

Carlos Alberto Silva escalou: Gilmar Rinaldi; Neto; Adilson, Ricardo Rocha e Nelsinho; Flávio, Raí e Bobô (Cafu); Mário Tilico, Nei Bala (Paulo César) e Edivaldo.

Aos 10 minutos da primeira etapa, Edivaldo cabeceou, aproveitando falha da zaga e de Mazaropi, este, por estar adiantado. 1 a 0.

Aos 34 minutos, Mário Tilico driblou Vilson, Mazaropi e "partiu para o abraço". 2 a 0.

Kita conseguiu diminuir o escore num vacilo do setor defensivo paulista. 1 a 2.

O segundo tempo seguiu na mesma toada, o São Paulo mais organizado, sempre contundente, tanto que aos 23 minutos, Raí entrou driblando a zaga e definiu o placar. 3 a 1.

José Roberto Wright foi o árbitro e a renda foi ridícula para o tamanho deste confronto: 4.109 pagantes.

A torcida ficou na bronca com o técnico estreante, especialmente pelas substituições, por isso, as vaias.

Dois dias depois, no final da tarde da Terça-feira, Procópio se disse aborrecido com a atitude dos torcedores e pediu demissão, surpreendendo o mundo esportivo gaúcho.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro






15 comentários:

  1. A falta de convicção sempre foi certeza de maus trabalhos, Bruxo.
    Paulo Sérgio Poletto durou 3 meses, em 1990. Evaristo terminou o ano.
    Em 1991, Claudio Duarte durou 15 jogos ou menos de 3 meses.
    Dino Sani sobreviveu aos meses de Abril e Maio.
    Espinosa completou o ano e durou até a 5ª Rodada da Série B, em Fevereiro de 1992. Ernesto Guedes durou até Setembro. Claudio Garcia durou dois meses e Mazaropi concluiu o ano de 1992.
    Em 1993, Sérgio Cosme conseguiu chegar em Junho e Cassiá não alcançou dois meses de trabalho. Até que chegou Luiz Felipe Scolari, em Agosto de 1993.

    O Internacional passou por momentos de escolhas erradas. Deves lembrar de 1989, após a saída de Abel Braga, que teve uma Libertadores da América na mão e deixou escorrer pelos dedos, diante do Olimpia, no Beira-Rio.
    Teve a chance de se recuperar logo depois, em dois clássicos GRENAL: uma derrota por 3x1, no Beira-Rio e um empate, no Olímpico. Não houve jeito de mantê-lo e Abel foi demitido na segunda metade de Junho de 1989.
    A partir daí, os colorados viram a convicção dos dirigentes ser colocada em prática:
    1989 - Paulo César Carpegiani -17 jogos
    1989 - Bráulio - 6 jogos
    1989 - Carbone - 8 jogos
    1990 - Claudio Duarte - 6 jogos
    1990 - Ernesto Guedes - 11 jogos
    1990 - Levir Culpi - 4 jogos
    1990 - Valdyr Espinosa - 15 jogos
    1990 - Ernesto Guedes - 5 jogos
    1990 - Orlando Bianchini - 11 jogos

    Depois de Bianchini, Enio Andrade assumiu, para dar fim a uma verdadeira insensatez por parte de quem dirigia o clube.

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  2. Quando escrevia essa postagem, lembrei do Levir no Inter.

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    1. E a "convicção" no Guedes, em 1990?
      Deixaram o homem 11 jogos, para demiti-lo. Depois, certamente, devem ter repensado e o contrataram outra vez: por mais 5 jogos!

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  3. e a convicção "celso roth'; 2002 demitem o cara que estava encaminhando o Inter para o rebaixamento, 2010, o Mazembaço, aí os mesmos dirigentes o trazem para salvar o clube do rebaixamento em 2016, depois de afundar o Coritiba e Vasco.
    Estranho.

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    1. Isso! Há passagens pródigas na Dupla GRENAL. Dignas de estudo profundo.

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  4. Em 1994, a direção colorada foi buscar esse mesmo Procópio Cardoso, para assumir o time, depois da saída de Antonio Lopes. O técnico durou menos de 45 dias, no clube.
    Apressadamente, os dirigentes correram atrás de Claudio Duarte, para botar o time nos trilhos.
    Olha, Bruxo, os anos 90 foram realmente de decisões prá lá de amadoras.

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  5. Outro exemplo de convicção: em 2008, a direção gremista começou com Vagner Mancini, que durou seis jogos.
    Celso Roth desembarcou no Olímpico e só foi demitido, em 2009, porque jogou 7 clássicos e não venceu nenhum.
    Além disso, perdeu dois campeonatos para o Internacional, sendo que em 2008, não chegou à final.
    Roth já havia trabalhado no Clube em 98/99 e 2000. Mesmo assim, ainda treinou o time em 2011.
    Convicção pura!

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    1. 2008/09 foi muito complicado pra avaliar Roth, à exceção do mal aproveitamento de Douglas Costa, o Grêmio vivia uma fase de inferioridade em relação ao inter, e no Brasileiro houve muito favorecimento de arbitragens ao São Paulo.

      Tanto que Autuori veio e o máximo que conseguiu foi ganhar um Grenal do brasileiro.

      Sei que não é esse o tema do tópico, mas fica a ressalva.

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    2. Glaucio
      Pode ser complicado, mas é difícil explicar 14 pontos à frente do segundo colocado, situação da segunda rodada do returno e deixar o título escapar.

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    3. Limitação técnica do time, alguns erros do treinador. Muito daquela campanha foi graças ao Victor.

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    4. E um meio de campo que funcionou bem, Rafael Carioca e William Magrão.

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    5. E Tcheco. É meio incoerente, mas uma das coisas que atrapalhou aquele time foi a chegada do Souza. Não tinha como ser reserva, mas não cabia no time...

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    6. Tenho comigo que foi o aumento salarial extemporâneo que a Direção deu para o treinador no final do primeiro turno. Erro estratégico, tanto que o treinador no final do ano chamou o vice de futebol, Krieger, de neófito.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. CELSO ROTH na Dupla GRENAL:

      01/1997 até 06/1998 - INTERNACIONAL
      08/1998 até 09/1999 - GRÊMIO
      08/2000 até 12/2000 - GRÊMIO
      08/2002 até 11/2002 - INTERNACIONAL
      02/2008 até 04/2009 - GRÊMIO
      07/2010 até 04/2011 - INTERNACIONAL
      08/2011 até 12/2011 - GRÊMIO
      08/2016 até 11/2016 - INTERNACIONAL

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