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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Opinião




O Descrédito indevido de certas Palavras 

A cada ano, a cada turma nova na aula inaugural, eu colocava três palavras no quadro: Semântica, Empatia e Alteridade. Era uma regra para mim e um acréscimo para os próximos períodos.

Lembrei da primeira, Semântica, porque ao longo dos anos acompanhando o futebol, vi uma "apropriação indébita" de algumas palavras, que, evidentemente, tinham que casar prática com teoria e isso não ocorreu em diversos casos como vou exemplificar:

- Futebol se faz com convicção - Essa palavra na boca de um conhecido dirigente de clube, esboroou-se, porque, sendo uma expressão forte,  impactaria junto aos torcedores e imprensa, ninguém iria contra, afinal, ela pressupõe ações harmoniosas, equilibradas e coerentes, porém, não se via isso no dia-a-dia do cartola

- Um time precisa de equilíbrio - Outra expressão, no caso, tomada por um conhecido técnico, cujo principal traço de sua biografia como comandante técnico era pegar times do nada e levá-los a lugar nenhum de uma forma instável, ou seja, desequilibrada

- Há necessidade de se criar um fato novo - aqui, o infeliz dirigente estigmatizou a expressão, que outrora, na boca de experiente jornalista, político e dirigente de clube, se tornou uma máxima certeira: Vitória em Clássico arruma a casa. Verdade, o triunfo num jogo diferenciado pela rivalidade estabiliza o clube e time, que antes vinham pelas "caronas". Neste caso, a novidade acabou certeira e eficaz

Com relação a esta última, eu acho que o carimbo da expressão (fato novo) como sinônimo de risco iminente de fracasso devido a goleada espetacular do Grenal dos 5 a 0, encabulou dirigentes na tomada de providências saneadoras e urgentes aqui no RS. O caso mais recente é a hesitação e inação da troca do treinador gremista nesta parada Fifa.

 O tempo que um interino da comissão técnica teria é mais do que suficiente para realinhar o time nas quatro linhas e aparar eventuais diferenças no vestiário, algo que Rafael Sóbis, jogador experiente e vencedor, detectou. Só não foi levado mais a sério, porque tem muita identificação com o lado vermelho.

Vale destacar que inteligência ou burrice, não tem coloração partidária, religiosa ou clubística. O bom será, não desconsiderar as palavras do ex-avante vermelho.

O Grêmio precisa de um fato novo.

14 comentários:

  1. Professor, quem diria!
    O Resgate do soldado Ryan.

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  2. Bruxo, talvez esse fato novo venha somente em 2026, mas precisamos que Alberto Guerra faça um último ano de mandato minimamente razoável p/ poder deixar o caminho pavimentado p/ o próximo mandatário. Paulo Caleffi parece ser um dos candidatos, mas pelos ruídos de bastidores estaria tentando um apoio de Darhley, nesse caso acho que perderia um pouco a força. Outra ala da oposição estaria pensando em Denis Abraão, que sinceramente não me agrada. E uma terceira parece, pelo menos p/ mim, ser bem razoável, com um nome que não recordo neste instante mas apoiado por um braço forte que é Odorico Roman e que me agrada bastante. Vamos ver os próximos movimentos deste tabuleiro de xadrez.

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    1. Denis Abraão empurrou de vez, o Grêmio para o rebaixamento e manteve o Mancini, mesmo caindo e estranhamente, depois de renovar o seu contrato, passados dois meses, o demite. Usando da inocência, o mínimo que posso dizer é que houve incompetência numa questão tão pueril. Servia rebaixado e renovado o contrato, o descarta após 60 dias.

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  3. Antônio Dutra Jr. seria o nome.

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  4. O ideal do ideal, é que tivéssemos um presidente e um vice que entendessem de futebol, muito embora, se saiba que um clube ambrange áreas bem + amplas. Mas o carro-chefe sempre foi e será o futebol. Neste quesito, Koff e Cacalo fizeram uma das melhores(se não a melhor)dobradinha da história deste clube. Mas, convenhamos, achar nomes gigantescos como estes dois é muito difícil hoje em dia.
    Obs.: Perdão, esqueci de citar o nosso saudoso, inesquecível e não menos importante, Hélio Dourado.

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    1. Mas um clube de futebol pressupõe nomes conhecedores do "riscado", mesmo que sejam de outras áreas na atuação profissional.
      Se querem ser dirigentes de "clube de futebol", é necessário dominar o assunto, assim como ocorre com odontologia, magistério, tornearia mecânica, jardinagem, etc...

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  5. O jogo contra o Juventude é de altíssimo risco. Esse lance de condicionar a permanência do Renato com vitória é perigoso. Se é esse o caso, também concordo que deveriam apostar no interino e jogar todas as fichas na permanência na Série A. O fato novo ajudaria a mobiizar.

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    1. Por isso a postagem. Era para liberá-lo na parada Fifa, antes desse jogo.

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  6. Esse novo calendário de 2025 da CBF vai bagunçar tudo. Para os clubes que já tem uma base sólida os efeitos parece que não serão tão sentidos mas p/ os clubes que vão começar do zero, que é o caso do Grêmio vai ser terrível, ainda mais com a pré temporada sendo encurtada pela metade. Acho que as chances do octa caem praticamente a zero.

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  7. Todos os últimos movimentos são para matar o futebol. Algo semelhante a investir indiscriminadamente em construções, sem considerar os efeitos para o meio ambiente.

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  8. Assim como em 2025, em 2026, não será diferente, Bruxo. A Copa do Mundo será o problema para o calendário anual.
    Entretanto, não há nenhum movimento dos clubes para não entrar em campo.
    Grana, contratos, visibilidade e tudo o que pode aumentar a arrecadação mandam muito mais.
    Atletas cansados, esfolados, lesionados? Meros detalhes!
    O discurso só aparece quando estão numa situação de risco, com possibilidade de descenso.
    Aí, os motivos surgem aos borbotões.

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  9. Bem lembrado. Quem ganha, não fala em calendário desumano.

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