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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Opinião



Roger e Renato

A atuação do Imortal ontem e em especial, a monumental construção do primeiro gol, o de Luan, ambas, suscitaram vários comentários, comparações e constatações que resultaram na busca da origem de tal movimentação do time. É de Roger ou já é trabalho de Renato? 

Aqui mesmo, o Rodrigo contribuiu com um comentário de outro torcedor; será que não se vê que é de Roger o jeito de atuar do time? 

Bom! Aqui está um dos primeiros gremistas a sugerir o nome de  Roger Machado para técnico do Grêmio, vide O Novo Professor, isso foi em 30 de Junho de 2013, portanto, há 3 anos e 4 meses. Mas também é verdade, que eu pedi a troca dele ao final do Gauchão e LA, porque entendi, que Roger começou a andar em círculos, depois de um 2015 de muita expectativa.

Não se trata de incoerência, apenas não vi naquele momento a possibilidade de reversão da tendência de mais fracassos nas competições seguintes.

Roger até me surpreendeu no primeiro turno do Brasileirão, mas alguns problemas (em especial, a bola aérea defensiva), irritantemente, se tornavam insolúveis; a indicação de algumas contratações, que sabíamos por antecipação, que não teriam êxito no clube mais a dificuldade de vencer fora da Arena, me deram a convicção, que era hora da mudança.

Renato veio e com ele, Espinosa; essa Dupla mudou o discurso, antes, lamentações das limitações do grupo, agora o "olhar para frente", o do "por que não?", isso, aliou-se a uma modificação fundamental na forma de marcar; sai a de zona pela individual. Não sei qual a melhor forma, mas neste momento, o que se tem é a evolução defensiva gremista.

Então, o que temos é uma simbiose entre o que havia de bom no trabalho anterior e o acréscimo evidente que Renato deu ao elenco; afinal, o cessar da bronca da torcida ao futebol de Ramiro e Marcelo Oliveira, a volta da maestria de Douglas, que calou a nossa boca, mesmo que possa ser momentânea a fase do Grisalho, o crescimento do futebol de Kannemann, todos esse itens são produto do ingresso do nosso ex-ponta-direita, agora na casamata.

Tenho certeza que Roger se tornará um técnico "top de linha" como escrevi há mais de três anos e voltará mais adiante ao Tricolor, sem constrangimentos para ele, direção e nós, torcedores, porém a sua permanência em 2016 seria danosa e aí, novamente sobressaiu o feeling do jovem treinador, quando saltou da barca. É o famoso recuo estratégico na carreira. Ele voltará fortalecido.

Seu trabalho está sendo reverenciado pelo que se viu ontem, entretanto, sem a solidez defensiva que o time adquiriu à partir do ingresso de Renato, provavelmente, hoje não estaríamos numa situação tão cômoda para o jogo da volta. Aliás, Roger não teve bom desempenho em competições de mata-mata.

Concluo que o mérito está em Renato, porque manteve e aperfeiçoou o que o Grêmio de Roger tinha de bom. 

11 comentários:

  1. Daison Sant Anna27/10/2016, 23:55

    é nesse momento que eu lembro de Flu/Fred, Juventude, Rosário Central, Liga. E pergunto: quem era o treinador?

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  2. Disse tudo, Bruxo. Roger é muito bom treinador, mas muito teimoso. Todo mundo vendi que a marcação por zona nas bolas paradas não estava funcionando e ele insistiu até sair. Além disso, na minha opinião, ele havia perdido o controle do vestiário. Quem estava mandando era o grupinho do Maicon.
    Vai corrigir estes defeitos e se tornar grande. Torço para que isso aconteça.

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    1. Nelson
      Acho que faltou alguém como o Espinosa para o Renato; alguém que desse uma freada nele, de vez em quando.

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  3. o que temos é uma simbiose entre o que havia de bom no trabalho anterior e o acréscimo evidente que Renato deu ao elenco; afinal, o cessar da bronca da torcida ao futebol de Ramiro e Marcelo Oliveira, a volta da maestria de Douglas, que calou a nossa boca, mesmo que possa ser momentânea a fase do Grisalho, o crescimento do futebol de Kannemann, todos esse itens são produto do ingresso do nosso ex-ponta-direita, agora na casamata."

    Sem mais. Síntese perfeita.

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  4. Entrando na discussão sobre o fantasma de Roger que continua por essas bandas mesmo após sua partida há mais de dois meses, parece óbvio que se trata do treinador da nova geração com maior potencial de sucesso futuro. Mas como ocorre - por exemplo - com jogadores jovens, a flutuação de performance dentro de um mesmo trabalho é normal.

    Temos que encarar - sem viuvez - como uma saída que lhe dará vivência e corpo para realizar trabalhos mais consistentes. Não é necessário encarar tal situação de forma dramática, como se fosse o fim dos tempos. Se é até logo ou adeus, o tempo dirá.

    O 2015 dele foi bom, tanto pela capacidade em fazer o time jogar quanto pelo contexto em que pouco se esperava daquele elenco. Este ano, com boa parte da base mantida, criou-se a expectativa de conquistas. E aí é que está o problema: sequer chegamos à final de qualquer campeonato que disputamos. Logicamente a culpa deve ser compartilhada com a direção.

    Seu trabalho em 2016 apresentou declínio acentuado desde o início do ano, a ponto de assustar principalmente com aquelas derrotas do último mês. O time ficou caricaturizado. A insistência (e a falta de humildade) em não tratar a bola aérea defensiva, a morosidade para realizar substituições, a dificuldade em continuar vendendo suas ideias ao elenco e o não acabamento eficaz no tique-taque improdutivo decretaram sua saída, a qual ocorreu - até onde se sabe - a pedido dele próprio, desistindo de tentar qualquer reação no clube em que ele prometeu sair apenas com conquistas na casamata (ah, se fôssemos ganhar um Real por palavras ditas ao vento estaríamos multimilionários). Se há críticas quando os clubes demitem treinadores com o campeonato em curso, então o mesmo vale em sentido contrário.

    Se Renato - que ajustou razoavelmente o time aproveitando o que aí já estava e, sem qualquer teorização socrática do futebolês, tentou corrigir o aquilo que saltava aos olhos - conquistar a Copa do Brasil, terá feito mais do que Roger. Simples assim. Chega de campanhas, estamos em estágio falimentar no qual precisamos de títulos. Títulos! É a fome que se mata com feijão e arroz mesmo, pouco importa se vai vir acompanhado com suco natural de frutas. Depois pensamos no resto do cardápio.

    Roger ainda tem muito o que provar, mesmo que o endeusamento totalmente desproporcional - amor platônico - continue em muitos lugares, principalmente na imprensa. Morreu, foi-se, soma e segue. Se um dia vai voltar, ou não, pouco se sabe, mas a instituição continuará. Até que provem o contrário, o Grêmio viveu 113 anos sem ele como treinador.

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    1. "teorização socrática"

      Bela definição. Gostei.

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    2. Rafael!
      A queda de 2015 foi absurda, erros que eu pensava que não cometeria como más indicações, reincidência nos erros defensivos,então, não dava para defendê-lo, ainda que ele tenha um potencial incrível.

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    3. Exatamente, Bruxo. Apenas ter potencial não basta, já que não sabemos quanto tempo irá demorar para desenvolvê-lo até se tornar técnico seguro. Teríamos tempo para tal sabendo da urgência por resultados imediatos (leia-se título, e não vaga)?

      Ocorreu, aliás, de 2015 para 2016 algo que é comum em qualquer segmento da vida impulsionado por pressão: às vezes todo o contexto se ajusta para o passo final da Terra à Lua, e as coisas simplesmente não acontecem por falhas inexplicáveis e escolhas erradas no momento decisivo. É o velho medo de ser feliz.

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  5. Que Renato é safo, isso é indiscutível, e talvez nisso resida uma das maiores virtudes do boleiro-treinador, assimila uma base formada e corrige eventuais distorções.
    Para um trabalho de "bombeiro" (como bem definiu o Rafael) é suficiente, mas e para um trabalho de fôlego? Renato teria competência/paciência para montar a base?
    Aí que mora o meu medo.

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