Memórias (9) – Ano – 1986
Coleção de Erros
O Brasil apesar do
fracasso, encantou o mundo em 1982. Seu insucesso foi também a derrota do
futebol que a maioria dos torcedores sonha para seu clube, sua seleção, por
isso, Telê seguiu à frente do escrete brasileiro com toda a justiça, confiança
e autoridade rumo à Copa do México, país que substituiu a sede escolhida
anteriormente, a Colômbia que abriu mão por não superar seus conflitos
internos.
No entanto, o grande
treinador e sua comissão técnica cometeram vários equívocos e a Seleção apesar
de sair invicta e apenas um gol sofrido (Michel Platini), poderia ter ido mais
adiante.
A longa concentração em
Minas Gerais propiciou no único dia de folga, o atraso de Renato e Leandro na
reapresentação, o que ocasionou o corte do titularíssimo ponta gremista que
estava “voando” no auge de seus 23 anos. O grupo intercedeu por ele, mas o treinador,
embora tenha resistido num primeiro momento, resolveu cortá-lo logo em seguida.
Leandro que andava incomodado com a insistência do técnico em mantê-lo na
lateral, posição que havia abdicado de atuar pelo desgaste de seus joelhos
(possuía pernas de “cowboy”), viu no corte do grande amigo, o motivo que
faltava para se “desconvocar”, o que abalou e dividiu o elenco e direção.
Assim,
três titulares nem embarcaram para a América do Norte: Éder (por maus
desempenhos, situação agravada por uma expulsão ridícula num amistoso
preparatório), Leandro e Renato. Imaginem o ataque brasileiro com esses
ponteiros e Careca com a “9”! (vide foto acima). A inflexibilidade de Telê inviabilizou esta
formação.
O treinador levou um
grupo envelhecido com Oscar, Falcão e Sócrates, notadamente jogando menos do
que apresentaram na Espanha. Cerezzo cortado. No meio, o coração do time, teve que improvisar o
lateral Júnior pela carência física e técnica dos escolhidos. Além disso, outro
veterano, Zico, vinha de uma lesão séria que não permitiu seu aproveitamento integral
nas partidas.
O afastamento dos
medalhões gerou broncas por parte de quem se sentiu injustiçado, para
completar, a fatalidade que se abateu na rara cobrança de penalidade
desperdiçada pelo Galinho de Quintino contra a França, demonstrou que aquela
Copa do Mundo não seria do Brasil.
A insatisfação com Telê
chegou ao ponto de alguns jogadores (hoje comentaristas de grande emissora de
televisão) brindarem com champanha “ao técnico mais burro do mundo”.
Na minha memória ficou
apenas a certeza que o Brasil seguia sem saber se preparar bem para disputar o
torneio mais importante de futebol do planeta.
1978 sem um treinador
com biografia e deixando de fora o seu melhor jogador (Falcão); 1982, a Seleção
foi sem um goleiro confiável, havia dois jogando mais (Leão e Raul) do que o
escolhido, além do azar da lesão do centroavante Careca e 1986 com os motivos
enumerados acima, firmaram em mim a convicção que o Selecionado já chegava
“errado” para as disputas.
Não havia como saber; em
1990, esses erros chegariam ao ápice com Lazzaroni e suas escolhas.
Fonte: Revista Placar
Lendo este teu texto, quando reuniste em poucas linhas uma série de equívocos que dirigentes "cebefianos" ofereceram ao torcedor em várias copas do mundo seguidas, tive a certeza que não fosse a incompetência generalizada, o Brasil não seria apenas penta campeão. Teria conquistado, no mínimo, mais uns três títulos. Fácil, fácil!
ResponderExcluirSe voltares no tempo, mesmo em conquistas recentes, o selecionado da CBF não “passeou”, como pode parecer ao menos atento torcedor. Alguns erros a favor do Brasil acabaram “ajeitando” o caminho dos jogadores e comissões técnicas, em 1994 e 2002. Tornaram-se “eternos”.
Enfim, essas postagens renovam a memória e nos fazem ver que do discurso à prática vai uma distância grande. Verás que passada a Copa do Mundo na Rússia, com ou sem título, ouviremos e leremos que o futebol brasileiro precisa de reformulação. Que precisamos mexer em velhos procedimentos, etc. e tal. Porém, passados alguns meses, tudo será esquecido e voltaremos ao lugar comum daqui a quatro anos. Foi assim, é assim, será assim!
Exatamente. Essa experiência de exercitar a memória e até confrontar com textos da época, trazem à tona elementos que revisam determinadas verdades.
ExcluirCorreto, e o selecionado que vencer a Copa será a escola a ser estudada, com exceção do Brasil, que se for campeão, será pelo talento individual. Os "especialistas" de futebol não mudam. Adoram bajular estrangeiro.
ResponderExcluirAcabo de ver a França amassar o Uruguai com naturalidade. Na Gaúcha, o Olivier disse que o time não é tudo isso. Na boa, a França fez o score e administrou. Não correu riscos. Como pode uma pessoa que não entende minimamente de futebol ser um comentarista profissional?
A França é um time forte em todas as linhas. Bem treinado. E com talentos individuais acima da média. Se o Brasil vencer hoje, será um adversário dificílimo na terça. Torço muito por este confronto. Até pra exorcizar de vez qualquer fantasma.
Vinnie
ExcluirÉ Copa,por isso, a surpresa pode entrar em campo. Não está proibido um novo vencer; tipo Suécia.
Vinnie
ResponderExcluirEu não ouço a Gaúcha, porque ela ainda adota a política que imperava na Globo (apenas como referência), quando bastava bota qualquer um (dizia-se que até um cachorro) que a audiência seguia a mesma.
A minha mulher assina a ZH de final de semana e li quando o Dunga treinava a Seleção e ia mal, este comentarista (Olivier) escreveu que era problema de safra, de geração. Viu-se com o Tite que não era tanto.
Eu escrevi que era natural essas carências de tempos em tempos; até no jornalismo, citei onde estão Ostermann, Cláudio Cabral, Lauro Quadros e Santana? Escrevi que no jornalismo também havia carência de talentos. O cara ficou p#to comigo. É muito fraco.
Não consegui ver nenhum jogo completo da França, me parece bom individualmente.
ResponderExcluirSeis seleções vivas, seis europeus. Eurocopa na Copa do Mundo. O bom futebol agradece - e não me surpreende. São melhores.
ResponderExcluirAh! Foram os sulamericanos que as seleções contrataram. como competir com o dinheiro delas?
Europa: melhores times, melhores jogadores, melhores técnicos, mais história, mais inteligência.
América do sul: chororô de que o problema é de mais dinheiro na Europa, folclore e crença de quem tem DNA melhor para futebol por causa de reboladas individuais de caras no tempo que se amarrava cachorro com linguiça, e que seriam guardados no bolso por dois marcadores medianos europeus colados neles no futebol de hoje. Não venceria a Copa do Mundo nem que esta fosse novamente realizada na América do Sul "para equilibrar".
O bom trabalho no futebol agradece.
(Hilário o palhaço do Neymar se jogar de novo, levantar e pedir para jogar enquanto outros pediam VAR desenhando no ar: ficou com medo de o VAR o amarelar e o suspender por dois cartões amarelos. Canalha e malandro, esse cara, não vale o que come.)
Agora que já ganhei mais uma Copa do Mundo, vou admirar o futebol bem organizado, SUPERIOR TATICAMENTE, INDIVIDUALMENTE E EM QI da Europa.
Rodrigo
ResponderExcluirExiste um diferença brutal; entre clubes é difícil competir, mas Seleções não, cada uma delas pode recrutar seus atletas onde eles estiverem. Exemplificando: A Colômbia foi mais longe do que a Alemanha ou igual a Espanha.
O que estas Seleções estão apresentando, partes dos jogos que vi e este da Bélgica, realmente é a organização tática, disciplina e mais concentração na competição.