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segunda-feira, 3 de abril de 2023

Opinião




Os Olhares sobre Kannemann 


A) Um dos filmes que mais vi na minha vida é Casablanca de Michael Curtiz, realizado em 1942, ganhador do Oscar, com uma cena final antológica; o chefe da polícia, capitão Renault (Claude Rains) conversa com Rick Blaine (Humphrey Bogart) no aeroporto de Casablanca, quando um subalterno informa ao capitão um crime e pergunta o que fazer; Renault diz: - prendam os suspeitos de sempre.

B) No final da década de 70, Grêmio e Inter possuíam cada um, trio de jogadores "rebeldes": Batista, Mário Sérgio e Adilson, esse, falecido precocemente + Yúra, Éder e André Catimba. Imprensa e arbitragem, não davam moleza. Tinha confusão; os causadores eram um ou mais desses seis. Condenação sem direito à defesa. "Era óbvio" que a culpa era deles nas refregas dentro dos gramados. Os brigões/reclamões de plantão.

Trago estas duas lembranças, porque sinto um movimento semelhante para estigmatizar o Viking, atual capitão gremista. Foi assim no pós jogo do clássico, foi assim nas penalidades e expulsão diante do Ypiranga, justas, diga-se de passagem, mas não para tanto: Kannemann, o vilão da hora.

Kannemann é zagueiro argentino à moda ... beque argentino. O Grêmio buscou esse modelo, esse defensor com estas características. Aliás, presentes em Gabriel Mercado, atual Inter, Rolando Schiavi, ex- Boca e Grêmio, Javier Pinola, River Plate e mais lá atrás,  José Luiz Brown e Oscar Ruggiero, campeões mundiais em 1986.

Kannemann não é mais, nem menos do que os citados. A diferença é que joga num lugar dividido por uma rivalidade que ultrapassa os gramados, as arquibancadas, chegando ao coração da imprensa e seus especialistas "isentos".

Para essa parcela, Kannemann está na mira dos juízes e do Var, como se, atualmente, a arbitragem devesse levar para cada jogo, a biografia de cada atleta. Nem os árbitros mais jovens entram nessa.

Na verdade, ocorre uma deslealdade com a maior parte da Mídia que atua com responsabilidade e profissionalismo, avessa à ondas clubísticas na imprensa.

7 comentários:

  1. Não resta duvida que ele seja marcado na paleta. O penalty que não deram a favor do Grêmio no final de semana foi praticamente igual ao que marcaram contra naquele Grenal do 2x1, no Beira-Rio, em que um dos gols foi do Abel Hernandez (2020).

    Mas como verdades contraditórias podem sempre existir, ele abusa das faltas. A maior virtude do Kanneman também é o seu maior defeito, joga sempre no limite. E por não saber se dosar, se precipita com cartões e penalidades bobas.

    Gosto do estilo dele. Em competições sul-americanas é realmente um trunfo. Nos campeonatos nacionais nem tanto. Ele sofre demais contra atacantes brasileiros, e passa boa parte das competições suspenso ou machucado.

    O Kanneman é aquele cara top pra quando o time entra numa reta de quartas-de-final de Libertadores. Tem o espirito certo pra esses momentos, mas que infelizmente são escassos na realidade de um clube. O Grêmio já não os tem desde 2019.

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  2. Vinnie
    Concordo no que se refere ao jogar no limite, Kannemann, realmente, tangencia a linha do vigor; mas a pecha que querem lhe impor é ridícula. Os mais antigos devem lembrar das cotoveladas do Figueroa e em 5, 6 temporadas no Inter, se foi expulso, não lembro.

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  3. 320 jogos no Internacional e nenhuma expulsão. Recebeu alguns amarelos, mas nunca pegaram o chileno de jeito. E batia. Certamente, se houvesse VAR naqueles anos 70, teriam pegado 'Dom Elias".

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    1. Correto. Alvirubro. Futebol, ele tinha, mas (ele) teve muitos lances violentos passíveis de expulsão em sua exitosa carreira.

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  4. O Figueroa esteve muita prateleiras acima do Kanneman. Reunia as melhores qualidades do Kanneman e do Geromel. Pra quem quiser conferir alguns lances dele, segue o link. Monstro: https://youtu.be/r7erjAL0oXI

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    1. Vinnie,

      Kannemann, tecnicamente, está longe de ser um Figueroa, um Ancheta ou um Hugo de León. Porém, tem a fibra dos vencedores.
      Desde o tempo em que jogava no México, eu o queria no Internacional.
      Inclusive, quando veio para o Grêmio, fiz comentários que o clube estava contratando um zagueiro de qualidade, embora recebesse diversos cartões, devido à sua voluntariedade.
      Bueno, hoje, nenhum torcedor do Grêmio abre mão de ter Kannemann do time.

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  5. Vinnie
    Quanto ao futebol de Figueroa, nem se discute. Em termos anímicos e de liderança no Inter, somente Fernandão se aproximou. Tinha futebol para jogar em qualquer clube do planeta; mas seus lances violentos, certamente, seriam flagrados pelo Var.
    Foi o maior zagueiro do Inter, mas o melhor; Gamarra.

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