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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Opinião




Batendo no Teto 

Ontem, ouvindo o pós jogo, entrevista com Renato, um repórter perguntou se o time do Grêmio não batera no teto. Num primeiro momento, daria para concordar com essa ideia que vem prosperando, mas, eu já saltei fora dessa "barca" após algumas evidências, que farão parte do texto abaixo.

Primeiro, uma explicação: acho o Renato muito bom técnico, porém, as necessidades do Grêmio exigem uma nova condução. Minha preferência sempre foi pelos treinadores estrangeiros, os bons, é claro, já que não vejo nada no futebol nacional, os grandes sopros de inovação vem dos europeus em especial, mais de alguns argentinos como Vojvoda.

Continuando; Renato, sua biografia, só tem momentos de relevância fora do Tricolor, noutro Tricolor, o carioca, uma Copa do Brasil e um vice da Libertadores pelo Fluminense. É só, nada no Atlético Paranaense, Bahia, Vasco e Flamengo, aquele de 200 milhões de reais.

O que bateu no teto foi a capacidade de extrair mais do elenco pelo treinador, exemplificando: cada vez que ele enfrenta o Flamengo, é aquela lamentação dele pelo desequilíbrio dos grupos, o que justificaria o rotundo fracasso de encarar o Rubro-negro 11 vezes, perder 9 e empatar 2. Aproveitamento de menos de 1%. Seria engraçado, se não fosse trágico. Felipão bateu o Flamengo no Maracanã por 1 a 0, gol de Borja, quando o Tricolor fazia água por todos os lados.

Pedi para o meu amigo Alvirubro, a estatística recente do Inter contra esse mesmo Flamengo, ou seja, entre 2018 e 2023. Sabem o que os números revelam? 13 jogos: 5 vitórias, 5 derrotas e 3 empates. 19 gols marcados e 18 gols sofridos. O Inter que não vence nada relevante em 13 anos e não conquista Gauchão há 7.

E o que dizer das goleadas do Bragantino de Pedro Caixinha e do Cuiabá de Antônio Oliveira sobre este mesmo Flamengo? Um 4 a 0, outro, 3 a 0.

Ontem, eu escrevi que Cristaldo e Carballo estão mal; aí, esta manhã, veio um lembrança cristalina, claríssima, na verdade, dois exemplos: o primeiro, o Juventude emendou uma série de derrotas com o técnico Pintado, ficou na zona de rebaixamento da Série B. Logo, a conclusão era que o grupo era insuficiente, uma provável queda para a C, não poderia ser descartada. Trocaram o treinador, veio Tiago Carpini e passadas algumas rodadas, o clube da Serra já sonha com o acesso para a A em 2024. Basicamente, o mesmo elenco.

O segundo: o Cuiabá estava despencando na tabela da A, zona do rebaixamento, trocam o comandante técnico, entra o português Antônio Oliveira e o milagre se consolida. Encerrou o turno em oitavo lugar. Olhem o grupo de jogadores, o mesmíssimo.

Então, tem muito jogador bom no Tricolor, que está sendo mal aproveitado. Fica difícil para o torcedor sensato decretar que tal atleta é uma naba (como aliás, eu já fiz), sem vê-lo sob uma outra orientação na casamata.

Concluindo: não é o elenco que bateu no teto. Bragantino, Inter, Cuiabá, não possuem grupos mais bem qualificados do que o Imortal.

Renato terá um turno inteiro e uma única competição para mudar esse panorama. Os reforços chegaram; não são bons? problema de quem avaliza e de quem contrata.


4 comentários:

  1. Acho que o Guerra Caiu na conversa do Renato e já vimos como isso acaba...




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  2. Prefiro acreditar que com o Guerra será diferente. O final do ano responderá.

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  3. O Grêmio hoje é "refém" do Renato. Quando ele saiu no começo de 2021 o trabalho já tinha muitos dos problemas que vemos agora, mas o Grêmio foi tão incompetente após sua saída que o Renato voltou ainda mais forte, mesmo tendo feito um trabalho decepcionante no Flamengo. Se criou o clima de "só ele resolve".

    E até os treinadores que o Grêmio buscou depois do Renato: Tiago Nunes, Felipão, Mancini e Roger todos já eram conhecidos do clube, o Grêmio nem ousou buscar algo fora do comum. Vamos ver se com o Guerra será diferente numa eventual saída do Renato.

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  4. Marcio
    Sendo otimista, este primeiro ano, ele, Guerra, foi para não arriscar muito no comando técnico, algo como Ramirez no Inter, mas para 2024, ele já deve estar mais seguro e o clube mais tranquilo para uma inovação.

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