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segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Opinião



Zagueiros 

Hoje, 31 de Outubro, se vivo fosse, Airton Ferreira da Silva estaria completando 88 anos. Quem viu, disse que era o melhor zagueiro que atuou no Rio Grande; como assisti duas ou três partidas dele pelo Grêmio e depois, mais algumas pelo Cruzeiro (Porto Alegre), não posso afirmar com convicção. 

Pois bem, quem fui/sou testemunha ocular da história, quem posso dizer que presenciei: a grande dupla Pedro Geromel e Walter Kannemann e é com tristeza que se observa o ocaso dela, algo absolutamente natural. Geromel está com 37 anos e cumpriu uma exemplar competição de Série B, muito em função dos adversários mais modestos e de um calendário folgado; já Kannemann atuou em apenas 8 partidas e dificilmente ficará no clube por razões comerciais, resultantes da vida curta que um profissional de futebol tem.

Um dos maiores desafios (e são tantos) que a nova direção gremista terá pela frente é este, ou seja,  de fazer a substituição de uma mítica dupla de "beques", sem perder a eficiência do setor.

2023 exigirá muito dos comandantes diretivos do clube.

5 comentários:

  1. Sobre Airton, Bruxo:

    Celso Sant‘Anna escreveu “Airton Pavilhão – O Zagueiro das Multidões".
    Pois, não faltam histórias sobre o zagueiro.
    Abaixo, reproduzo algumas frases do jogador, que constam no livro citado.

    “Eu nunca dei pontapés, porque sempre achei que quem tem a chave da porta, não precisa arrombá-la”.

    “O pessoal fala que eu dei balãozinho no Pelé, que eu fui o único jogador que fez isso.
    Eu sempre desminto, porque essa jogada eu nunca fiz com o Pelé.
    O que houve foi uma jogadinha que sempre fazia com todo mundo.
    Ele tentou me driblar e eu tirei a bola de letra e isso aí ficou muito famoso.
    Nós estávamos bem em frente ao pavilhão do Grêmio, o Pelé dominou a bola, o campo lotado, e eu então dei o lado esquerdo meio-metro para ele sair pelo lado esquerdo.
    Ele viu que estava muito fácil.
    Eu até pensei que ele não fosse cair na armadilha.
    Aí quando ele tocou a bola pro lado esquerdo, o meu pé direito foi por trás do esquerdo, então, eu dei a letra, aquela famosa, aí a torcida do Grêmio parecia morrer ali de tanto grito.”

    “Sobre o balãozinho, vou repetir, todo mundo fala, mas é mentira.
    Nunca dei, até porque considero balãozinho antifutebol.
    Acho um desrespeito, principalmente para o zagueiro tentar.
    É uma jogada muito difícil de fazer e perigosa.
    Gosto da coisa certa. Do “será que vai dar certo?”, eu não gosto”.

    “Nunca errei a jogada “de letra”. Achava que não dava pra errar.
    Eu tinha certeza do que fazia.
    Tens que fazer certo.
    Era mais fácil que um balãozinho ou que uma janelinha, que considero lances mais perigosos”.

    “Eu tinha diversos gestos, como levantar o braço em situação de perigo, quando ficava sozinho com o atacante.
    A gente tinha uma porção de coisinhas (pequenos gestos) na hora de entrar em campo, de que a torcida gostava e que era um meio de fazê-la vibrar.
    Eram coisas simples e que influenciavam a torcida e sempre deram resultado”.

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    1. Grande relato, Alvirubro. Desconhecia está obra.

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  2. “Foi um dos maiores zagueiros do futebol mundial”, disse Pelé, em uma entrevista.
    Assim o “Rei do Futebol”, referia-se a Airton, que chegou a jogar no Santos FC, que, além de Pelé, tinha Pagão, Pepe, Dorval, Jair Rosa Pinto, Geraldo Scotto, Dalmo, Zito e outros destacados jogadores.

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    Em junho de 1954, Airton transferiu-se para o Grêmio sob circunstância bastante curiosa: foi vendido pelo Grêmio Sportivo Força e Luz, de Porto Alegre, ao Grêmio por cinquenta mil cruzeiros e mais um pavilhão de arquibancadas de madeira do Estádio da Baixada, uma vez que o Tricolor estava se mudando para o Estádio Olímpico.
    Essa transação inusitada rendeu-lhe o apelido de “Airton Pavilhão”, como seria conhecido desde aquela negociação.

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    Segundo jogador que mais vestiu a camiseta do Grêmio, com 600 jogos. Somente Tarciso (724 jogos) está à frente do zagueiro.
    Airton é uma marca registrada do Tricolor.

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    Kenny Braga, conhecido jornalista colorado, quando se refere a Aírton, diz que não houve zagueiro como ele no Rio Grande do Sul.
    Viu Airton Pavilhão jogar e não tem dúvidas sobre a sua qualidade.

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  3. Che, pra mim 2023 começa pela manutenção de Kaneman....

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  4. Glaucio
    Concordo plenamente. A dúvida é sobre as condições físicas dele, mas para quem torrou muita grana com Douglas Costa e Diego Tardelli, é obrigação "arriscar" em Kannemann. O time começa por Geromel e ele.

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