Páginas

Páginas

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Opinião

 


Vestindo a Camisa


Ler o “noticioso” esportivo, depois da derrota colorada neste Domingo, realmente, foi um grande exercício de aprendizado ou de confirmação de quase tudo que a gente já viveu no futebol.

Boa parcela da Imprensa exagerou na missão de vestir a camiseta de sua empresa (não confundir com a do Coirmão), com isso, vilipendiando a sua profissão, ignorando crises de moral ou consciência. O que valia nesta hora era faturar em cima da notícia, nem que fosse necessária a sua transmutação. Os fatos teriam que chegar ao torcedor vermelho de uma forma tocante, coincidentes com o seu estado de espírito; resumindo, faturar em cima dos acontecimentos.

Basta dar uma olhada para o dia seguinte do Grenal e o que se verá é uma minimização dos erros de arbitragem (pênalti em Ferreira), ausência de revisão do var na suposta penalidade máxima de Kannemann, porque, essa parcela da mídia gaúcha ficou entre a cruz e a espada; isto é, não poderia ser fiel aos acontecimentos ou ampliar a sua dimensão, pois seria considerada “gremista” justamente num clássico; então, a manchete principal direcionou-se para os 75% de chance de título do Inter e os apenas 6% do Flamengo.

A desastrosa atuação de Luiz Flávio de Oliveira virou pó, perdeu a importância. Não houve colunas raivosas, nem microfones indignados.

Agora, observando o lance violento de Rodinei em cima de Filipe Luiz, fico imaginando como seria se os protagonistas fossem Isla sobre Moisés, isso, com o idêntico desfecho: a expulsão do agressor (mesmo que não tivesse intenção, afinal Kannemann, também não a teve ao ver a bola ser tocada no seu  braço recolhido); como essa parte da imprensa trataria o caso. Faria uma segunda revolução farroupilha?

Alguns dessa parcela, chegaram a mencionar que em situações iguais, o mesmo juiz tomou outra decisão, dando apenas cartão amarelo. Eu digo: mérito para Rafael Klaus que deu vermelho, certamente, ao dar amarelo em lances semelhantes, ele errou; deve ter sido capacitado novamente, ter passado por uma reciclagem e, finalmente, acertou a cor do cartão. Repito, mérito para ele, porque repetir o erro para ter “coerência” é de uma burrice inominável. Klaus superou a ação equivocada do passado e acertou em cheio. Errar é humano, permanecer com o erro é inadmissível.

Olhem a imagem: há a bola longe, no meio, o pé esquerdo de Rodinei e a cena do "crime", o pé direito do defensor colorado sobre o tornozelo torcido, dobrado de Filipe Luiz. Nem em foto, nem em vídeo, nem que a vaca tussa, isso é para cartão amarelo.

O que essa parcela da imprensa trama, arquiteta é promover esse ambiente até o final da trigésima oitava rodada, quando, o Inter, vencendo, ela dirá que ele passou por cima de tudo; porém, em caso do título ficar na Gávea, baixando a poeira, dirá que venceu o melhor.

Quem viver, verá.




6 comentários:

  1. Exatamente, Bruxo. Mas eu diria que além do uniforme da empresa, estão finalmente usando o vermelho. Já era hora.

    Perfeito. O juiz errou nos lances semelhantes. Acertou ontem e agora querem passar pano. Como sempre fizeram.


    Mídia canalha, oportunista e mentirosa. Uma vergonha para aqueles que escolheram o jornalismo como profissão.

    ResponderExcluir
  2. Vergonha, Rodrigo. Não tem outro sentimento.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Na verdade, Bruxo, corrigindo o comentário anterior que fiz, o Rafael errou. De novo! Pois pelas imagens ao vivo nem falta havia dado, o V.A.R. foi quem lhe chamou e fez justiça ao lance.

      Excluir
  3. Pelo menos, teve bom senso e humildade. Outros morrem com o erro.

    ResponderExcluir
  4. A melhor crônica desse jogo na imprensa esportiva que eu vi até agora foi essa: https://www.youtube.com/watch?v=Pf5YDpcKBPM&feature=emb_title

    É um pouco longo. Mas pra quem ainda prestigia jornalismo de nível, vale a pena.

    ResponderExcluir
  5. Vinnie
    Ainda não vi todo, mas a parte do Juca Kfouri é a posição de alguém que está distante da emoção. Ele é corinthiano e analisou lucidamente o lance do Rodinei, entre outras coisas.

    ResponderExcluir