O Sucessor
O ídolo que ganha contornos mitológicos, quando sai de cena, abre um vazio no sentimento dos admiradores (torcedores, no caso do esporte) difícil de ser preenchido.
Citando três exemplos:
- No melhor time do Internacional de Manga, Paulo Cesar Carpeggiani, Falcão, o maior ídolo, aquele que teve contornos de semideus foi Figueroa, líder, capitão, fez o gol do primeiro título nacional do Coirmão e ainda por cima, declamava poesias de Pablo Neruda.
Ele, em 1976, por motivos pessoais, saiu abruptamente do Inter, promovendo uma comoção. Logo veio o seu sucessor: Marião, um zagueiro obeso, desengonçado, antítese do chileno. Antes de descer no aeroporto, já estava reprovado pela massa colorada. Era uma heresia trazer um cara do Operário do Mato Grosso (antes da divisão deste), ainda por cima, chamado de "Marião" para o lugar do Capitão dos Andes.
E assim passaram Beliato, Gardel, Larry e outros menos lembrados. Até que um zagueiro da Ferroviária de Araraquara, Mauro, chegou bem discreto e ao lado de outro Mauro (Galvão) acabou com o dilema. Era 1979, ano do tri nacional. Três anos de divórcio da torcida com a camisa 3.
- Em 2003, Danrley foi afastado do arco gremista; estava em franca decadência, depois de ser dono da posição por exatos 10 anos. Também foi um desfile de nomes como Eduardo Martini (2003), Márcio e Tavarelli (2004), Eduardo e Galatto (2005), Marcelo Grohe (2006), Saja (2007) até que Victor assumiu a bronca e freou a dança das cadeiras. Ficou quatro anos e meio.
- Estamos vivendo algo semelhante com a saída de Marcelo Grohe; uma mescla do que aconteceu nos casos anteriores (Figueroa e Danrley), ou seja, uma rejeição antecipada de parte da torcida e também da imprensa a qualquer nome que venha para substituí-lo e a dificuldade dos sucessores dentro de campo com desempenhos discutíveis. Uma receita infalível para o fracasso e a protelação da solução do problema.
Vanderlei rescindiu seu contrato, Paulo Victor deve seguir idêntico destino.
Resta saber se Brenno, Adriel e Gabriel Chapecó terão esses dois ingredientes essenciais para alcançar o sucesso no arco gremista: qualidade e a paciência dos torcedores.
Pelo menos, não são "estranhos no ninho". São formados na base.
Interessante paralelo, Bruxo. Alguns atletas realmente marcam. Difícil substituí-los. A lateral esquerda do Grêmio ficou “órfã” por mais de dez anos também após a saída do Gilberto. O Lúcio jogou por ali, mas num nível um pouco abaixo. Quem mais se aproximou foi o Wendell, mas esse durou apenas seis meses.
ResponderExcluirAliás, é um jogador que valeria a pena repatriar. Continua no Leverkusen onde é titular absoluto.
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A direção do Grêmio parece mesmo perdida. Hoje se noticiou o interesse no Everson. E ainda falam de um extrema pela esquerda que atua no futebol brasileiro. Ou seja, critério nenhum nas contratações. Sem falar que queimaram o Jean Pierre em fogo alto.
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Não sabia que o Figueroa havia jogado apenas dois anos no Internacional. Valeu pelo relato histórico.
Vinnie
ResponderExcluirFigueroa jogou de 71 a 76 no Coirmão.
Completamente perdida;essa é a impressão, Vinnie.
ResponderExcluirFalam em rejuvenescer a equipe, usando mais a base e as duas primeiras contratações são Rafinha (35) e Thiago Santos (31) que serão titulares. Aí, tu colocas Geromel (35), Maicon (35) e Diego Souza (35) + duas nulidades, Diogo Barbosa e Alisson; está pronta a receita para o fracasso.
Bruxo e Vinnie. Sobre os descaminhos que o Grêmio vai seguindo: É isso, a direção tá sem direção. Falam uma coisa e fazem outra. Vamos novamente com um time de masters pra temporada. Essa de trazer mais um ponta e a do Everson...
ResponderExcluirÉverson, o goleiro? se for, não é para compor grupo, aí, novamente barram os meninos.
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