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quinta-feira, 5 de julho de 2018

Memórias


Memórias (9) – Ano – 1986


Coleção de Erros

Fonte:https://esportes.r7.com

O Brasil apesar do fracasso, encantou o mundo em 1982. Seu insucesso foi também a derrota do futebol que a maioria dos torcedores sonha para seu clube, sua seleção, por isso, Telê seguiu à frente do escrete brasileiro com toda a justiça, confiança e autoridade rumo à Copa do México, país que substituiu a sede escolhida anteriormente, a Colômbia que abriu mão por não superar seus conflitos internos.

No entanto, o grande treinador e sua comissão técnica cometeram vários equívocos e a Seleção apesar de sair invicta e apenas um gol sofrido (Michel Platini), poderia ter ido mais adiante.

A longa concentração em Minas Gerais propiciou no único dia de folga, o atraso de Renato e Leandro na reapresentação, o que ocasionou o corte do titularíssimo ponta gremista que estava “voando” no auge de seus 23 anos. O grupo intercedeu por ele, mas o treinador, embora tenha resistido num primeiro momento, resolveu cortá-lo logo em seguida. Leandro que andava incomodado com a insistência do técnico em mantê-lo na lateral, posição que havia abdicado de atuar pelo desgaste de seus joelhos (possuía pernas de “cowboy”), viu no corte do grande amigo, o motivo que faltava para se “desconvocar”, o que abalou e dividiu o elenco e direção.

 Assim, três titulares nem embarcaram para a América do Norte: Éder (por maus desempenhos, situação agravada por uma expulsão ridícula num amistoso preparatório), Leandro e Renato. Imaginem o ataque brasileiro com esses ponteiros e Careca com a “9”! (vide foto acima). A inflexibilidade de Telê inviabilizou esta formação.

O treinador levou um grupo envelhecido com Oscar, Falcão e Sócrates, notadamente jogando menos do que apresentaram na Espanha. Cerezzo cortado. No meio, o coração do time, teve que improvisar o lateral Júnior pela carência física e técnica dos escolhidos. Além disso, outro veterano, Zico, vinha de uma lesão séria que não permitiu seu aproveitamento integral nas partidas.

O afastamento dos medalhões gerou broncas por parte de quem se sentiu injustiçado, para completar, a fatalidade que se abateu na rara cobrança de penalidade desperdiçada pelo Galinho de Quintino contra a França, demonstrou que aquela Copa do Mundo não seria do Brasil.

A insatisfação com Telê chegou ao ponto de alguns jogadores (hoje comentaristas de grande emissora de televisão) brindarem com champanha “ao técnico mais burro do mundo”.

Na minha memória ficou apenas a certeza que o Brasil seguia sem saber se preparar bem para disputar o torneio mais importante de futebol do planeta.

1978 sem um treinador com biografia e deixando de fora o seu melhor jogador (Falcão); 1982, a Seleção foi sem um goleiro confiável, havia dois jogando mais (Leão e Raul) do que o escolhido, além do azar da lesão do centroavante Careca e 1986 com os motivos enumerados acima, firmaram em mim a convicção que o Selecionado já chegava “errado” para as disputas.

Não havia como saber; em 1990, esses erros chegariam ao ápice com Lazzaroni e suas escolhas.

Fonte: Revista Placar

8 comentários:

  1. Lendo este teu texto, quando reuniste em poucas linhas uma série de equívocos que dirigentes "cebefianos" ofereceram ao torcedor em várias copas do mundo seguidas, tive a certeza que não fosse a incompetência generalizada, o Brasil não seria apenas penta campeão. Teria conquistado, no mínimo, mais uns três títulos. Fácil, fácil!

    Se voltares no tempo, mesmo em conquistas recentes, o selecionado da CBF não “passeou”, como pode parecer ao menos atento torcedor. Alguns erros a favor do Brasil acabaram “ajeitando” o caminho dos jogadores e comissões técnicas, em 1994 e 2002. Tornaram-se “eternos”.

    Enfim, essas postagens renovam a memória e nos fazem ver que do discurso à prática vai uma distância grande. Verás que passada a Copa do Mundo na Rússia, com ou sem título, ouviremos e leremos que o futebol brasileiro precisa de reformulação. Que precisamos mexer em velhos procedimentos, etc. e tal. Porém, passados alguns meses, tudo será esquecido e voltaremos ao lugar comum daqui a quatro anos. Foi assim, é assim, será assim!

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    1. Exatamente. Essa experiência de exercitar a memória e até confrontar com textos da época, trazem à tona elementos que revisam determinadas verdades.

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  2. Correto, e o selecionado que vencer a Copa será a escola a ser estudada, com exceção do Brasil, que se for campeão, será pelo talento individual. Os "especialistas" de futebol não mudam. Adoram bajular estrangeiro.

    Acabo de ver a França amassar o Uruguai com naturalidade. Na Gaúcha, o Olivier disse que o time não é tudo isso. Na boa, a França fez o score e administrou. Não correu riscos. Como pode uma pessoa que não entende minimamente de futebol ser um comentarista profissional?

    A França é um time forte em todas as linhas. Bem treinado. E com talentos individuais acima da média. Se o Brasil vencer hoje, será um adversário dificílimo na terça. Torço muito por este confronto. Até pra exorcizar de vez qualquer fantasma.

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    1. Vinnie
      É Copa,por isso, a surpresa pode entrar em campo. Não está proibido um novo vencer; tipo Suécia.

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  3. Vinnie
    Eu não ouço a Gaúcha, porque ela ainda adota a política que imperava na Globo (apenas como referência), quando bastava bota qualquer um (dizia-se que até um cachorro) que a audiência seguia a mesma.
    A minha mulher assina a ZH de final de semana e li quando o Dunga treinava a Seleção e ia mal, este comentarista (Olivier) escreveu que era problema de safra, de geração. Viu-se com o Tite que não era tanto.
    Eu escrevi que era natural essas carências de tempos em tempos; até no jornalismo, citei onde estão Ostermann, Cláudio Cabral, Lauro Quadros e Santana? Escrevi que no jornalismo também havia carência de talentos. O cara ficou p#to comigo. É muito fraco.

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  4. Não consegui ver nenhum jogo completo da França, me parece bom individualmente.

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  5. Seis seleções vivas, seis europeus. Eurocopa na Copa do Mundo. O bom futebol agradece - e não me surpreende. São melhores.

    Ah! Foram os sulamericanos que as seleções contrataram. como competir com o dinheiro delas?

    Europa: melhores times, melhores jogadores, melhores técnicos, mais história, mais inteligência.

    América do sul: chororô de que o problema é de mais dinheiro na Europa, folclore e crença de quem tem DNA melhor para futebol por causa de reboladas individuais de caras no tempo que se amarrava cachorro com linguiça, e que seriam guardados no bolso por dois marcadores medianos europeus colados neles no futebol de hoje. Não venceria a Copa do Mundo nem que esta fosse novamente realizada na América do Sul "para equilibrar".

    O bom trabalho no futebol agradece.

    (Hilário o palhaço do Neymar se jogar de novo, levantar e pedir para jogar enquanto outros pediam VAR desenhando no ar: ficou com medo de o VAR o amarelar e o suspender por dois cartões amarelos. Canalha e malandro, esse cara, não vale o que come.)

    Agora que já ganhei mais uma Copa do Mundo, vou admirar o futebol bem organizado, SUPERIOR TATICAMENTE, INDIVIDUALMENTE E EM QI da Europa.

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  6. Rodrigo
    Existe um diferença brutal; entre clubes é difícil competir, mas Seleções não, cada uma delas pode recrutar seus atletas onde eles estiverem. Exemplificando: A Colômbia foi mais longe do que a Alemanha ou igual a Espanha.
    O que estas Seleções estão apresentando, partes dos jogos que vi e este da Bélgica, realmente é a organização tática, disciplina e mais concentração na competição.

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