Cabeça Fresca
Acho que o título do Nacional foi para o espaço na última rodada, quando o Tricolor emendou a sua terceira derrota consecutiva, porém, a Direção não tem o direito de "ser sincera" e admitir publicamente, pois isso pode desembocar numa desmobilização perniciosa não apenas para a continuidade do Brasileirão, mas também para as demais competições. Faço uma ressalva: Talvez, ela até acredite em chances.
A cabeça da Comissão Técnica e jogadores precisa estar tranquila, principalmente porque a análise desses insucessos indica que não houve uma derrocada, "uma ladeira abaixo" do time, senão vejamos: Contra o Corinthians houve dois lances capitais protagonizados pelos goleiros, que definiram o resultado final; no Pacaembu, uma jogada infeliz determinou a derrota azul no confronto de times mistos e diante do Avaí, o Tricolor fez uma bela partida e mais uma vez uma penalidade mal cobrada desenhou o roteiro da perda dos três pontos na Arena. Resumindo, perdeu, mas poderia ter saído com sete em nove pontos. Nenhum absurdo.
Uma quarta derrota amanhã poderá assustar pela sequência, no entanto, não dá para considerar uma surpresa, um resultado "fora da curva" lá no Rio.
Entretanto, o Tricolor precisa buscar a quebra desta nova rotina adversa para não correr o risco de achar que tudo está errado e Renato ser tentado a mexer na nominata dos jogadores, fazendo entrar Marcelo Oliveira e Maicon, sacando Bruno Cortez e provavelmente, Arthur, desmontando um setor que está afinado (Michel, Arthur, Luan e Ramiro).
O time está entre os melhores do campeonato, oscilou por erros bem visíveis, por decisões equivocadas, mas passíveis de correção.
Paralelamente ao que ocorre dentro das quatro linhas, a Direção precisa agir nestes "ruídos" no elenco com atletas que parecem incomodados em ser profissionais do clube; melhor despachá-los para não comprometer o ambiente do vestiário.
Em 2017, entramos no 15º ano do campeonato por pontos corridos.
ResponderExcluirAmplo domínio dos paulistas, que souberam encarar com seriedade este tipo de disputa.
Infelizmente, os gaúchos não conseguiram entender que campeonato de pontos corridos tem uma decisão a cada jogo. Sem direito a jogo de volta.
E se não houver mudança de foco, naquilo que se quer conquistar, vamos ver os demais clubes empilhando títulos e nós estaremos sempre com o discurso que não podemos disputar mais de um campeonato de cada vez.
Cruzeiro - 2003
Cruzeiro - 2013
Cruzeiro - 2014
Santos - 2004
Corinthians - 2005
Corinthians - 2011
Corinthians - 2015
São Paulo - 2006
São Paulo - 2007
São Paulo - 2008
Flamengo - 2009
Fluminense - 2010
Fluminense - 2012
Palmeiras - 2016
Este 2017 seria o ano da opção gremista pelo Brasileiro como prioridade; além da exclusão momentânea do Inter que ajuda de certa forma.
ResponderExcluirBoa tarde, Bruxo. Sei (ou imagino) que este é um espaço para esportes, especialmente futebol (e às vezes futebol é só futebol, como nessa semana). Mas isso é só uma resposta, jamais vou ter iniciativa de falar de política aqui. Não vou citar nomes e não entrarei mais em assuntos de política aqui, mesmo que me respondam depois desse comentário.
ResponderExcluirEstava lendo as últimas postagens há pouco, e muito poderia se comentar sobre o que foi escrito sobre futebol, mas devido a uma absurda defesa da ditadura militar ("ditadura" mesmo, sem eufemismos) feita no espaço de comentários posts atrás, acho que quem não concorda tendo ou não vivido aquela época com aqueles acontecimentos brutos deve ter a oportunidade de responder.
Ditadura que tomou o poder de forma ilegítima, ou melhor, criminosa, e de forma sanguinária, numa paranóia esquizofrênica esmagou até parentes, pais, mães e avós de "terroristas" para intimidar os que não encontrava para prender e/ou torturar e/ou matar, e que por essa ilegalidade e violência se colocou, sim, como alvo legítimo à reação violenta, como qualquer um que tenha a iniciativa de pegar numa arma criminosamente - porque quem propõe a violência é alvo legítimo de violência, como é legítimo um atirador de elite dar um tiro na cabeça de quem fez um refém e decidiu não negociar mais, enfim devido à tal defesa daquele "governo" ilegal que propôs a violência, feita aqui coloco o seguinte:
Para quem vivia de novela, futebol e TV há décadas atrás, para quem não se "envolvia" e ficava quietinho, sem interesse em votar, gargalhando com as pornochanchadas (que eu até curto hoje, como diversão trash), paz e silêncio dão no mesmo, e o mundo é igualmente belo sob ditaduras que impõem o silêncio na porrada ou democracias que impõem paz harmônica e respeito aos direitos humanos, sem os relativizar com "comunistas" são diferentes, etc. Quem tem pouco interesse nos próprios direitos civis, como votar, se expressar livremente, etc, o preço da relativização (e da falta) de garantias até para o próprio corpo é aceitável, preço baixinho, porque não é alvo do regime brutal, porque não se envolve com coisas que contestam o poder, não "incomoda". Nas ditaduras o mundo é "sempre bom, otimista e risonho" (mais até que em democracias ricas), como nos filmes e arte em geral, que costumam ser liberados. As pessoas se contentam com "paz" (silêncio) e ponderabilidade nas coisas, anseiam por isso, ainda que sob um preço de sangue, às vezes: o importante é calar os descontentes "que não me deixam assistir minha TV sossegado, dormir bem e fantasiar um mundo belo e harmônico a minha volta". Não é assim apenas em política: em religiões se abraça o conforto pagando-se o preço da razão (enquanto em ciência se abraça a razão pelo preço do conforto.) Uma ditadura que garanta o silêncio ("paz") para do sofá assistir numa boa a uma novelinha ou programa de auditório é um sistema que traz ao seu modo as tão desejadas "paz" e previsibilidade nas coisas (para quem não sai do rebanho). Previsibilidade é algo que o ser humano busca de diferentes formas desde as cavernas e ainda hoje. E todos que se adaptam essa coisa bruta, a "paz-silêncio", depois do fim da ditadura dizem: "como foi boa aquela época". A maioria dos alemães dos anos 1930 que viveram o período nazista, não sendo por algum motivo um alvo, tinha uma vida feliz tanto quanto muitos latinoamericanos que defendem ou pedem a volta das sanguinárias ditaduras militares dos anos 60/70. Cai bem, para estes, a "paz-silêncio" à base de esmagamento covarde de quem se opõe à ilegalidade e tem coragem de enfrentar não grupinhos, mas as forças armadas poderosas de um estado "possuído". E se os jornais disseram na época que as pessoas que não se conformaram eram terroristas se aceita, afinal os jornais "diriam" que não eram terroristas se não fossem terroristas - e por que não diriam não é mesmo?...
Rodrigo
ExcluirTalvez pela condição de professor de Sociologia e História por 15 anos; agora, parei por não conseguir conciliar com a outra minha atividade (Saúde), eu sempre acreditei que dá para comentar qualquer tema, "sem perder a ternura"; sei que o espaço é sobre futebol, mas, às vezes, é preciso contextualizar os fatos, para poder entendermos as causas para se chegar às consequências. Foi o que fiz ao responder ao Carlos sobre o impedimento de Froner treinar o Grêmio naquele Abril de 64.
Não estava tratando de política especificamente e sim de História.
Goebbels tinha razão. A mentira repetida mil vezes acaba por se tornar verdade.
ExcluirMas tudo bem, desejas pensar assim, então que assim seja. É direito seu. Mesmo que isso revele seu lado retrógrado. Não se permitir evoluir e nem aceitar que outros possam pensar diferente. Mesmo que isso possa revelar um lado obscuro da mente humana ao opor-se às evidências e aos fatos. Sintomático em alguém que não quer enxergar o que lhe rodeia.
Procure ler o que Gabeira e Eduardo Jorge (dentre muitos dissidentes da época) falaram recentemente sobre as verdadeiras intenções das esquerdas brasileiras. Leia. Se informe. Não machuca, pelo contrário, liberta.
A tradicional postura de “coitadinhos”, a “vitimização de si mesmos”, cega e não deixa olhar para o clamor de centenas de inocentes que morreram neste processo deflagrado pelas esquerdas brasileiras em nome de uma mentira que o mundo todo já comprovou ser uma falácia, um engodo.
Sua reação é típica (da cartilha de Gramsci) mesmo que tenha deixado escrito: “Particularmente, sou totalmente favorável a democracia (a verdadeira democracia), ...”.
Bruxo, concordo com você: “..., às vezes, é preciso contextualizar os fatos, para poder entendermos as causas para se chegar às consequências.” Também já fui professor (não de história). Já vi professor de história, que comungava dos mesmos pensamentos do rapaz acima, reprovar aluno de “segundo grau” (ensino médio hoje) somente porque não aceitava suas “versões” sobre a história brasileira. Mesmo fazendo uma observação, o “Conselho de Classe” manteve a opinião do professor da matéria. Você sabe bem como funciona o sistema, infelizmente.
Pedro Rocha poupado e o treineiro:
ResponderExcluir"O Pedro melhorou bastante. Se fosse uma decisão, ele jogaria"...
Escalar ou não o Rocha não é o meu ponto, isso é só um exemplo do momento, meu ponto é poupar, em geral. O que me irrita nisso é que no Brasileirão pontos corridos, todo jogo é decisão, mas esse pensamento de que a decisão é depois, de que os 3 pontos a serem disputados adiante valem mais que 3 pontos disputados agora se perpetua. Todos os jogos são igualmente decisivos, exceto os confrontos diretos pela liderança, os chamados jogos de "seis pontos" - mas por outro lado nesses confrontos diretos o empate ou a troca de pontos serve, em geral.
Outra frase perdedora, outro lema gremista e gaúcho no Brasileirão:
"Tudo bem, podemos recuperar depois".
É uma variante do "se fosse decisão jogaria". O "recuperar depois" é subestimação dos pontos atuais em disputa, coisa comum depois de cada partida perdida por colocar reservas, depois de cada tropeço por entrar de salto alto. Pois estamos vendo como "está fácil" recuperar os pontos perdidos! E é assim todo ano, com o lider fazendo mais ou menos pontos que o Corinthians. Se acham a campanha dos paulistas inalcançável, peguem outro ano, qualquer que for, sempre o lider se desgarra e nunca mais é alcançado, só três vezes o campeão do primeiro turno não foi campeão depois (Grêmio, inter e Atlético-MG conseguiram esses vexames) ou fica naquela coisa de se matar para tirar um pontinho de diferença por várias rodadas (e às vezes esse pontinho é de aumento da diferença!) Ainda assim a cada ano é uma chuva de pontos jogados fora, esbanjados.
Outro lema gremista e gaúcho no Brasileirão:
"Existe momento certo para liderar, a hora não é agora."
Lembro de um dirigente colorado falando como se fosse o "Dr. Brasileirão", recusando a liderança, achava ruim naquele momento, isso é falta de culhões, ser lider é um peso, alguns não aguentam - é claro que era também uma desculpa para um tropeço na rodada que impediu a liderança, mas o campeonato acabou sem a liderança.
Mais um lema do único estado que não passou no teste de grandeza do Brasileirão em pontos corridos:
"Existe um auge físico num momento adequado, não se pode chegar nele antes do tempo." O que vejo são os lideres "passarem o rodo" logo que tomam a liderança, só Grêmio, inter e Atlético amarelaram em 2008, 2009 e 2012.
O Grêmio tem dois jogos extras a cada mês: um joguinho mensal de Copinha do Brasil e outro de LA, o Corinthians 1 (Copinha Sulamericana). Um jogo de diferença entre os dois. Quando o Grêmio foi para a Argentina eles foram para a Colômbia, na altitude. Voltaram e continuaram a enfileirar vitórias. Calendário pode influenciar depois, mas por bom tempo não será desculpa aceitável.
Sobre o trio de amarelões que venceram o primeiro turno e não o campeonato:
ResponderExcluirEm 2012 o Atlético-MG terminou o primeiro turno com 1 ponto a mais que o Fluminense, ambos com ótimas campanhas, 43 e 42 pontos. Até agora aquela campanha do Galo foi a melhor campanha no primeiro turno.
O inter em 2009 terminou na liderança não isolada com 37 pontos contra 29 do Flamengo, sétimo lugar, que apesar dos 41 pontos no returno fez só 67 pontos. O Grêmio em 2008 terminou o primeiro turno na liderança com 41 pontos contra 33 do São Paulo, no quarto lugar então (o segundo tinha 36, o Cruzeiro), e na primeira rodada do segundo turno venceu de novo os paulistas e ficou no 44 contra 33 contra eles, com menos de um turno para o São Paulo reagir. Depois disso o São Paulo passou o resto do turno invicto, mas nada disso adiantaria sem as cagadas do Grêmio, que se fizesse um segundo turno algo mais que medíocre (bastava 34 pontos no returno, fez 31) ainda manteria a primeira posição, mas ficou 3 pontos atrás. Pelos critérios só precisava transformar uma derrota em vitória (3 pontos a mais) ou um empate em casa, contra o Figueirense, por exemplo, que goleara no primeiro turno por 7x1 fora numa vitória (2 pontos a mais) e ainda completar os 3 pontos transformando a derrota contra o Goiás (que goleara de 3x0 fora no primeiro turno) num empatezinho em casa. Tropeçou tanto que muitas combinações seriam possíveis para se "obter" mais 3 pontos. Aquela perda de 2008 é intragável e é um dos motivos de eu quase tornar a conquista do Brasileirão mais importante que da LA desde então embora reconheça a superioridade hierárquica (mas não técnica) da Libertadores (até porque Libertadores e Mundial estão muito conectados entre os sulamericanos, e não vejo como o Grêmio possa vencer o Real Madrid: ganhar LA e perder o Mundial é horrível, todos que viveram Grêmio vs. Ajax naquela manhã de 28 de novembro de 1995 sabem bem).
Oi, meu nome é Carlos Roberto, parabéns pelo blog. Estava vendo os títulos do Grêmio, e alguém sabe quais foram os jogos em que o tricolor conquistou a Copa Solidariedade de 95 e a Taça de Porto Alegre de 96? Gracias.
ResponderExcluirCarlos
ExcluirVou ver se o Alvirubro tem essa informação. Obrigado.
Outro assunto quebme atraiu esses dias: quem marcou mais gols em um único jogo pelo Grêmio? Sei que Sisson fez 14, mas teve outros? Gracias.
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