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terça-feira, 8 de março de 2022

Pequenas Histórias

 Esta postagem deveria sair antes do Clássico, não consegui me organizar, mas o Grenal, também não se realizou. 

Pequenas Histórias (265) - Ano - 1968 a 1972

Pontas: o Caminho Letal para o Gol 

Fonte:https://www.pinterest.com/

Morreram Lula (11/02) e Flecha (23/02), dois pontas genuínos. O primeiro; meu ídolo naquele ataque campeão nacional em 1970 pelo Fluminense (Cafuringa, Flávio, Samarone e Lula). A idolatria esfriou quando deixou o Rio para se juntar ao mesmo Flávio (+ Valdomiro) no grande Inter de 75 e 76.

O segundo, minha admiração prosseguiu mesmo depois que se "mandou" para Coritiba, América RJ e Guarani de Campinas. Flecha foi um monstro pela ponta direita, talvez o coadjuvante com mais ares de protagonista. Pelo menos para mim, que presenciei na Baixada Melancólica, ele botar a bola na cabeça de Néstor Scotta no primeiro gol (o argentino faria o segundo) ou no mais belo tento gremista que vi, quando centrou para Chamaco Rodriguez fazer de calcanhar numa bicicleta ao avesso o terceiro.

No Grenal do Beira-Rio, aquele que ficou para a história como o do Caio Cabeça (autor de dois gols), Flecha se imiscuiu entre os zagueiros, passou pelo goleiro Gainete, para, em seguida, ser derrubado pelo beque Walmir (Louruz) no exato instante que ia botar a bola para o fundo da rede. Scotta cobrou com sua habitual maestria a penalidade. O Tricolor ganhou de 3 a 1. Decorreriam três anos e meio para o Imortal comemorar de novo, uma vitória em clássicos.

E na partida que inaugurou o "moderno" campeonato brasileiro, quando brilhou a estrela de Néstor Scotta. O gringo marcou dois gols (o primeiro entrou no mesmo lugar, onde dez anos depois, Baltazar acertaria o arco de Waldir Perez). Coube a Flecha colocar o derradeiro prego no caixão são-paulino, executando de pé esquerdo o rebote do goleiro Sérgio em mais uma  ótima arrancada do centro-avante platino.Vide Gremio 3 x 0.

Aliás, Flecha bem que poderia viver da profissão de coveiro, pois neste mesmo ano (1971), marcou de cabeça, o gol da tranquilidade no Grenal, a pá de cal, também no Beira-Rio, no 2 a 0 (Gaspar abriu o placar) na conquista da Copa Atlântico, primeira taça a ser erguida de origem internacional no novo estádio do Coirmão.

Chegando à Seleção, ele era orgulhosamente, um coadjuvante para Zico, expoente máximo da história do Flamengo; Palhinha, herói do Cruzeiro na conquista da Libertadores (1976) e Corinthians no épico campeonato paulista (1977), primeiro título do Timão após 23 anos de seca; Rivellino, maior jogador da história deste mesmo Corinthians e herdeiro da camisa 10 nas Copas de 74 e 78. O outro da foto acima, Lula, um ponta ofensivo em sua essência; rápido, driblador e artilheiro.

Flecha e Lula apresentaram sem dúvida alguma, o que de melhor o torcedor idealiza para um ataque dos sonhos. Tinham em comum, a volúpia desbravadora de defesas pelas pontas, o cruzamento qualificado, donos de arremates mortíferos, porém, não souberam driblar as armadilhas da fama fora das quatro linhas.
Foram grandes; poderiam ser mais.

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro
            Arquivo Histórico de Santa Maria


 

6 comentários:

  1. Dois representantes de times que atacavam, sem despreocupar-se com o sistema defensivo, que era bem montado.
    Atuando no Grêmio, Flecha entrou em campo 217 vezes e marcou 48 gols.
    Atuando no Internacional, Lula entrou em campo 182 vezes e marcou 59 gols.
    No atual futebol, quantos ponteiros genuínos vemos? Quantos ponteiros marcam esse números de gols, passando por um clube?
    Hoje, muito mais do que atacar, a principal valência do homem da beirada do campo é recompor, voltar para marcar, e lá no ataque, solitário, a esperar uma bola que chegue em condições de ser tocada para a rede, o centro-avante.
    Nós, velhos torcedores, tão acostumados a ver ponteiros, direito e esquerdo, centrando bolas para o número 9, hoje temos que nos contentar com a bola rolada entre os nossos zagueiros, pois a posse dela é primordial, dizem os especialistas.

    Bela lembrança, a tua!

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  2. Até a mística das numerações 7 e 11, se perdeu. Uma pena.

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    1. Verdade! Chegamos à incrível invenção, como Dudu, do Palmeiras, em 2021, usando a camiseta Nr 4+3, porque outro jogador usava a número 7.
      Para o meu gosto, quanto mais simples, melhor. Entretanto, vale bem mais o modernismo.

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    2. Alvirubro
      Vamos chegar para a evolução do qr code nas costas dos atletas.

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  3. Joao Henrique Hollerbach09/03/2022, 14:40

    Eu estava presente nesse jogo na Baixada Melancólica! Abraço.

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  4. João
    Um frio de rachar;lembro bem.

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