O Lado Perverso da Parceria
De repente (e foi realmente assim), o centenário clube emerge da Série B com modestas expectativas para o ano seguinte "no lugar de onde nunca deveria ter saído". Sua torcida apaixonada, de forma idêntica, quase resignada, apenas espera títulos modestos e boas campanhas em certames maiores. E aí entra o "de repente"; a nova Direção se mostra arrojada, encontra torcedores "abnegados", cheios de grana e o milagre acontece: um astro de primeira grandeza aceita vestir o manto do clube.
Os torcedores cheios de grana trazem os atletas escolhidos a dedo pelo treinador que, desta vez, poderá ter todo um elenco "para chamar de seu". Com isso, a torcida se assanha; dá rápida resposta financeira, tudo parece um conto de fadas. No entanto, olhando bem, os torcedores cheios de grana não são mecenas, são investidores (e que bom que eles existam) e por essa lógica, eles querem seus jogadores entre os titulares.
Com frases certeiras atingem de morte a independência do técnico. Mesmo sem métodos mafiosos, talvez, apenas com as tais frases certeiras e calculadas, sentenciam: - Veja bem! você me pediu o cara, ele veio, então, tem que jogar.
O treinador olha, mede as palavras, lembra que esses investidores que trouxeram atletas menos salientes são os mesmos que viabilizaram o extra classe incontestável e ... cede. Foi-se a sua propalada autonomia na casamata e no vestiário.
O volante de melhor desempenho tem que assistir do banco os novos à sua frente na preferência do comandante técnico e as experiências que poderiam dar alternativas ao setor que atuam ficam "sonegadas", porque se derem certo, viram solução para o time, mas um problemaço para o técnico e investidores. Melhor não!
Deixa assim.
Teu texto suscitou um pequeno desafio:
ResponderExcluir- o que vale mais?
Uma SAF, gerida por um grande empresário, com o poder de mudar até a história de um clube ou os "abnegados investidores" que emprestam seu dinheiro a troco de "nada", só pelo amor à camiseta?
Já me perguntei muito e já conclui outro tanto.
Aqui no RS até discursam que a Dupla não dará esse gosto às SAFs.
Talvez seja verdade. Porém, os dois andam atrás de mecenas que invistam seus milhões, sem pedir nada em troca.
E os torcedores, sempre ligados emocionalmente aos clubes, acreditam.
Alvi. Eu sou contra a S.A.F. Em todos os sentidos. Porque como em qualquer negócio (não que o futebol já não seja um) se o gestor não obtiver lucro, ele fecha as portas. Simples assim. E enquanto forem clubes, aquele velho saudosismo ainda existirá. Esse modelo aí só funciona em clubes que não tem torcida.
ExcluirAh, mas e o Cruzeiro? O Vasco? Entre outros... vamos esperar até onde vai essa visão "empreendedora" dos donos desses clubes. Arrisco dizer, mas só porque sou paranoico que a Copa do Brasil está arranjada para o Cruzeiro. Para que pouco a pouco o Ronaldo recupere o seu rico dinheirinho investido. É esperar para ver. Que isso seja apenas uma paranoia mesmo.
Rodrigo.
Rodrigo, também não gosto desse modelo das SAFs. E espero que a Dupla não caia nesse discurso da facilidade de recursos. Embora saiba que o modelo atual também não ajuda em nada os dois clubes gaúchos. De qualquer forma, se encontrar um investidor que tenha alguma tendência pela cor da camiseta do clube ainda é uma solução para contratar bons jogadores, que assim seja feito. O problema maior é tentar entender até que ponto o clube ficará refém das vontades de quem investiu uma graninha, pensando no retorno financeiro. Tomara que isso seja apenas a visão de torcedores e que na realidade não exista nenhum tipo de pressão para escalar a, b ou c.
ExcluirAlvi
ExcluirPor enquanto, ninguém me convenceu das vantagens de uma SAF.
Uma coisa é certa, Bruxo. Nenhum investidor investe dinheiro querendo perder. Ninguém é bobo. Ou será que alguém é tão cego de não perceber isso, pois em todas as recentes apresentações vistas por aqui, dentro do Grêmio, os caras estavam usando até o boné do arrozeiro... Então, está tudo certo! Afinal, muitos diziam e reclamavam num passado recente e ainda dizem e reclamam hoje que o Renato é quem manda e desmanda no Grêmio. Não é... Nunca foi. O que ele teve, por muito tempo, foi o grupo na mão. E por alguma razão ele deixou de ter, e aí foi aquele Deus nos acuda. Enfim.
ResponderExcluirO que vejo agora é o treinador tentando forjar um grupo. Uma irmandade. Fazendo essa mescla, principalmente no setor da meia cancha. Para que todos saiam ganhando. O Grêmio e os seus "mecenas". As primeiras amostras são positivas. O clássico, de repente, poderá dizer mais. Não nos esqueçamos de que será o Vuaden o apitador. E sabemos que esse cara é um desastre para nós.
Rodrigo.
Por essa razão que parei de questionar os motivos ou as razões do Renato não escalar o Villa. E outra: nesse raciocínio de que são os "mecenas" os "responsáveis indiretos" pelas escalações, a chance deles se queimarem, também é real caso os jogadores não correspondam. Logo, no mínimo, devem dividir a responsabilidade. Só que sabemos que não é isso que acontece. O torcedor, geralmente, ataca somente o técnico.
Rodrigo! Desta vez, o Grêmio precisa passar pelo retrospecto do Vuaden.
ResponderExcluirMas e os USD $4,5 milhões do Villassanti também não vieram de investidor?
ResponderExcluirAinda no campo da especulação, o Suarez, por tudo que representa, tem muita moral. Esse jogador do Nacional é bruxo dele. Deixar o cara no banco pode gerar um certo desconforto das lideranças. Então não é só o Pepê o entrave. O outro também é apaniguado.
Muito critiquei o Villassanti, e ainda acho que ele tem limitações com a bola, mas nessa mecanica de jogo da equipe, ele sem duvida foi o volante que deu a melhor resposta do ano passado pra cá . Em 2021 afundou com o resto do time. O Carballo me parece tímido ainda.
Vinnie
ResponderExcluirEstou para dizer que o Carballo funcionaria como segundo volante.
Segundo disseram na época de contratação, foi onde ele mais se destacou no Nacional, como segundo. Ajudando ofensivamente.
ResponderExcluirE parece ter uma boa chegada ofensiva com arremates e acertos de passes.
ResponderExcluirO assunto é polêmico por trazer para o primeiro plano aquilo que o torcedor gostaria que ficasse em segundo.
ResponderExcluirSeja num clube tradicional, seja nas novas modalidades, sempre houve e haverá terceiros. Antes era o diretor, o olheiro preferido, o amigo do amigo, … . Hoje é o investidor, o patrocinador, o proprietário, o “negócio”, … . Há uma gama extensa de influenciadores que até a imprensa deseja participar, até os torcedores (e “organizadas”) querem se impor, por vezes com recursos que não sejam somente a injeção de valores capacitantes.
De qualquer modo o futebol transpôs fases e continua apaixonante, identificatório e “enigmático”.
Não me importo muito com este lado. Minha tristeza se concentra na corrupção, lavagem de dinheiro, nas falcatruas que ocorrem de baixo dos nossos olhos, incluindo as quatro linhas, e não enxergamos, por vezes porque nem queremos.
Como disse o Glaucio em outro comentário, ali e somente ali, por um momento, … .
Ainda sou um torcedor, tenho procurado ficar a margem, mas o efeito Luisito me pegou desprevenido. Viva o tio do arroz.
Arih
Sem dúvida, Arih, essa mutação do futebol é compreensível, mas como tu disseste, a tristeza é a corrupção, lavagem de ...
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