Opinião

Saudoso Campeão

Estou lendo a biografia de Adoniran Barbosa e lá pelas páginas 231, 232, é relatada a construção da imortal Saudosa Maloca, " ... e 'fumus' pro meio da rua, 'espiá' a demolição, que tristeza eu sentia, cada 'tauba'  que caía, doía no coração ..." É! Lá se foi a construção, posta abaixo. 

Ontem, vendo e comparando as duas formações tricolores, a de 2017 e a que jogou e perdeu, eu vi as "tábuas" caindo. Já são seis: Edílson, Bruno Cortez, Jaílson, Arthur, Barrios e Fernandinho. Meio time.

O Grêmio trouxe gente para o tetra da LA: Madson, Paulo Miranda, Thaciano, Thonny Anderson, Alisson, André, Marinho, Hernane Brocador, Maicosuel e Juninho Capixaba. Dois desses já deixaram o grupo, Hernane e Maicosuel. Excluindo Capixaba que não estreou, pergunto: Quem confirmou? Quem agregou qualidade?

Nem vou analisar nominalmente, isto é, se A de antes é melhor que B de hoje, fico apenas com os desempenhos destes últimos meses. A conclusão é óbvia: Retrocesso, queda. Se houve acréscimo individual, deixo a dúvida; no coletivo dá para cravar que não, não houve. 

Até aqui, eu ainda segurava a crítica, mas depois que li que a manutenção de Marcelo Oliveira foi escolha do treinador, os butiás caíram do bolso. Fica atualíssima a máxima que jogador ruim no elenco acaba jogando.

Outro ponto: A intensidade que o time do ano passado possuía estava alicerçada na força de quatro ausentes, Edílson, Cortez, Jaílson e Arthur; acrescente-se a raça de Ramiro e Kannemann, o grande futebol de Geromel e Luan, a boa fase de Grohe e Fernandinho + a vocação para  o gol de Barrios e estava formado um time competitivo. 

Isso, esboroou-se. Virou pó. Dá para ver que Geromel e Kannemann jogaram preocupados com os parceiros das laterais. O primeiro andou vacilante, o outro, acrescentou uma irritabilidade no seu comportamento, que quase o tirou da partida em Quilmes.

Sem Arthur, Maicon voltou a ser o "soneca" do meio de campo ao lado do veterano Cicero, formando a dupla de volantes mais lenta do futebol brasileiro, o "sonho de consumo" de todos os adversários do Grêmio.

 E o ataque? Luan não está comprometido, ainda mais, jogando longe da área, os demais, até aqui são arremedos de atacantes, qualquer um, Jael, André, Alisson, Marinho. Sobra Éverton, mas um Cebolinha só, não faz verão.

De nada adianta formar Mateus Henrique, Jean Pyerre, Pepê, Patrick, Dionathã, Batista ou "prospectar"o mercado, vide Mateus, se na hora de inscrever atletas para as competições a escolha recair em Douglas ou no repasse destes guris para clubes menores.

Sinceramente, o melhor que pode ocorrer para o Grêmio neste momento é ter uma única competição, o Brasileiro. Cair logo na Copa do Brasil e Libertadores.

Ainda dá tempo para fazer uma revolução como aquela que citei, a de 81, a do Seu Ênio, mas aí tem que querer, parece que não é o caso.