Enfim, uma bela abordagem
Renato está na quinta temporada como treinador do Grêmio; já é recordista no cargo, superando a lenda Foguinho, ganhando vários títulos, mesmo assim, existem reparos quanto ao seu trabalho. Aqui mesmo, um espaço moderado nas críticas se compararmos com outros blogs, houve pedidos de saída do comandante técnico; por que isso ocorre, se os números parecem favoráveis?
Respondendo por mim: o Tricolor rateou nos momentos em que eles eram francamente favoráveis ao time, casos casos da semifinais da LA em 2018, quando vencia até os 70 minutos, precisando de um empate apenas, e mais recentemente, diante do Santos, um clube com muitas dificuldades de administração e com elenco reduzido numérica e qualitativamente na comparação com o Imortal. O Grêmio jogou fora uma Libertadores fácil.
Há também as tomadas de decisão equivocadas nos Brasileiros e aí vem numa sequência, 2017/18/19 e 20. Poupando, quando não era necessário, mexendo mal durante as partidas, enfim, resumindo: botando o título fora.
Quase não se vê, lê , ouve, nada parecido na imprensa; isto é, só depois, meses ou anos passados é que ela se habilita em tratar o assunto, transformando o impacto da crítica numa brisa; então, quando se tem um texto como esse que segue, vide Abordagem, temos que saudá-lo.
Não conheço o trabalho deste jornalista (Rodrigo Coutinho), não sei se estava "de aniversário", quando fez a postagem, a verdade é que ela "bate" com o que eu penso desta bronca da torcida com o treinador gremista, mesmo com todas as suas conquistas recentes.
"por que isso ocorre, se os números parecem favoráveis"
ResponderExcluirNa minha modesta opinião de torcedor, que pouco vê além das quatro linhas, porque só parecem.
De 2018 pra cá, muitos detalhes, contratações, insistências, e pouco resultado. O abandono sucessivo do campeonato brasileiro, algumas desclassificações para times piores, e ausência de um futebol coletivo consistente.
Verdade. E a repetição dos erros.
ExcluirFiz um levantamento, ano a ano, no Campeonato Brasileiro, desde 2003 (era dos pontos corridos) - percentual de aproveitamento em cada temporada. Eis os números:
ResponderExcluir2003 - 36,23% - Tite - Cléber Xavier - Dario Pereyra - Nestor Simionatto - Adílson Batista
2004 - 28,26% - Adílson Batista - Plein - Cuca - Claudio Duarte
2006 - 58,77% - Mano Menezes / Sidnei Lobo
2007 - 50,88% - Mano Menezes / Sidnei Lobo
2008 - 63,16% - Celso Roth
2009 - 48,25% - Marcelo Rospide - Paulo Autuori - Marcelo Rospide
2010 - 55,26% - Silas - Renato Portaluppi
2011 - 42,11% - Renato Portaluppi - Julinho Camargo - Celso Roth
2012 - 62,28% - Vanderlei Luxemburgo
2013 - 57,02% - Vanderlei Luxemburgo - Renato Portaluppi
2014 - 53,51% - Enderson Moreira - André Jardine - Luiz Felipe Scolari
2015 - 59,65% - Luiz Felipe Scolari - James Freitas Iahnke - Roger Machado
2016 - 46,49% - Roger Machado - James Freitas Iahnke - Renato Portaluppi
2017 - 54,39% - Renato Portaluppi / César Bueno
2018 - 57,89% - Renato Portaluppi
2019 - 57,02% - Renato Portaluppi / Victor Signorelli
2020 - 57,69% - Renato Portaluppi (até a 27ª rodada)
O percentual de aproveitamento de Portaluppi é muito parecido em todos os anos, o que demonstra que falta um pouco de foco para alcançar o título em um campeonato que exige regularidade.
Títulos em certames de mata-mata não diminuem o desempenho do técnico, uma vez que outros clubes de igual grandeza também participaram da Libertadores da América e da Copa do Brasil, sendo eliminados.
Se nas disputas de mata-matas, em que não seguiu até o título, houve tropeços, isso não invalida o desempenho até então.
Renato costuma brincar dizendo que o time dele sempre está chegando.
Isso é uma verdade, pelo o que temos visto nos últimos anos. Continuo achando que falta a ele um título de regularidade, para torná-lo um técnico menos contestado pelo torcedor.
Para fazer uma comparação, cito Marcelo Gallardo, um técnico sem dúvidas de alto desempenho, mas que ganhou evidência ao vencer apenas certames com formulismos, os "mata-matas".
Gallardo é um super campeão que não conseguiu chegar ao título do Campeonato Argentino, que exige regularidade. Um fato que nos faz pensar quais seriam os motivos.
Ótimo levantamento. Essa informação do Gallardo,novidade.
ResponderExcluirSe formos olhar o desempenho individual de Renato Portaluppi, dirigindo o Grêmio, no Campeonato Brasileiro, temos um aproveitamento de 58,18%.
ExcluirUm técnico com um aproveitamento de 66,67% (média de dois pontos por jogo), em pontos corridos, teria sido oito vezes campeão, entre 2003 e 2019.
Não está longe de alcançar esse desempenho. Fica claro que falta um empenho maior.
Com certeza; veja outros treinadores dando "a máquina toda" tem números parecidos com os de Portaluppi.
ExcluirQue ótima análise do Alvi Rubro. Isto demonstra, para todos nós gremistas, que de fato o planejamento do Grêmio é as duas copas. O histórico remete a isso. Basta ver todos os anos em que jogamos as LA.
ResponderExcluirO que conforta de certo ponto foram as taças de 16 e 17. A quebra do jejum. A maior queixa de fato de da em virtude dos fiascos de 19 e o mais recente, contra o Santos.
Tenho para mim que de certo modo peguei muito pesado nas minhas críticas. Não que Eu esteja querendo dar uma de CB, mas o que faltou de fato foi uma conquista neste espaço de 3 anos. Recopa, gaúchão ao menos para mim são apenas prêmios de consolação, ou nem isso porque remetem a simples obrigação de sempre vencê-los quando disputados.
Sobre a LA de 2018 eu não lamento tanto. Estava tudo desenhado para o River. E agora, 2020/2021, ao contrário do que vimos em 18 e 19 quando colocamos fora a Copa do Brasil, desta vez Renato tem a chance de dar a volta por cima. Mas apenas se vencer a final. Do contrário como muito já foi dito, se não vencer será: porque sim, faltou jóquei.