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sábado, 8 de março de 2014

Opinião



Uma fórmula gasta e oportunista

No Gre-Cruz de quarta-feira, boa parte da imprensa gaúcha se apressou, pois estava com sede para criar uma crise num dos grandes do Sul. Ouvi no pós-jogo que eram "duas" partidas sem vencer, esquecendo como se desenvolveu o antigo clássico porto-alegrense.

Pois o que dizer de "três" partidas sem vencer, já que o resultado diante do São Luiz, "reforçou" esse esboço de tese, que alguma coisa não anda bem pelo lado gremista?

Para os profissionais sérios, os acontecimentos deveriam ser analisados tais como se sucederam, para que a credibilidade, algo inerente aos princípios (tão esquecidos) do jornalismo, não fosse apenas uma tema lá dos primeiros semestres dos bons cursos universitários. Não é o que temos atualmente.

Embora não tenha visto, mas li, vi compactos e ouvi que a partida de Rio Grande, seu resultado, passou por um erro crasso de arbitragem, também pelas péssimas condições do gramado, inclusive com desníveis nas intermediárias. 

No Gre-Cruz, o Tricolor realizou uma bela partida contra um time bem inferior, mas bem organizado, tanto que não perdeu em seus domínios (nunca o plural foi tão bem usado como neste caso). A defesa se portou bem, houve jogadas de linha de fundo, peças individuais estiveram muito bem como Wendell, Barcos, Luan e Dudu; além disso, foram 21 conclusões a gol; inclusive, li que uma goleada não seria exagero. 

Ontem foi a vez do time reserva do Tricolor. É óbvio que os atletas que entraram em campo são muito melhores tecnicamente do que os do São Luiz, logo no primeiro tempo, se descortinou um cenário favorável ao Imortal a ponto de fazer dois gols, mesmo sofrendo um gol acidental (a bola voltando da trave, encontrou as costas de Busatto e entrou) e prenunciando uma vitória tranquila, entretanto, não está decretado em lugar nenhum que não possa haver uma surpresa.

O empate sofrido também de forma acidental, gol contra de Geromel no final da partida, foi o aditivo que o jornalismo oportunista esperava.

Se domingo diante do Passo Fundo, usando titulares na Arena, o Grêmio não vencer, ainda assim, esperarei pelo confronto contra o Newell's Old Boys para efetivamente ver se há razões para essas críticas.

Tenho sempre em mente aquela velha história que muda de final, conforme as conveniências: Um time perde duas partidas, na sequências empata cinco; resultado! está há sete jogos sem vencer. Crise das brabas. Em seguida, ganha duas na corrida que associadas aos mesmos cinco empates anteriores resultam na seguinte equação: o time está invicto há sete jogos.

É esperar para ver.

5 comentários:

  1. Concordo contigo. Porem, temos que dar o desconto que os jornalistas esportivos (e nao so estes), hoje, vivem do sensacionalismo. Na verdade isto comecou na virada dos anos 80 para os 90. Se ate aquela epoca os jornalistas do mundo todo viviam de uma etica "quase" irrepreensivel (algumas excessoes), os tabloides ingleses e alguns outros espalhados pelo mundo deram o tom. A populacao mundial crescendo e mudando seus habitos, seus conceitos (dentre estes: a etica, os valores fundamentais da vida e moral humana, o oportunismo, o aumento da concorrencia pela tranformacao economica mundial), fizeram com que o codigo vigente fosse transformado na procura do lucro pelo lucro, da venda pela venda, na oportuna visao de que voce nao pode satisfazer a todos, mas sempre havera quem se coadune com o que voce transmite. Ainda dentre estes fatores, certamente, o mais decisivo foi a internet, o www. Este instrumento, a internet, modificou e esta modificando o mundo. A globalizacao passa por ai. Nao vamos longe: ate esta epoca costumava citar a RBS e ZERO HORA como exemplos para o Brasil de uma midia feita com seriedade, isencao e livre de bairrismos, socialismos e outros ismos. No que virou hoje? Nao e exemplo unico. Hoje, pode ate ser exemplo de transformacao, de sobrevivencia diante do massacre de outras midias brasileiras (com nitidos tons de tabloides ingleses), onde os bairrismos, socialismos, pre conceitos e oportunismos sejam o carro chefe. Quantos excelentes jornais, revistas, blogs, sites e outras formas de comunicacao voce viu morrerem pelo caminho da sensatez?
    O futebol e insano, meu amigo, eis as organizadas e "certos..." que andam por ai. Nao deveria, mas, hoje, e o que contamina. Ainda nao ampliaram o lema: Diga NAO as Drogas.

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  2. Pois é, Arih!
    Pode ter sido na virada dos 80 para 90 ou talvez (e uma coisa não exclui a outra), o fato de estarmos mais velhos e experientes, ficamos mais críticos e perceptíveis às trapaças dessa turma.
    Estamos vivendo um momento propício para testarmos o nosso espírito crítico e de percepção: um evento fantástico, Copa do Mundo e um outro que mexe diretamente com o nosso dia-a-dia, as eleições dos nossos governantes.
    Basta lermos ou zapearmos os noticiários da mídia "profissional" que vemos que as notícias vem com matizes diferentes. Se as interpretações e redações não fossem pré-concebidas, isto seria ótimo, porém, não é o que acontece.

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  3. E quando a torcida, ávida por vilões e mocinhos compra oq a imprensa vende e, pior, passa a agir de modo assemelhado? Já conhecem o resultado ne...

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  4. E quando a torcida, ávida por vilões e mocinhos compra oq a imprensa vende e, pior, passa a agir de modo assemelhado? Já conhecem o resultado ne...

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  5. PJ!
    Aí vai da nossa capacidade de filtrar o que está por trás de tudo isso; no caso da mídia, o tilintar do caixa, no caso da torcida, ingenuidade ou oportunismo.

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