Opinião

Tratamento de Choque 

Fiz algo que raramente faço; assisti duas partidas na íntegra em que o Grêmio não participou. A primeira, ontem, Racing 3 a 1 no Cruzeiro e recém, Inter 4 a 1 sobre o Bragantino.

A decisão da Sulamericana não me surpreendeu, havia visto escassos minutos do time argentino contra o Corinthians, mas suficiente para ver o abafa, o sufoco tradicional portenho sobre os brasileiros, então, quando vi 2 a 0 de cara, as minhas suspeitas viraram realidade. Gustavo Costas, ex-atleta do clube de Avellaneda, uma espécie de Andrade no Flamengo, Alcir no Vasco e Milton da Cruz no São Paulo, anulou Matheus Pereira e por consequência amarrou o frágil "11" de Fernando Diniz, aliás, este que completou 10 partidas à frente da Raposa com 2 vit, 3 emp e 5 derrotas. Um fracasso retumbante. Compraram gato por lebre. Justo o título dos argentinos.

Não havia visto uma partida completa do Inter e os comentários que li e ouvi se confirmaram. São 16 jogos invictos, um "11" definido, esquema de jogo azeitado, defesa bem postada, excelente toque de bola e chegada rápida à frente, o que dá para induzir que se Roger tivesse chegado 5 rodadas antes, o Inter brigaria pelo caneco. Não teve catástrofe e pouco tempo de clube que o impedissem de fazer um grande trabalho. Torço, como gremista, que tropece em seguida.

Por que nominei a postagem de "Tratamento de Choque"? porque lembrei da Seita que vê em Renato a solução para os problemas na casamata Tricolor. É incrível, mas existem alguns que fanatizados, não veem a distância do trabalho dele para outros de equipes até médias do futebol nacional.

Para exemplificar, o Grêmio "pariu uma bigorna" para empatar nos acréscimos, gol contra no último enfrentamento em sua casa com mais de 40 mil torcedores, diante do Juventude, o mesmo que em casa fez o papel do Tricolor contra o limitado Cuiabá, virtual rebaixado.

A partida que o Inter realizou esta tarde, mostrou que a vitória veio com naturalidade, uma imposição técnica e tática, algo que os gremistas ainda não viram na equipe neste Brasileiro.

Como não imaginar o futuro gremista em 2025 com a manutenção de Renato à frente de tudo que diz respeito ao clube? 

Não há padrão de jogo, não há time definido, não há planejamento nas contratações, por fim, não se vê chance para os jovens da base gremista. 

Fico me perguntando, se Endrick e Estêvão fossem do elenco da base Tricolor, por certo, pelo histórico recente do Grêmio, eles estariam sendo lapidados em Eldorado do Sul.

Impossível acreditar que existam gremistas que não percebem o fosso que há entre a realidade azul e de outros clubes de igual ou menor envergadura neste Brasileiro. Nem falo nas "potências" que estão brigando pela faixa e pela taça. 

Que atraso!