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sábado, 28 de maio de 2022

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (268) - Ano - 2005

It don't come easy  

Fonte: esportegoiano.com.br

O Grêmio vai a Goiás encarar o Vila Nova no Serra Dourada numa posição complicada na tabela, logo ele que era apontado como um dos favoritos ao título. Está fora da zona de classificação num turno que se encaminha para a sua nona rodada. Precisa suar sangue para estancar a crise que se avizinha.

Pois em Junho de 2005, mais exatamente, dia 19, o Tricolor foi ao Centro-Oeste em situação mais delicada do que neste final de Maio, pois havia mudado o treinador que estava há menos de dois meses no comando da casamata. Encarou um clube do interior, a Anapolina, sem a tradição dos grandes do estado do Planalto Central e promoveu um dos maiores vexames da sua centenária história. Um 4 a 0 sem dó, nem piedade que empurrou o clube para a décima segunda posição na tabela, deixando os torcedores convictos que a caminhada para a Série A seria algo verdadeiramente épico. Foi, como se verificou lá nos Aflitos, em Novembro.

A imprensa já questionava o jovem treinador; dúvidas apareciam quanto à sua capacidade para superar o maior desafio de sua recente carreira; porém, ele, com experiência em uma grande instituição (atuou na base do Inter), não se assustou, inclusive ao dispensar anteriormente, o maior salário do clube (Somália) dava indicativos que estava disposto a vencer nesta nova empreitada.

A Anapolina do comandante técnico Aderbal Lana mandou a campo: Luís Almeida; Jonathan, Cleiton, Aldemir e Robson; Juninho, Donizete (Ricardo Araújo), Cacá e Anderson; Adriano Magrão (Éder Silva) e Éslei (Wilsinho).

Mano usou: Galatto; Patrício, Pereira, Marcelo Oliveira e Raone (Ênio); Nunes, Douglas Silva (Fábio Bala), Bruno Neves e Marco Aurélio, o Jacozinho; Osmar e Pedro Júnior (Marcel).

Contando com o estádio lotado, a Anapolina dominou a partida inteira, sofrendo poucos riscos de um Grêmio apático e desorientado coletivamente, mesmo estando boa parte do segundo tempo com um atleta a menos, pois Juninho foi expulso aos 27 minutos. Ainda assim, os gols da primeira etapa, só ocorreram no final, aos 37 minutos e aos 47, ambos, autoria de Éslei, depois do time locatário ter chutado uma bola na trave com Adriano Magrão. Em seguida,  Éslei perderia mais uma oportunidade cara a cara com Rodrigo Galatto, batendo para fora, ainda com o placar fechado. Intervalo: 2 a 0.

O reinício dos 45 minutos derradeiros prosseguiu com a equipe gaúcha completamente batida, mesmo com as mexidas de Mano Menezes, sendo uma repetição da primeira parte do confronto, inclusive na marcação dos gols, isto é, no apagar das luzes, 44 min e 48, por Wilsinho, duas vezes, jogador que substituiu o artilheiro anterior (Éslei). Final: 4 a 0 para a Anapolina.

Esta derrota acachapante promoveu um choque no elenco, uma reação tal que nos 24 jogos restantes, o Imortal perdeu apenas 3 num espaço de mais de 5 meses de disputa. 

Porém, naquela noite tenebrosa de Junho, uma certeza estava presente para todo o universo esportivo gaúcho: na Série B, ela (a conquista), não vem fácil!

Este Anapolina versus Grêmio, talvez seja o segundo jogo mais lembrado pelos gremistas na campanha do acesso, ficando atrás, evidentemente, da inacreditável vitória naquele 26 de Novembro, diante do Náutico.

Quem sabe os ares do Centro-Oeste não sejam a mudança de rumo tão esperada pela torcida azul? Desta vez, com uma vitória convincente no Serra Dourada. Sem traumas.

Fontes: https://esportegoiano.com.br/
              https://www.uol.com.br/

Seguem os gols e melhores lances da partida:







 

9 comentários:

  1. Título muito feliz. Uma baita de uma música.

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    1. Arih
      Ela é mais conhecida com o Ringo Starr, mas a composição e melodia não deixam dúvidas: George Harrison. bruxo

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    2. Eheheheh. Iria comentar, mas sabia que você sabia. Na verdade é uma composição conjunta entre George e Ringo. Porém é atribuída ao Ringo. Tem em álbuns dos dois.

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  2. Que jogo hoje heim? Uma aula de futebol. Liverpool x Real Madrid. Não torço para ninguém além do Grêmio. Ligações muito fortes, inclusive por meu falecido pai ter sido convidado a jogar no time B do tricolor no inicio dos anos 50. Não quis. Tinha outros objetivos. No entanto, tenho algumas simpatias na Europa: Liverpool, Real Madrid, Bayern, Inter de Milão. Hoje não torci para nenhum, mas assisti com satisfação. Que lição fica deste jogo? Camisa? Creio que não. Camisa pesada ajuda, mas não determina. Foi um grande jogo onde é difícil de apontar superioridades. No meu entender o estado mental e o meio campo do Real fizeram a diferença (claro, palmas para Courtois). Justamente o que nos falta: o anímico e meio campo.

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    1. Não assisti. Para não ter acúmulo de serviço na Segunda-feira; dei um pulo no serviço, cumpri algumas horas e reduzi a pauta da minha volta. Aí, perdi a decisão. bruxo

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  3. Como prometido você toca neste jogo que foi uma vergonha para nós gremistas. Uma “boa dose de vergonha na cara” para quem tem caráter, ajuda. Foi o que ocorreu. Um plantel ainda em formação, mas tudo mudou. Daí em diante subimos na tabela e chegamos a campeões claramente com dificuldades, mas com personalidade. Alguns gremistas não atentam para a importância desta partida. Os demais nos “sacaneiam” até hoje. Também não sabem que ali se virou a chave da irregularidade. Direção incompetente, brigas politicas internas, um inferno econômico, time sem moral nenhuma, acreditando nos novos “Ronaldinhos” (Bruno), técnico inexperiente, uma aposta, torcida vaiando e todo mundo querendo “tirar uma lasquinha” do Campeão do Mundo. Embora a Direção fosse incompetente, numa coisa tenho que bater palmas: o Grêmio dispensou quase todos que foram rebaixados no ano anterior e contratou nada menos do que 35 jogadores para aquele ano. Entre eles vieram alguns de personalidade como Sandro Goiano. Futebol mediano, liderança acima da média. Já estava contratado e assistindo o jogo contra a Anapolina. Mano e Sandro Goiano deram um choque no grupo e o anímico mudou. Como você colocou, a partir daí, rumo à Séria A.
    Estava neste jogo. Na torcida adversaria estava um amigo que me sacaneia até hoje. Torcedor “roxo” do time da cidade. Tentei em anos anteriores torcer para a Anapolina, mas é um clube muito irregular. Hoje joga a segundona do Goianão. Na verdade há dois times na cidade. A Anapolina e o Anápolis. Sempre defendi que ambos deveriam se fundir e formar um clube forte, mas, em futebol, sabemos que não há consensos.
    Para a informação dos tricolores e para aqueles que nos sacaneiam: a Anapolina é considerada a destruidora de “grandes”.
    Foi um jogo vergonhoso? Foi. No entanto há ressalvas.
    O Grêmio, com todos os seus problemas acima citados, chegou à este jogo de salto alto, achando que venceria com facilidade.
    A Anapolina, desde dezembro de 2004, ao saber que jogaria contra um da dimensão do Grêmio, se preparou para esta partida. Seria uma festa para a cidade.
    Por outro lado a Anapolina é apelidada de “Xata” não é a toa.
    Em 1982 bateu nada menos que o São Paulo por 3x1, que havia disputado a final do Brasileirão contra o Grêmio no ano anterior. Bateu no Fluminense de 3x1, venceu o Cruzeiro. Olha só o time do São Paulo contra a Anapolina: Waldir Peres, Getúlio, Oscar, Dario Pereira, Marinho, Almir (Gassem), Renato e Éverton, Ricardo, Serginho Chulapa e Jaiminho (Tatu). Já jogaram na Seleção Brasileira: Waldir Peres, Getúlio, Oscar, Dario Pereira, Marinho, Renato, Serginho Chulapa.
    Em anos posteriores também bateu em vários “grandes”.
    E um detalhe a mais: neste jogo contra o Grêmio em 2005, a Anapolina chegou ao oitavo lugar, portanto, dentro da zona de classificação e o Grêmio caiu fora. Depois deste jogo a Anapolina se sentiu satisfeita com a gloriosa vitória e despencou até ser rebaixada.
    Pois é. Perdemos de 4 e poderia ter sido mais. Foi a melhor derrota que já vi.
    Tudo mudou.

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    1. Uma correção: Dario Pereyra, da seleção uruguaia.

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    2. Muito bom zagueiro, por sinal. bruxo

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  4. Amanhã será um novo dia e as coisas não vêm fáceis.
    Já comentei que não gostaria de uma nova “Batalha dos Aflitos” porque entendo que um time para ser vencedor necessita de imposição. Claro, humildade para saber que não há vencedor de véspera. Ainda mais num clube que tem a folha salarial grande. Profissionalismo, entrega, foco. Prefiro onze operários do que onze estrelas.
    Vi muitas coisas desagradáveis no futebol. Desde juízes comprados, juízes com segundos interesses próprios. Uma expulsão, um cartão amarelo, um pênalti mal marcado ou deixado de marcar, faltas, impedimentos e toda a sorte de coisas num jogo podem ser manipulados para “minar” um time. Tem coisas piores ainda.
    Um time com imposição não depende destas variáveis. Vai lá e já marca logo um, dois e controla o jogo.
    Mas se for necessário, que o Vila Nova seja a nossa Anapolina de 2022.
    Está faltando “vergonha na cara” de cima à baixo.

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