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sábado, 2 de maio de 2020

Opinião


Especial


As Feras de Saldanha


Fonte: https://exame.abril.com.br/

Peço licença aos amigos do blog, acostumados a ler apenas notícias sobre o nosso clube, mas hoje, eu preciso exorcizar minha alma, tentar amenizar (imagino, parcialmente) a injustiça que se comete com um gaúcho de Alegrete, João Alves Jobim Saldanha, o homem que ajeitou os trilhos para que a Seleção Brasileira chegasse tão bem na Copa do México em 1970 e, a partir, do que seu viu neste período de "recuerdos" da mídia brasileira, tempos de Pandemia, alguns fatos chegaram sonegados ou incompletos; certeza que tive, quando busquei não confiar apenas na minha memória que para ela, estes fatos de 69 e 70 estão muitos vivos ainda, mas pesquisar nos órgãos da época.

Observem o que se disse recentemente, desta Seleção, seus méritos, suas virtudes e, aí, eu fui buscar o construtor dessa máquina de jogar futebol. Vamos aos fatos presentes nela com João Saldanha à frente do comando técnico:

- Era um time equilibrado, muito ofensivo, mas que sabia se defender. Nas eliminatórias, o Brasil jogou seis vezes, obteve seis vitórias, marcou 23, tomou apenas 2
- Sete tricampeões mundiais eram titulares na fase classificatória: Félix, Carlos Alberto, Wilson Piazza, Gérson, Jairzinho, Tostão e Pelé (vide foto acima)
- Uma das novidades era a ausência de um centro avante rompedor, Tostão ocupou o lugar de forma magistral, provou que ambos, ele e Pelé, poderiam jogar juntos. O "Mineirinho de Ouro" fez 10 gols nas Eliminatórias. Vale lembrar que o sucessor de Saldanha, deu uma declaração a Revista Placar número 2, datada de 27 de Março de 1970, página 7: - "Falta um Vavá na Seleção, um homem de choque que enfrente de igual para igual os gigantescos beques europeus... um ponta de lança capaz de aproveitar as bolas cruzadas na área". Aí, a justificativa para as convocações de Roberto e Dario
- A Seleção conseguiu acomodar vários camisas 10 entre os titulares; lá estavam eles: Gérson, Jairzinho, Pelé e Tostão. Mais tarde, o outro treinador incluiu mais um, Rivellino, mas a ideia de aproveitamento de craques juntos tem paternidade anterior

Além disso, Saldanha caiu em 17 de Março, setenta e oito dias antes da estreia, e se formos olhar os 22 convocados que foram ao México, 20 nomes estavam na lista de Saldanha. Entraram Roberto, Dario (uma solicitação do General Médici) e Félix (afastado por Saldanha, porém, seu goleiro em 69). Leão cortado posteriormente à saída do "João sem Medo", retorna com a lesão do ponta Rogério, isso, já em solo mexicano.

Finalizando: É indubitável, inegável, muitos dos méritos da Seleção campeã em 1970 tem sua origem nas ideias do jornalista e eventual treinador, João Saldanha.

A História é implacável, mesmo que queiram ignorá-la.




Um comentário:

  1. Para reforçar a ideia do técnico sucessor de Saldanha em usar um centro avante de ofício, veja:
    http://candangol.blogspot.com/2010/04/26-de-abril-de-1970-pele-na-reserva_26.html

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