O Tiroteio
O perigo de uma temporada ruim como esta pós Pandemia é achar que nada está correto, quase uma terra arrasada.
Li a coluna do David Coimbra e, embora concorde com vários pontos, há nela, vestígios de exagero (sempre realçando; é minha opinião). Alguns nomes citados como atletas deficitários são, na verdade, reservas que já demonstraram bons serviços em muito sufoco: Paulo Miranda, David Braz, Lucas Silva e Luiz Fernando são acertos para grupo, para elenco. Já vimos belas jornadas deles. Eles entram no pacote de insatisfações para "engordar a tese" de equívocos da Direção.
Eles, os equívocos, existem nos casos de Thiago Neves e Robinho, que chegaram 4 ou 5 anos atrasados ao clube. O Grêmio errou quando os trouxe, porque, a exemplo de Edílson, que felizmente não veio, só terão espaço em clubes como Goiás, Sport Recife, agremiações deste porte, que é onde Robinho se encaixaria, se a Direção brecasse o desejo do treinador. Robinho seria reforço para o Coritiba, por exemplo.
Erra o treinador e Direção, quando relutam em ceder às evidências, isto é, só a base é o caminho para o sucesso do clube e time. Financeiro e Títulos correndo juntos.
Respeito a opinião de quem queria Renato "há dois anos e meio" fora do clube, mas discordo, porque tenho a absoluta certeza que qualquer treinador não resistiria quatro anos no clube, por mais que seja sua história, sua importância na instituição, se não estivesse realizando um trabalho de qualidade e com resultados. Ninguém aguenta esse tempo. Nem Telê no passado, nem Guardiola, muito menos Renato, ainda mais em anos de profunda agitação social.
O técnico gremista tem várias conquistas que no presente são minimizadas, mas mais adiante serão elencadas pelos torcedores numa discussão como exemplo de capacidade: um tri regional que não vinha há 3 décadas, uma sequência invicta em clássicos que, no mínimo, será de 11 partidas, um Gauchão invicto em 2019, a chegada de forma inédita a três semifinais consecutivas de Libertadores. -"Isso não é nada", dirão, mas então, apontem quando isso ocorreu em pequeno lapso de tempo nas últimas décadas? Se isso for tomado como verdade, conclui-se que a história do Grêmio é feita de "nada", de vários "nadas".
Como o clube cresceu muito dentro e fora dos gramados nesta última década, nós ficamos mais exigentes, o que é normal, antes desejávamos um título de expressão depois de 15 anos. Era tudo que queríamos.
Não, não é errado ultrapassar essa etapa, a de ser mais exigente, mas desprezar os avanços é algo que só é compreensível em análises superficiais e/ou acaloradas.
Penso que há um esgotamento da liderança e do entendimento do que é melhor para a equipe pelo técnico gremista. Ele está mal ou mal aconselhado, ontem a formação do time dá essa demonstração. Pelo menos em três posições ele errou feio: lateral esquerda e os meias Thaciano e Robinho; por isso, por ter noção de que há dinamismo, mudanças em qualquer processo e, principalmente, pela repetição de equívocos, neste momento, a saída do treinador é mais saudável para todos. Ou então, Renato é um fenômeno mesmo e se reinventará, saindo desta enrascada que ele ajudou a criar.
Acredito que a partir de agora com os retornos de Geromel, Kannemann, Maicon, Jean Pierre, com a afirmação de Diogo Barbosa a coisa deve melhorar e o time deve engrenar.
ResponderExcluirNão acredito em títulos, mas tem condições de fazer boas campanhas.
Carlos
ExcluirE acho que vai aproveitar a base, também.Talvez uma contratação correta, já ajude nos torneios de mata-mata.
Como sempre uma bela análise. Concordo que o Renato trouxe boas conquistas para o Grêmio. Entretanto é difícil aceitar a escalação do Robinho e do Thaciano. Acho que qualquer torcedor concorda com isso, apenas não sabemos o que ocorre nos bastidores: se é teimosia do Renato ou um motivo mais obscuro. Penso que resta torcemos nos "torneios": Libertadores e Copa do Brasil. Só que nesse caso qualquer tropeço é fatal.
ResponderExcluirJoão
ResponderExcluirRespondi o Carlos, antes de ler teu comentário; exatamente, sobraram os torneios.
Bruxo, como sempre uma análise equilibrada e sensata tua. Um único contraponto que eu faria é a fragilidade recente do nosso tradicional adversário. O Renato ainda se beneficia disso pra perpetuar este ciclo, que na minha visão, deveria ter acabado já na metade de 2019.
ResponderExcluirA gente pode olhar por vários prismas. Eu acho que o bonde começou a desandar no momento em que o presidente e o conselho resolveram dar uma estátua ao treinador. Ele, que já era vaidoso, se tornou insuportavelmente uma pessoa ainda mais radiante de si.
Em um primeiro momento até poderia se argumentar que as entrevistas são apenas subterfúgios pra não abordar com sinceridade o que ele realmente pensa. Mas vendo em campo as escalações, as substituições e a apatia quanto a essa performance pífia, é nítido que ele bateu no teto, e que não possui inteligência emocional e intelectual pra orquestrar uma reviravolta. Afinal, esse elenco, esse planejamento é produto de convicção profunda dele. O Portaluppi é um cara orgulhoso, que jamais dá o braço a torcer. Nem quando tomou cinco do Jesus ele fez a auto análise necessária, que talvez qualquer outro profissional faria naquele momento. Não, ele simplesmente ativou o mecanismo psicológico de auto preservação ao creditar a diferença em campo a R$200 milhões de orçamento - esquecendo que o Inter, o River Plate e todos os outros adversários do Flamengo naquela competição fizeram enfretamentos dignos, mesmo com elencos e orçamentos infinitamente menores do que o Grêmio.
O risco de rebaixamento por enquanto é baixo, mas existe. Não parece haver mobilização suficiente pra reagir no Campeonato Brasileiro. Estão jogando por protocolo, talvez apostando no desempenho em casa pra manter o meio de tabela. Isso pode ser perigoso.
As copas são uma loteria. Mas terá adversários melhores pela frente. E sem o fator torcida, o Grêmio perde muito em mata-mata. A Arena lotada tem sido um diferencial no histórico recente do clube.
Vinnie
ResponderExcluirConcordo; hoje existe uma dúvida: ele conseguirá reverter o quadro ou bateu no teto? igualmente, existe uma certeza: as entrevistas dele pós-jogo são o que se tem de mais constrangedor para a instituição Grêmio, aí incluídos clube,dirigentes e torcida. Às vezes, elas parecem um para-choque para absorver as críticas, mas de tão repetitivas, isso virou marca registrada dele. Marca registrada péssima.