Pequenas Histórias
(116) – Ano – 1971
A Estreia de Ancheta
Fonte: Correio do Povo |
O campeonato nacional
como conhecemos, Brasileirão, começou em 1971. O primeiro gol dele foi
anotado por Néstor Leonel Scotta, o camisa 9 argentino que o Imortal possuía e
teve no Atlético Mineiro de Telê Santana, o seu primeiro campeão.
A tabela era composta
de três fases; inicialmente duas chaves de dez clubes onde se classificavam
seis de cada, ou seja, doze que foram divididos em três grupos de quatro e
finalmente, um triangular com os primeiros da etapa anterior, jogando em 12, 15
e 19 de Dezembro.
A primeira fase
encerrou em 14 de Novembro, curiosamente colocando frente a frente, os que se
tornariam campeões do Grupo A, Corinthians Paulista e do B, o Grêmio
Porto-Alegrense, confronto realizado no Pacaembu, às 16 horas com o carioca
José Marçal Filho no apito.
O jogo foi marcado por
desfalques: Ado, Adãozinho, Baldochi e Vaguinho pelo lado dos paulistas e
Scotta, Gaspar, Flecha mais Ivo (Wortman); estes dois últimos preservados, mas incluídos
no banco de reservas no lado gremista.
No entanto, o destaque
do prélio estava assegurado, a grande expectativa; o duelo entre Roberto Rivellino
e Atílio Ancheta, simplesmente, o melhor zagueiro da Copa do Mundo do México
disputada no ano anterior. O uruguaio estreava numa fogueira, pois o Timão era
dono da melhor campanha até aquele momento e estava à vontade no Pacaembu.
Como sabemos, Ancheta
jogou 9 anos e 10 temporadas pelo Imortal, se constituindo num dos maiores
zagueiros da história centenária do Grêmio. Sua última partida foi em 17 de
Maio de 1980, Brasileirão, 1 a 0 contra o Coritiba no Olímpico. Gol dele.
Foi capitão por quase uma década e juntamente com Tarciso, a dupla de resistentes dos anos terríveis de conquistas coloradas.
Naquela tarde, o
treinador Oto Glória compôs o Imortal com Jair; Espinosa, Ancheta, Beto
Bacamarte e Everaldo; Jadir e Torino (Ivo); Joãozinho (Flecha), Caio, Alcindo e
Loivo.
Um lembrete: Este
Joãozinho não é o cracaço João Severiano, também conhecido como Joãozinho. O
que jogou era oriundo do Cruzeiro de Porto Alegre.
O Corinthians usou
Sídnei; Zé Maria, Almeida, Luis Carlos e Pedrinho; Tião e Nélson Lopes (Peri);
Lindóia (Suingue), Mirandinha, Rivellino e Aladim.
Aos 32 minutos da
primeira etapa saiu o primeiro gol; o ponta esquerda Aladim bateu falta pelo
lado esquerdo, Rivellino embolou-se com a zaga e bateu no meio da goleira, a
pelota passou próxima de Jair, que não alcançou. 1 a 0. Placar que persistiu
até o fim da etapa inicial.
Aos 10 minutos do
segundo tempo, o centroavante Alcindo (maior artilheiro da história gremista),
que substituía Scotta, fez um cruzamento da intermediária, pelo lado direito
com efeito procurante; achou Loivo
próximo a marca do pênalti, o ponta cabeceou firme no canto direito do arqueiro
alvinegro. 1 a 1, resultado que se manteve até o final.
Esse empate permitiu
que ambos os times ficassem em primeiro em suas chaves. Como sabemos, não
conseguiram se manter assim nas fases subsequentes.
Atlético Mineiro, São
Paulo e Botafogo chegaram ao triangular final.
Domingo, o Tricolor
estreia no Brasileirão, justamente contra o Corinthians Paulista em São Paulo.
No lugar de Ancheta, um fora de série, Pedro
Geromel, uma exceção na desértica zaga gremista.
Jogando com Beto
Bacamarte, Beto Fuscão, Oberdan, Vantuir, dá para dizer que Ancheta sempre viveu em boas companhias. Teve mais sorte do que Geromel.
Fonte de Pesquisa:
Revista Placar
Jornal Correio do Povo
Arquivo Pessoal do
amigo Alvirubro
Segue vídeo com os gols daquela partida:
ANCHETA - pelo time principal do Grêmio
ResponderExcluir429 JOGOS
260 VITÓRIAS
109 EMPATES
60 DERROTAS
Marcou 27 gols
Em 1978 e 1979 integrou, em alguns amistosos, o "Expressinho" do Grêmio. Uma espécie de Banguzinho ou time B.
Uma coisa que era uma homenagem ao Expresso da Vitória (Expressinho) foi substituído por uma expressão de flauta (Banguzinho). Prefiro ainda o Expressinho, assim como o Inter usa o Rolinho em alusão ao Rolo Compressor.
ResponderExcluirEu também, Bruxo! Prefiro Expressinho e Rolinho.
ExcluirSurpreso com o número pequeno de gols; imaginava bem mais.
ResponderExcluirNo Brasileiro de 1971, o Grêmio teve o seguinte desempenho:
ResponderExcluir25 JOGOS
10 VITÓRIAS
09 EMPATES
06 DERROTAS
Marcou 24 gols
Sofreu 18 gols
Para entendermos a importância de ter bons zagueiros no time, basta ver que nos 429 jogos em que Ancheta esteve em campo, o Grêmio sofreu 252 gols.
ResponderExcluirComo parceiros principais, Beto Bacamarte em 147 jogos; Beto Fuscão em 87 jogos; Vantuir em 66 jogos; Vicente em 41 jogos; Oberdan em 41 jogos.
Como comparativo, em 2016, o time jogou 27 jogos e sofreu 31 gols.
2016 é comédia de erros. Um exemplo do que não deve ser.
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