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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (146) - Ano - 1985


O goleador Caio Júnior teve o seu dia de glória* 
*Título retirado de Zero Hora, página 53 - 09/Dez/85
Foto: Antônio Vargas - Zero Hora
2016 está encerrando e algumas personalidades gremistas estiveram em evidência por diversos fatores. Olhando o noticiário observamos os  nomes de Renato (treinador), Adalberto Preiss, Saul Berdichevski (dirigentes), Raul (candidato a presidência do clube) e de uma forma trágica, Caio Júnior.

Pois, eles estavam juntos há 31 anos no Olímpico naquele 08 de Dezembro de 1985, quando o Tricolor quebrou a sequência de títulos regionais do Coirmão. Era o caneco que faltava para grandes vencedores como Mazaropi, Baidek, Casemiro, China, Osvaldo e até Renato. Eles não tinham a faixa de campeões gaúchos.

Para aquele ano o Tricolor seguiu mesclando juniores com atletas de excelente resposta como Mazaropi e Osvaldo, sem deixar de investir pesado, no caso, buscando Alejandro Sabella, um excepcional meia esquerda argentino, lá do Estudiantes de La Plata.

Três guris entraram com naturalidade naquele time: Luís Eduardo tomou a vaga deixada por De Leon, Valdo, o mais moderno jogador surgido no Grêmio nos últimos cinquenta anos e Caio Júnior, que ganhou o complemento no nome, porque havia o Caio "Gaguinho", o incansável número 9 da Libertadores de 83.

Para conduzir o time, Irany Sant'Ana, o presidente, contratou a dupla multicampeã pelo Inter, Rubens Minelli e Gilberto Tim.

O Imortal utilizou na decisão: Mazaropi; Raul, Baidek (Rogério), Luís Eduardo e Casemiro; China, Bonamigo e Osvaldo; Renato, Caio Jr. (Sabella) e Valdo.

O Inter de Daltro Menezes: Taffarel; Luis Carlos Winck, Aloísio, Mauro Galvão e Pinga; Ademir Kaeffer (Paulo Santos), Airton e Ruben Paz; Tita, Kita (Ademir Alcântara) e Silvinho.

Simplesmente, sete jogadores que em um dado momento em suas carreiras vestiram as camisas nacionais Canarinho e Celeste (Ruben Paz).

Foi um banho de bola gremista. Logo aos 4 minutos, Osvaldo dividiu a bola com Winck que sobrou para Paulo Bonamigo; ele, de fora da área, acertou um chute fortíssimo de pé esquerdo no centro do gol, Taffarel, que foi o responsável pelo escore ter ficado magro até o fim, nesse lance se complicou. 1 a 0.

O Tricolor seguiu mandando na partida e aos 25 minutos. Caio Júnior marcou o seu décimo segundo gol no certame, tornando-se o goleador do campeonato em seu primeiro ano de profissional do Grêmio. Raul antecipou-se a Ruben Paz, tabelou com Osvaldo e serviu o camisa 9 gremista. Na saída de Cláudio Taffarel, desviou para a rede. 2 a 0. Na foto, ele comemora e realiza o sonho da mãe, Dona Geni, que estava no estádio e pedira a ele um gol na decisão.

Num cochilo defensivo, Paulo Santos foi derrubado por Mazaropi. `Pênalti que o ex-gremista Tita marcou. Ele se igualou a Caio Júnior na artilharia. 2 a 1.

A segunda etapa foi uma sucessão de gols perdidos e de defesas de Taffarel. O jovem de 19 anos, estreante em clássicos, o melhor do Inter. No lado azul, Bonamigo recebeu nota 10 da Zero Hora, Valdo e Caio Jr., 9 mais Sabella, 8.

O detalhe curioso é que o Coirmão não quis fazer o exame antidoping, mesma atitude que tomaria seis anos após, 1991, quando quebrou a sequência de seis títulos do Grêmio, que começou justamente naquele ano (1985).

Caio Júnior ficou no Imortal até 1987, quando seguiu para a Europa.

Ele e Mário Sérgio, certamente, foram as duas vítimas da tragédia na Colômbia, mais identificadas com a história gremista.

Um abraço, Caio.

Fonte: Jornal Zero Hora

Seguem os gols da decisão:








13 comentários:

  1. Daison Sant Anna31/12/2016, 01:46

    Em 1991, o Grêmio defendia o hexa, buscando o hepta. O caso doping, além de 1985 (com Paulo Sant Ana tomando espumante no penico no Jornal do Almoço) e 1991, ocorreu também em 1982.// Caio Júnior ainda marcou nos seguintes Gre-Nais (todos em 1987 e todos no Beira-Rio): 2x2 - 1x0 em pleno 05/04 - 1x1... Além claro desse de 1985. Atuou no Grêmio B (Gauchão 1983), titular em 1985, 1986 e 1987 (1x0 Brasil no seu último jogo)...

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    1. Obrigado, Daison
      Vou corrigir. Foram seis títulos, realmente e em 1991 foi o ano da volta do Renato ao Tricolor.

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    2. Daison
      Esse hexa campeonato tem uma particularidade (ainda puxando pela memória). Foram seis diferentes treinadores:
      85 - Minelli; 86 - Espinosa; 87 - Luiz Felipe; 88 - Otacílio; 89 - Cláudio e 90 - Evaristo.

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  2. Caio Júnior é mais um dos profissionais que não vi jogar, mas certamente tem meu respeito. Era um dos técnicos que já não era dos mais jovens, mas que certamente tinha uma longa estrada vitoriosa pela frente. Estava fazendo um grandíssimo trabalho na Chape. Quando o time do oeste o contratou, confesso que torci o nariz. Obrigado Bruxo por relembrar o paranaense Luiz Carlos Sarolli.

    Quando descobri quem era Valdo ele estava em fim de carreira no Botafogo. Podes me dizer porque ele era tão moderno?

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  3. Victor
    Antes de ser treinador, Caio Júnior foi um dos mais respeitados comentaristas de futebol do Paraná.
    Valdo, catarinense de Siderópolis (conheci esta cidade, quando morava em SC), possuía apenas um pulmão funcionando regularmente.
    Era moderno, porque tinha funções múltiplas em campo; começou como meia direita, virou titular como ponta-esquerda de recuo; vale lembrar que Renato esteve no Imortal até o final de 86. Depois da saída dele, Valdo passou a ser o ponta direita, sempre fazendo o quarto homem do meio, desta vez, portanto, pelo lado direito.
    Possuía um fôlego invejável, excelente técnica e antecipação de jogo (estava à frente da jogada).
    Não por acaso, jogou mais de dez temporadas consecutivas na Europa e mais tarde, Japão.
    Exímio batedor de penalidades máximas,aliás, a única que ele perdeu, eu estava no jogo: Grêmio 0 x 1 Guarani de Campinas, minha única derrota ao vivo no estádio.
    Era um "arrumador de time", uma espécie de Tinga mais técnico e mais próximo da área. Os times em que jogava, pareciam ter 12 atletas em campo. Vale lembrar que Tinga também jogou em várias posições; começou como ponta direita de recuo no próprio Grêmio.

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    1. Meu padrasto é de Siderópolis, acredito ter ido uma única vez lá. Ainda nunca vi o Grêmio perder no estádio. Porém, fui apenas cinco jogos, quatro vitórias e um empate frente ao Tubarão por 1 a 1 em 2002 na Copa Sul Minas.

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    2. Victor
      Tubarão é a cidade em que vivia na virada dos 90; rua Esteves Jr., paralela ao calçadão, também conhecida como a rua dos bancos.

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    3. Nesta época eu deveria morar na rua Altamiro Guimarães, antes de ir para a Luiz Martins Collaço, no Bairro Santo Antônio de Pádua. Em 2008 eu fiz estágio na Padre Bernardo Freuser, uma lateral da Rua Eteves Jr. Já moramos ao mesmo tempo na mesma cidade...

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    4. Havia a Pizzaria Dallas no meu prédio, no térreo, frequentada pelo Ladinho, que é de Tubarão, ex-lateral do Imortal na histórica campanha de 77.

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    5. Pois é, devem ser poucas as cidades catarinenses que não possuem um único jogador ex-Grêmio morando nelas. Aqui em Joinville só dos que eu sei temos: Marcelo Costa, Nardela e o ex-goleiro Silvio.

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  4. Daison Sant Anna31/12/2016, 17:00

    JOGO 1
    GRÊMIO 0 X 1 GUARANI DE CAMPINAS
    Competição: Copa Brasil de 1986 (Campeonato Brasileiro) - 2ª Fase - Grupo J - 2º Turno
    Data: domingo, 25/janeiro/1987
    Horário: 18 horas
    Local: Estádio Olímpico, Porto Alegre
    Árbitro: Wílson Carlos dos Santos (RJ)
    Renda: Cz$ 356 295,00
    Público: 15 780 (José Ricardo Lenzi Mariolani) / 15 700 (Revista Placar)
    Grêmio: Mazaropi; Casemiro, Baidek, Luís Eduardo e Adriano (João Antônio); China, Osvaldo e Luís Carlos Martins; Valdo, Caio Júnior (Bonamigo) e Odair; Técnico: Candinho
    Guarani: Robinson (Sérgio Neri); Marco Antônio, Ricardo Rocha, Gílson Jader e Zé Mário (Nei); Tosin, Valdir Carioca e Tite; Chiquinho Carioca, Evair e João Paulo; Técnico: Carlos Gainete
    *Obs. 1: O Guarani seria o Vice-Campeão Brasileiro de 1986 (34 Jogos; 21 V, 11 E, 2 D; 77,94%).
    Gol: Chiquinho Carioca 13 do 1ºT.
    Expulsão: Tosin (Guarani) - 34 do 2ºT.
    Obs. 2: Valdo cobrou pênalti e o goleiro Sérgio Neri defendeu aos 34 do 2ºT.

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    1. Observe a escalação: Ricardo Rocha, Tite, Evair e João Paulo. O treinador era o ex-goleiro Gainete, grande protagonista da pauleira do Grenal de 69.

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  5. Exatamente, Daison
    O meu irmão veio da terrinha me visitar e fomos assistir. Neste jogo, o goleiro titular se lesionou, entrou o Sérgio Nery que fechou o gol, se tornou titular a partir daí e o Guarani fez bela campanha.

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