Opinião

Mixed Emotions - Final

Chegamos ao último ponto desta longuíssima crônica. Foram 6 partes; esta última, voltada para a Direção, grande responsável pelo sucesso ou fracasso de qualquer empreitada.

A prioridade do Grêmio é o futebol. Qualquer boa biografia do clube deveria começar com a seguinte frase: "O Grêmio nasceu da bola ..." Conheço várias que iniciam assim, pela pelota de Cândido Dias da Silva, emprestada para o Tricolor nascer. Nosso clube tem no nome a marca de seu destino; Grêmio Fussball/Football/Futebol Porto-alegrense; em qualquer língua, o seu destino está grafado, portanto, a prioridade deveria ser sempre o campo. Se o meio de campo é o coração do time, o futebol é o coração do clube. As últimas gestões, esqueceram isso e desviaram o foco para outros interesses. Complicaram bastante. Koff herdou um pepino, mas isso não exime sua gestão de alguns passos mal dados. 

O principal erro é o distanciamento do que ocorre no campo, seja nos treinos, seja nos jogos. Foi assim com Luxemburgo, um pouco menos com Renato (afinidade pessoal dele com Koff) e agora com Enderson. Os treinadores são funcionários do clube, devem ter autonomia para trabalhar, mas essa tarefa não pode ser de um "totalitário", aqui na definição clássica do totalitarismo que não ouve, nem aceita argumentos. Eles tem responsabilidades do que realizam; são pagos, muito bem pagos. Devem ser supervisionados e especialmente, cobrados.

Exemplificando; se hoje contra o Santos, Enderson repetir o mesmo time insuficiente, que levou 6 nos Grenais, que foi incapaz de superar o misto do Furacão ou mais recentemente, superar o San Lorenzo nos confrontos de mata-matas, bom aí, aí é caso de demissão imediata, cai todo mundo, menos os preparadores físico e de goleiros. Cai diretor, treinador, auxiliares, tudo que for aspone.

Incoerência minha, pois na parte 1, aceitei a permanência de Enderson? Não, não é, porque nesta primeira parte + a segunda, nelas estão subentendidas, que o treinador percebeu que algumas peças são insuficientes para continuar uma aposta neles. Persistir nesses erros, significa mais ou menos isso: falta de compreensão do que está acontecendo, ou seja, não conhecer o potencial do elenco ou incapacidade de mudar/inovar ou até mesmo, sujeição ao grupo, isto é, não ter "peito" de barrar os ruins. 

A Direção deve bancar Enderson até o ponto que a sua imobilidade, sua incapacidade de reação, sua ausência de atitude dê mostras que podem ser vencidas em curtíssimo espaço de tempo e as vitórias e bom futebol sejam rotinas na vida do time/clube.

O sucesso do Grêmio passa pela competência da Direção que não pode esquecer que o "Grêmio nasceu da bola" e tem no sobrenome a sua razão de viver.

Encerrando, quero desejar Felicidades ao Paulo Juliano, que hoje desfalca o time dos solteiros, troca de camisa e vira "homem sério". Um abração aos noivos e aos futuros filhos, gremistas, certamente, que virão dessa união. PJ escolheu uma bela data para casar, 3 de Maio, dia do primeiro campeonato brasileiro do Tricolor há 33 anos.