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domingo, 3 de maio de 2020

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (232) - Ano - 1909-1915


O Xirú


Este período de Pandemia está sendo comparado ao da Gripe Espanhola (erradamente chamada assim; ela não era de  lá, nem se tornou mais evidente naquele país, também). Aí, surgem nos  espaços de futebol, notícias que correlacionam estas epidemias com histórias pertencentes ao universo futebolístico como foi o caso do blog Grêmio Avalanche, vide Ex-médico do Grêmio que fez excelente matéria a partir de dados do jornalista Maurício Brum.

Quis dar a minha contribuição e lembrei dos arquivos do amigo Alvirubro, pesquisador, cujo conhecimentos recorro quase sempre neste espaço, Pequenas Histórias. E ele me municiou.

Carlos Mostardeiro, assim como Carlos Kluwe e Florêncio Ygartua (atletas do Internacional), era acadêmico de Medicina, todos jogavam pelos seus clubes, conciliando os estudos com suas atividades esportivas. 

Ele era chamado de Mostardeiro I, porque havia o seu irmão, Mostardeiro II. Jogavam formando a ala esquerda média do Grêmio, isso, durante 3 anos, quando Alfredo (Mostardeiro II) veio a falecer em 1913 e Carlos voltou a usar seu apelido, Xirú (na foto, o terceiro, da segunda formação, a do meio), óbvia alusão ao seu tipo indiático, guarani.

Xirú Mostardeiro esteve no primeiro Grenal, o dos 10 a 0, além de participar das duas maiores goleadas da história Tricolor: um 23 a 0 sobre o Nacional de Porto Alegre em 1912 e 23 a 1 contra o Americano, também da capital em 1915, duas semanas antes de sua despedida, ocorrida em 25 de Abril, 10 a 1 diante do Grêmio Esportivo FBC.

No ano seguinte, Mostardeiro formou-se em Medicina numa turma que tinha entre outros:  Carlos Niederauer Hofmeister e Raul Pilla, patronos das Cadeiras 11 e 22 da Academia Sul-riograndense de Medicina. O primeiro, renomado pediatra, o segundo, histórico político que lutou pelos Maragatos, juntamente com Assis Brasil em 1923 contra Borges de Medeiros.

Pilla era ferrenho defensor do Parlamentarismo como sistema de governo.

Mostardeiro, como médico, atendia numa rua próxima à que leva o nome de sua família, a Mostardeiro, bairro Independência, onde era responsável pelo 22º Quarteirão, no 3º Distrito, além de disponibilizar o seu telefone pessoal.

Em 6 de Novembro de 1918, veio a falecer vítima do vírus Influenza, H1N1, o mesmo que assustou a humanidade recentemente no que se convencionou chamar de Segunda Onda dele.

Fontes: gremioavalanche.net
              pt.wikipedia.org
              simers.org.br
              arquivo pessoal do amigo Alvirubro (inclusive a foto)




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