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sábado, 17 de abril de 2021

Opinião




De novo, o Sucessor

Há dezesseis dias (1º de Abril), eu tratei de um assunto cujo teor é a difícil missão de encontrar de imediato, um sucessor para um ídolo, vide O Sucessor. A questão era o arco gremista e a grande chance de Brenno, Adriel e Gabriel Chapecó.

Agora, outra lacuna delicada foi aberta no Tricolor; a saída do treinador mais longevo (e bota longevo nisso na recente história de clubes da primeira divisão nacional), cinco anos, quase seis temporadas. Ainda mais, que não é um nome recente na vida do clube. Trata-se de Renato.

O presidente Romildo tinha/tem a exata dimensão da árdua e perigosa tarefa de substituir o treinador depois deste longo tempo e, apesar de alguns não admitirem, período vitorioso. Por isso, relutou na troca. 

Não se trata apenas de grande amizade entre eles ou confiança presidencial no trabalho do treinador; é o histórico, os exemplos anteriores, os de 2011 e 2014, quando Paulo Odone e Fábio Koff tiveram que buscar um substituto para Renato Portaluppi. Nos dois eventos, os experientes presidentes erraram feio: Julinho Camargo (34 dias) e Enderson Moreira (7 meses).

O erro de Romildo/Renato foi insistir com algumas fórmulas desgastadas e apostas equivocadas. Insistência que levou a torcida ao desencanto.

Como este ciclo de Renato é maior em tempo e conquistas, é crível* que o seu sucessor terá barreiras enormes para superar; desconfio que podem ser intransponíveis se os desdobramentos da troca, contiverem os seguintes elementos: despreparo do profissional para a empreitada, impaciência da torcida e desconfiança da Direção no nome escolhido.

Hoje, pesando os prós e contras, penso que a chance de dar certa a mudança é muito pequena, ainda que tenha concordado com a medida adotada por Romildo.

O presidente terá insônia ou pesadelos.

PS: * estava redundante o texto, por isso a supressão de "acreditar".



11 comentários:

  1. Pois é Bruxo, lembro que quando muitos pediam a cabeça do Renato vc fazia a pergunta: Tirar Renato de por quem no lugar?
    Pois agora é a hora da resposta

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  2. Carlos
    O cara escolhido vai chegar com uma missão pesadíssima. Nem o Luiz Felipe com toda a sua história vencedora teria, digamos, 60% de aprovação.
    O que pode ocorrer é a velha história de um primeiro ser jogada na arena dos leões, depois vir outro e ter o trabalho mais tolerado.

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  3. Querendo, sem querer.

    Renato pode sair do Grêmio de cabeça erguida, aliás, como sempre.
    Não possuo ídolos, no entanto reconheço em Renato Portaluppi, ou Renato Gaúcho, como queiram, aquele que mudou o patamar do clube desde a década de oitenta. Claro que havia um ótimo time lhe dando suporte e, justamente por isso, ele, Renato, pôde fazer o que fez, o que fazia de melhor. Assisti aquela final contra o time alemão, base da seleção daquele país. Ser referência é reservado a poucos: Pelé, Zico, Raí entre outros.
    Desde 2019 o trabalho de Renato vem sendo questionado dentro e fora do clube, por torcedores e adversários, porém, poucos se atentaram que desde 2018 o time passa por uma transição onde, ainda, não encontrou o equilíbrio. Basta ver que havia uma dupla de zaga que por vários anos foi a melhor do país, havia um Cortez recuperado e jogando mais do que hoje, um Edilson e um Maicon no auge, um Arthur, Pedro Rocha, Wallace, Jailson e outros despontando de forma convincente, um Fernandinho e um Lucas Barrios contribuindo. Havia um Luan que se encaixou perfeitamente. Dificilmente, no restante de sua carreira, se encaixará em outra equipe daquela forma. Por outro lado, devido a política de contenção de despesas, agravado pela pandemia, o clube não lhe forneceu material humano a altura das expectativas da torcida. Aliás, a algum tempo vemos terminar ano e iniciar outro com muitas promessas de grandes contratações, sem concretização do discurso. Por isso, havia um clamor pelos garotos da base como se estes fossem resolver todos os problemas, técnicos e financeiros. Sim, algumas “certezas” podem ser consideradas como realmente promissoras como Vanderson, Breno, Ruan e outras que carecem de melhor observação.
    Renato, assim como influenciou positivamente, interferiu erroneamente em algumas contratações que, pessoalmente, jamais teriam vestido as cores tricolores. Basta lembrar de Thiago Neves.
    Renato sempre foi “marrento e malandro, no bom sentido”. Não a toa adotou e foi adotado pelo Rio de Janeiro.
    Suas entrevistas e suas explicações sejam pelas vitórias, sejam pelas derrotas, são um desastre.
    Talvez por estas últimas características, marcantes por sinal, todos, sem exceção, o olhavam com desconfiança nas derrotas, esquecendo-se dos méritos, das vitórias.
    Em sua primeira passagem como técnico tirou o time de uma sequencia de nove jogos sem vencer, em décimo oitavo lugar no Brasileirão, para chegar em quarto lugar.
    Em sua segunda passagem, o time também não vinha bem. Terminou o campeonato como vice campeão.
    Na sua terceira passagem é desnecessário falar visto que é recente e está na memória de todos.
    Qual técnico, nas mesmas condições, teria feito melhor? Há no futebol brasileiro algum técnico que tenha sido ídolo como jogador e fez o que Renato fez como técnico, no seu clube? Qual técnico faz um contrato com um clube sem cláusula de rescisão? Na Libertadores da América, há um ídolo brasileiro campeão como jogador e técnico?
    Poderíamos falar sobre vários outros méritos, recordes, marcas, mas quando as coisas não andam conforme a torcida espera, cai por terra o bom senso. Esquecem que após um título, a expectativa se torna maior do que as reais possibilidades.
    Não se deve misturar a figura do ídolo atleta com o de treinador. No caso de Renato, isso é impossível. Ambos andam de mãos dadas. São “unha e carne”.
    Certo é que alguns torcedores gremistas possam ter desejado sua saída, mas, com certeza, ao menos um torcedor esta satisfeitíssimo neste momento, o torcedor do maior rival.

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    1. Grande, Arih!
      Ontem mesmo, num mercado encontrei um colorado, ex-colega, o cara tava eufórico- Agora, vamos ganhar Grenais, ele me disse.

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    2. "contenção de despesas"...bah....

      Tardelli, Everton, Diogo Barbosa, e, por que não, Rafinha, mandam lembranças.
      ---------------//----------------

      Bom te ver por aqui, Arih.

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    3. Bom bater um papo com vcs novamente.
      Contenção de despesas não era a tônica? Tanto que só vinham oportunidades. Algumas exceções que não chegam ao nível salarial de Douglas Costa, Boré.

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    4. Ah sim, se o parâmetro for esse, tudo certo.

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  4. Vida que segue.
    Quanto a um novo técnico, creio que o único nome é o de Tiago Nunes. Qualquer outro, dentro e fora do Brasil, possui fortes tendências a se tornar um desastre.
    Tiago Nunes já conhece o Grêmio. É “como se fosse” uma prata da casa. Conhece vários do atual elenco. Possui ideias “mais” modernas sem ser totalmente contrário ao estilo Renato, o que possibilita uma melhor transição na mudança. Já possui alguma experiência, principalmente no fracasso com o Corinthians, o que o levará a pensar melhor nas mudanças que desejar fazer. Possui a experiência bem sucedida com um time mediano chegando em decisões. Já experimentou o gosto de um título, o que deve levá-lo a desejar mais.
    Mas só ele ou qualquer outro que vier não levará o clube aos títulos sozinho. Está na hora de se abrir o cofre. O atual elenco é mediano. Na melhor visão é bom, e não passa disso. Pouco para os títulos que o clube e os torcedores desejam.
    É aquele velho ditado: cachorro que come ovelha, só matando pra parar.
    O torcedor gremista quer ser campeão da Libertadores todo o ano.

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  5. Arih
    O treinador que chegar vai ter dificuldades pelo tamanho da história do Renato no Grêmio.

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