Pequenas Histórias (111) - Ano - 1953
Em Solo Asteca
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Fonte: Correio do Povo |
No final de 1953 e início de 54, o Imortal excursionou pelo México, Equador e Colômbia. Uma grande viagem que ocupou um mês inteiro entre a estreia diante do Necaxa, dia 13 de Dezembro e o último confronto diante do Rampla Juniors em Bogotá, capital colombiana em 13 de Janeiro.
Depois de quatro enfrentamentos, onde permaneceu invicto contra mexicanos em apenas 10 dias, o Tricolor, dia 27, um Domingo, iria "medir forças" com o Toluca na Cidade do México, no moderno estádio olímpico dos Insurgentes, que recebeu 60.000 torcedores, a maior ocupação destas partidas em terras mexicanas.
Grande expectativa gerada, pois o Tricolor encarou até a Seleção Mexicana e seguia sem perder. Telêmaco Frazão de Lima, o lendário gremista, um faz tudo no clube nascido em 1903, o treinador que mais tempo ficou no cargo, levou a campo: Sérgio Moacir; Pipoca e Altino; Roberto, Sarará e Noronha; Tesourinha, Delém, Victor, Mujica e Torres. Usaria ainda o goleiro Wilson e os atacantes Camacho, Zé Ivo, Alvin e principalmente, Itamar, um titular poupado (na foto, o último agachado).
O Toluca enfrentou o Imortal com Tello; Rodrigo (Mendoza) e Ruiz (Andrade); Hernandez, Wendell e Del Valle; Perez (Cabrera), Lazcane, Carus, Amalanchane (Candia) e Tellez.
Como em muitas vezes, o Tricolor sofreu um sufoco inicial, onde surgiu acima de todos, o zagueiro Pipoca e o goleiro Sérgio, situação agravada pela saída aos 20 minutos do centroavante Victor.
Aos poucos, o prélio foi ficando equilibrado, especialmente pela categoria de Noronha, o craque que retornara ao clube, depois de grande sucesso no São Paulo, tendo, inclusive, disputado a Copa do Mundo de 50. E foi ele que cobrou magistralmente uma falta, lançando a bola na cabeça de Tesourinha (na foto, o primeiro agachado), que aos 44 minutos da etapa inicial, estufou as redes astecas, instantes após o goleiro Tello ter feito penalidade máxima não marcada, quando derrubou Camacho. Fim da primeira fase, 1 a 0.
O Toluca fez várias alterações e entre os que entraram, estava o atacante Candia, que logo aos 12 minutos chutaria uma bola na trave, que sobrou justamente para ele, que empurrou para o arco azul, empatando a partida.
Foi a vez dos gaúchos fazerem mudanças e uma delas, repetiu a história do mexicano, Itamar, que substituíra Torres, botou o Tricolor em vantagem; 2 a 1. Decorriam 25 minutos.
O Grêmio teve que fazer uma troca não prevista, o arqueiro Sérgio Moacir se lesionou, entrando Wilson.
Aos 43 minutos, um corner; uma bola alçada na área gremista e uma intervenção de Wilson que saiu para dar o soco; nisso, Carus fez carga no goal-keeper, derrubando-o e a pelota tomou a direção do gol do Imortal. 2 a 2. Um empate com gosto de derrota, pois, em seguida, o árbitro deu seu apito final.
O Tricolor seguiu sua excursão com saldo altamente positivo, marcando o seu nome na América do Norte e Norte da América do Sul.
Amanhã, o Grêmio encara o Toluca; certamente muito se falará desta exitosa primeira passagem azul, preta e branca em terras mexicanas.
Fontes de Pesquisa: Correio do Povo
Revista do Grêmio 70
Arquivo Pessoal do amigo Alvirubro