Memórias (18) - Ano - 1930
Charrua
Fonte: https://www.goal.com/br
Esse fato me chegou pela incrível memória e senso de organização do amigo Alvirubro na última Quinta-feira, quando após quase quatro décadas de atraso, tomamos alguns chopps, convergindo a conversa para a minha ideia de seguir postando histórias das Copas durante esta edição de 2022.
A Copa do Mundo inicial ocorreu no Uruguai em 1930 e o país anfitrião conquistou o primeiro lugar com muita justiça. Quem imagina que o fator local foi decisivo, pode ser induzido ao erro, porque a Celeste acrescentou o "Olímpica" ao seu nome não por acaso, mas por ter conquistado o bi campeonato, vencendo as Olímpiadas de 24 e 28, uma em Paris e outra, Amsterdam.
A foto acima é do time campeão de 28 e tem entre os agachados, Héctor Castro (o segundo, que está com a bola) e é o personagem principal desta postagem.
Castro nascido em Novembro de 1904, cedo teve que parar de estudar para auxiliar financeiramente os pais. Tinha 10 anos e passou a vender jornais. Mais tarde, com 13, trabalhando numa carpintaria, ele sofreu um acidente com serra elétrica, que lhe amputou a mão direita.
Inicialmente, arrasado, veio a convicção que seu sonho de ser jogador de futebol tinha chegado ao fim. Não demorou muito para reverter a ideia na sua mente. Não era goleiro, raciocinou, e foi à luta com o destemor tão característico dos habitantes daqueles pagos.
Destacando-se, logo alcançou um clube grande, o Nacional, isso, aos 20 anos. Em 1926, aos 22, já vestiu a camiseta da Seleção, conquistando a Copa América. Em 28, Castro, apelidado de "El Manco", esteve entre os titulares na campanha das Olímpiadas realizadas na Holanda. Era um atacante técnico, raçudo e irresignado.
A sua estrela brilhou também na inauguração do novo estádio uruguaio, o Centenário. Foi dele o primeiro gol marcado na vitória de 1 a 0 sobre o Peru.
Perdeu a posição de titular antes da estreia no torneio, entrando somente na partida que valia o título, porque o titular, Peregrino Anselmo, sofreu lesão muscular. Porém, na véspera, Castro recebeu um telefonema; uma tentativa de suborno com ameaça à sua vida, caso recusasse a quantia proposta. Não dormiu a noite inteira.
No dia da decisão, ele contou ao treinador, certo que seria sacado do time. O técnico Alberto Suppicci o manteve. El Manco atuou de forma decisiva: deu o passe para o primeiro gol (Dorado) e sacramentou a conquista, quando assinalou o quarto tento (final 4 a 2), aparando cruzamento do mesmo Dorado; uma cabeçada no ângulo do arqueiro Juan Botasso.
Por razões politicas (1934) e econômicas (1936), o Uruguai não participou, respectivamente, da Copa do Mundo da Itália e Olimpíadas de Berlim; desta forma, viu-se impedido de lutar pela manutenção de sua boa posição no ranking deste esporte.
Castro; agora chamado de Divino Manco, parou de jogar em 1935; tornou-se técnico do Nacional, obtendo nova façanha: o penta campeonato uruguaio, temporadas de 39 a 43.
Héctor Castro faleceu em 15 de Setembro de 1960 aos 56 anos incompletos.
Fontes: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
https://extracampo.com.br
https://pt.wikipedia.org
Mas que baita história, Bruxo. Eu como torcedor (recente, desde 2010) da Celeste desconhecia este fato.
ResponderExcluirUma lástima que este ano e de forma injusta a celeste ficou de fora do certame. Tudo muito suspeito na minha opinião. Não somente a decisão do apitador, mas muito também, da entregada do time português.
As apostas, pouco a pouco, estão cavando a cova do esporte bretão. E os apostadores, muito provavelmente, cairão no mesmo buraco.
Rodrigo.
Rodrigo
ResponderExcluirEu estou me convencendo disto, também. O futebol está ficando cada vez mais, alvo de negócios estranhos (para ser ameno).
É...E cá estamos nós tendo que "engolir" um jogo horroroso feito este Japão x Croácia numas oitavas de final de Copa do Mundo.
ExcluirCredo.
Neste momento, gol do Japão. haha
Rodrigo.
Rodrigo! Hoje será o primeiro jogo do Brasil, que verei completo (espero).
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