Opinião

A Morte de um Predestinado

Morreu Caio. O Caio Gaguinho. Aquele que indiretamente batizou Caio Júnior de Caio Júnior, questão de "antiguidade é posto".

Veio da Portuguesa, eu lembro; discreto, repleto de indiferença: - Chegou o Caio. Que Caio? Ah! Tá bom. Caio da Lusa? Veio para compor o grupo, a maioria pensou.

O maranhense Luis Carlos Tavares Franco não parecia centroavante, mesmo assim, ele meteu 48 gols em pouco tempo de Grêmio. Gols no Grenal do Tira-Teima, o das Faixas, 4 a 2, gols na campanha da Libertadores, além de estar eternamente em lances como a jogada magistral no gol salvador de Tarciso em cima do Estudiantes aqui no Olímpico. Também no gol mais importante da história gremista, lá estava ele, correndo pelo lado esquerdo, levantando para Tarciso e sua casquinha, deixando a bola no pé de Renato.

Agora, a minha maior lembrança é aquela da final da Libertadores, outro atacante teria perdido o primeiro gol, Caio não, era veloz e corajoso, qualidades que o fizeram se projetar no lance em que a bola quase lhe escapuliu no 1 a 0, ainda no primeiro tempo. Quanta justiça, Meu Deus! Aquela questão: Caio ou Cesar, talvez nenhum deles; resultado, na hora que mais o Imortal necessitou, ambos decidiram e ali naquela noite gelada de Julho de 83, esses dois inscreveram seus nomes na história do clube.

Caio ficou pouco anos no Tricolor, mas para quem viveu aquele tempo, parece que ele fora forjado na base e jogado um década no Olímpico. Um gremista adotado, um predestinado.

 Hoje ele nos deixou. Fica a imortalidade de sua trajetória no Grêmio. 

Muito obrigado, Caio.