Opinião

Por que não acredito neste Grêmio? 

Mesmo que o meu pressentimento seja contrário ao desejo, eu acabo escrevendo o que sinto. Foi assim, quando muitos achavam que o Grêmio não ia cair e cravei que não havia como com o que se via dentro das quatro linhas, se safar do rebaixamento. Não se trata de escrever por impulso, quando isso pode acontecer, me afasto do teclado, respiro fundo e espero passar esta sensação. Ocorre o mesmo neste final de 2021, quando ouço entrevistas dos comandantes gremistas (e aí a imprensa não tem responsabilidade) que desanimam os torcedores mais sensatos. Querem ver? Prossigam a leitura.

O que estará numa enciclopédia do futebol nacional no verbete Vágner Mancini treinador? provavelmente: - começou sua carreira em 2004 no Paulista de Jundiaí, onde venceu no ano seguinte, a Copa do Brasil, depois suas conquistas se resumem aos regionais baiano (duas vezes), o cearense e o catarinense. Caracteriza-se por ser "bombeiro", isto é, quando um clube está ameaçado por rebaixamento, ele é contratado, porém, na maioria das vezes, não conseguindo evitar. O caso mais recente é o Grêmio de 2021-. É isso que espera e deseja o torcedor gremista?

Outro indício de fracasso: O foco não é começar um novo ciclo que leve a anos de sucesso, depois do tombo e as devidas correções de rumo, mas apenas "subir para a Série A"; aí, os comandantes da instituição tem a ideia de formar elenco com "cara de Série B", como ser jogador aguerrido, comprometido, fosse predicado, qualidade, que não se vê na "A"; ora ! William Arão, Éverton Ribeiro, Zé Rafael, Patrick de Paula, Zaracho, Hulk, não são tudo isso? O Tricolor precisa diminuir a qualidade do time para subir ali, ali, "garreado" nas últimas vagas do ascenso? Fazer uma epopeia, uma nova Batalha dos Aflitos? O que esperar de um meio de campo com Thiago Santos, Lucas Silva? de uma intenção de vender um dos goleiros para trazer um cascudo, não interessando as limitações que virão com ele no pacote? de sonhar com zagueiros limitados e em final de carreira?

Querem mais outro indicativo? Um clube superavitário que vai enxugar o elenco (justa medida, diga-se), porém, em contra-partida vai rechear o plantel com jogadores discutíveis que vão "rebaixar" a qualidade do clube, transformando-o de franco favorito em mais um daqueles que vão brigar com agremiações que namoram o acesso há anos como CSA e CRB, talvez Sampaio Correia; enfim, entrar no bolo dos seis, sete candidatos à subir. Com certeza, isso poderá ser evitado com a consciência da grandeza da instituição e o dever de patrolar os demais. O Grêmio pode e deve ser o Galo ou Flamengo da Série B; isto é, entrar e atropelar os adversários, porque tem tudo a mais que os demais. Isso não é subestimar; é se impor! É como Barcelona e Santos naquela final de Mundial em 2011.

O que seria um evento incontestável, ou seja, jogar a Série B com muita seriedade, com respeito, mas consciente que é o estranho no ninho dessa turma, com a predestinação de rapidamente voltar ao seu lugar de fato e direito, os dirigentes teimam em dificultar, mexendo onde não deveriam, os goleiros e mantendo quem deveria vazar (treinador).

Honestamente, não tem como não vir à mente a frase irretocável: - É fácil complicar; difícil é simplificar.