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sábado, 4 de julho de 2020

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (237) - Ano - 1956


Um Gre-Cruz em dois meses

Fonte:gremiopedia.com
O campeonato gaúcho foi interrompido; lá se vão mais de 100 dias sem ele e em praticamente  todos os certames no Brasil seguindo na mesma batida. Uma interrupção quase inédita, só vista em 1923 nos pagos gaúchos, quando da luta entre Chimangos (antigos Pica-paus) e Maragatos.

Aí, eu recebi um material do amigo Alvirubro sobre uma partida que interrompida, levou quase dois meses para ser concluída. Um Grêmio versus Cruzeiro começando no feriado de 15 de Novembro de 1956 e só sendo concluído no final do ano, depois do Natal, mais exatamente no dia 27 de Dezembro.

O Tricolor de Foguinho formou com esses onze da foto com uma pequena dúvida: Milton saiu jogando ou foi Delém? Sabe-se  que ambos participaram do confronto. Um no lugar do outro, única troca do Grêmio.

O Cruzeiro de Joni usou nos dois tempos: Amaury (Enio); Gregório e Bruno; Nonô (Neno), Salvador e Cará; Tesourinha II, Rudimar, Hermes (Figueiró II), Nardo e Jarico (Ruarinho).

Aos 14 minutos, Vieira abriu o marcador para o Tricolor. A partir deste tento, a agremiação cruzeirista passou a distribuir botinadas, tornando a partida muito violenta, contando com a fraca atuação do árbitro. 

Aos 42 minutos, Juarez cabeceou, Amauri apesar de sofrer encontrão do atacante, defendeu , no entanto, deixou o "balão" escapar, entrando no arco. A equipe da Colina Melancólica reclamou da falta do centro avante gremista no arqueiro Amauri. Após um momento de hesitação, o juiz Alfredo Bernardo Torres, confirmou o gol, fato que gerou grande revolta entre os visitantes, em especial, Rudimar que acabou expulso.

Os atletas gremistas se dirigiram ao arco de Sérgio Moacir e apenas assistiram a cobrança forte do adversário que cercou o árbitro. Sem conseguir conter os ânimos, faltando 3 minutos para o final do primeiro tempo, a partida foi interrompida.

Sem datas disponíveis de imediato, a conclusão só ocorreu no final do campeonato já com ele decidido, isto é, com o Grêmio campeão metropolitano.

Na volta para o complemento do jogo, o Cruzeiro tentou anular a expulsão de Rudimar, porém, foi mantido o relatório da súmula, desta forma, com 10, perdendo por 2 a 0, o Cruzeiro virou presa fácil. Contra si ainda, o Olímpico recebeu o público de portões abertos, lotando o estádio com a massa em estado de euforia pela conquista do título.

A partida teve 3 minutos faltantes do tempo inicial, um intervalo de 5 e logo o reinício para a segunda fase. 

Logo aos 15 minutos, Hercílio arrematou forte, Salvador tentou evitar, mas acabou marcando contra. 3 a 0.

Aos 34 minutos, novamente em grande jogada, Hercílio cruzou para Juarez, o Tanque, cabecear ampliando. 4 a 0.

Em tarde inspirada, Hercílio aos 44 minutos marcou um gol olímpico, sacramentando a goleada: 5 a 0.

Começava a Era Oswaldo Rolla no Imortal, período de 12 títulos em 13 anos, além de uma revolução tática e física no futebol gaúcho.

Com o seu humor cáustico, Seu Rolla (Foguinho) seguia irritado com a interrupção da partida lá em Novembro. Declarou ao final da goleada: "Se o TJD quiser, podemos começar tudo novamente".

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

7 comentários:

  1. Época em que as disputas limitavam-se ao nosso Estado. Jogos contra clubes de fora, somente amistosos. Uma época de surgimento de inúmeros craques, tanto na capital como no interior do Rio Grande do Sul.

    Entre 1910 e 1952, o Campeonato Citadino de Porto Alegre teve a participação de clubes da capital do Estado. Nesses anos todos, os certames foram organizados por diversas Ligas, Associações e Federações.

    Em 1953, o Citadino de Porto Alegre passou a contar com clubes de fora da capital. Além dos tradicionais GE Renner, EC Cruzeiro, Nacional AC, GS Força e Luz, Grêmio FBPA e SC Internacional, um clube de São Leopoldo e um clube de Novo Hamburgo fizeram parte do campeonato. CE Aimoré e EC Floriano entraram na disputa e o campeonato citadino ganhou uma maior competitividade. O certame passou a ser uma espécie de Campeonato Matropolitano.

    Com o sucesso do Campeonato de 1953, a entidade organizadora resolveu melhorar ainda mais a disputa e em 1954, além dos clubes participantes de 1953, passaram a integrar o seleto grupo de clubes de primeira grandeza do nosso Estado o GE Flamengo e EC Juventude, ambos de Caxias do Sul.

    Em 1955, 1956 e 1957 repetiu-se o certame de 1954, com os mesmos dez clubes disputantes. Em 1958, o campeonato ganhou um novo clube: EC São José, de Porto Alegre. 11 clubes fizeram um campeonato mais longo e mais difícil.
    Já, em 1959, o campeonato metropolitano diminuiu de tamanho. Oito clubes formaram a tabela de jogos.

    Em 1960, tivemos o campeonato metropolitano com a participação de clubes de cinco cidades: Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo.
    Estava dado o pontapé inicial para um Gauchão mais amplo, em 1961. Foi quando os clubes de Pelotas e Rio Grande passaram a integrar o grupo de clubes da 1ª Divisão Gaúcha. Começava a fase unificada do futebol do Rio Grande do Sul.

    Em 1964 e 1965 tivemos as duas últimas disputas oficiais do Campeonato Citadino de Porto Alegre, ambas em meio ao Gauchão, com aproveitamento de alguns jogos do certame gaúcho com contagem de pontos para o municipal. O Grêmio venceu as duas disputas (64/65).

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  2. Os títulos do Campeonato Metropolitano (1953 a 1960):
    1953 - Internacional
    1954 - Renner
    1955 - Internacional
    1956 - Grêmio
    1957 - Grêmio
    1958 - Grêmio
    1959 - Grêmio
    1960 - Grêmio

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    1. Perdeu 1961, porque demitiu Foguinho.

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    2. Havia divergências entre os dirigentes gremistas e o técnico.
      Antes da saída de Foguinho, por demissão ou por pedido pessoal do técnico, não se sabe bem, o discurso era de que havia "uma situação quase impossível de contornar", "por pontos de vista antagônicos".

      De qualquer forma, o mesmo Foguinho acabou definindo o Gauchão de 1961. Deixou o Grêmio no dia 8 de novembro e assumiu o Cruzeiro no dia 10 de novembro.
      Dia 15 de novembro de 1961, no Estádio da Montanha, o Cruzeiro vencia o Grêmio, por 1x0, e definia o título gaúcho para o Internacional.
      Detentor do conhecido humor ácido, o técnico Foguinho declarou depois da vitória do Cruzeiro: "Foi minha maior consagração!".

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  3. NÚMEROS DO GRÊMIO - CAMPEONATO METROPOLITANO
    1953 ATÉ 1960

    151 jogos
    106 vitórias do Grêmio
    24 empates
    21 derrotas do Grêmio
    382 gols marcados pelo Grêmio
    154 gols marcados pelos adversários
    228 gols de saldo

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  4. A campanha do Tricolor:

    ( F ) 17.06.1956 - Grêmio 5x0 GS Força e Luz
    ( F ) 24.06.1956 - Grêmio 4x2 GE Flamengo
    ( C ) 01.07.1956 - Grêmio 3x3 Nacional AC
    ( F ) 08.07.1956 - Grêmio 2x0 EC Cruzeiro
    ( C ) 22.07.1956 - Grêmio 2x1 CE Aimoré
    ( C ) 04.08.1956 - Grêmio 3x2 EC Juventude
    ( C ) 12.08.1956 - Grêmio 2x0 EC Floriano
    ( C ) 26.08.1956 - Grêmio 3x2 GE Renner
    ( C ) 02.09.1956 - Grêmio 2x1 SC Internacional

    ( C ) 14.10.1956 - Grêmio 5x1 GS Força e Luz
    ( F ) 04.11.1956 - Grêmio 1x0 EC Floriano
    ( F ) 11.11.1956 - Grêmio 2x2 CE Aimoré
    ( C ) 15.11.1956 - Grêmio 5x0 EC Cruzeiro (*) jogo concluído em 27 de dezembro de 1956
    ( F ) 25.11.1956 - Grêmio 3x1 GE Renner
    ( C ) 09.12.1956 - Grêmio 5x0 GE Flamengo
    ( F ) 12.12.1956 - Grêmio 0x1 SC Internacional
    ( F ) 15.12.1956 - Grêmio 3x1 Nacional AC
    ( F ) 19.12.1956 - Grêmio 1x2 EC Juventude

    18 jogos
    14 vitórias do Grêmio
    02 empates
    02 derrotas do Grêmio
    51 gols marcados pelo Grêmio
    19 gols marcados pelos adversários
    32 gols de saldo

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  5. E as derrotas ocorreram depois do título.
    bruxo

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