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sábado, 2 de novembro de 2019

Pequenas Histórias


Pequenas Histórias (224) - Ano - 1999


Coadjuvante moderno e de luxo


Fonte: Arquivo Pessoal Alvirubro

Certos jogadores são muito discretos, mesmo tendo uma carreira vitoriosa; quando aparecem, isto ocorre quase que exclusivamente pelo futebol que apresentam. Lógico, há os discretos fora dos gramados, mas dentro não tem como não ser notados, casos de Arce e Rivarola, multi campeões pelo Imortal nos anos 90; outros, coadjuvantes essenciais para a engrenagem funcionar, exemplificando: João Carlos e Cláudio Mineiro no Inter de 79 e o personagem de hoje: Zé Alcino.

O avante São Borjense está no poster do Grêmio ao lado de Paulo Nunes em 96 e também de Ronaldinho Moreira no final desta mesma década.

Era uma atacante moderno que fazia com grande competência as antigas três funções do ataque: Ponta Direita, Centro Avante e Ponta Esquerda.

Teve seu grande momento individual no Maracanã num inesquecível 4 a 3 diante do Flamengo, onde meteu três tentos.

Também fez gols em Grenais pelos dois lados (atuou no Coirmão, antes) e num deles, o de número 342, jogado no Setembro de 1999. Foi pelo Brasileirão com o Olímpico Monumental recebendo mais de 30.000 torcedores.

Pelas escalações, dá para ver o quanto Grêmio e Inter avançaram nestas últimas duas décadas, a começar pela casamata.

Celso Roth mandou a campo: Danrley; Zé Carlos, Ronaldo Alves, Scheidt e Éder; Capitão, Fabinho, Cleisson e Itaqui; Ronaldinho e Agnaldo. Ingressaram e mudaram o jogo, Zé Alcino, Carlos Gavião e Macedo.

O saudoso Walmir Louruz adotou um 3-5-2: João Gabriel; Lúcio, Gonçalves e Régis; Enciso, Claiton, Dunga, Hurtado e Elivélton; Zezinho e Anderson Barbosa. Entraram também, o lateral Celso e o ponteiro Fabiano.

Com raros momentos de perigo de lado a lado, o primeiro tempo acabou 0 a 0, muito pela cultura defensiva dos comandantes no túnel, basta ver as formações levadas a campo. Mesmo assim, Ronaldinho conseguiu servir Itaqui que quase marcou logo aos 7 minutos. O Inter respondeu com um arremate de Dunga.

Roth foi mais feliz nas trocas, sacando o improdutivo Zé Carlos, improvisando Gavião em seu lugar e mexendo no ataque com ingressos de Zé Alcino e Macedo, ainda assim, as duas melhores chances foram do visitante que exigiu grandes defesas de Danrley.

Quando o clássico se encaminhava para um empate (seria o terceiro jogo seguido em casa sem vitória azul), Ronaldinho bateu escanteio da esquerda e encontrou Zé Alcino na pequena área; este, esperto aparou rápido a cobrança e fez o gol no último minuto do Grenal.

Zé Alcino, o homem que substitui Jardel no comando do ataque gremista em 96, que ofuscou Romário e Ronaldinho Moreira no Maracanã, escreveu mais uma página bonita na sua biografia, decidindo um Grenal igual. 

Foi no detalhe. 

Fonte: Arquivo pessoal do amigo Alvirubro

Seguem lances desta partida:














9 comentários:

  1. ZÉ ALCINO NO GRÊMIO (1996 a 1999)
    185 jogos
    89 vitórias do Grêmio
    44 empates
    52 derrotas do Grêmio
    48 gols marcados
    (*) dados de arquivo pessoal. Não são dados oficiais

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  2. Como bem lembraste, Zé Alcino faz parte dos jogadores discretos, daquele final dos anos 90. Porém, quando vemos os 185 jogos em que participou pelo Grêmio, podemos ver que era muito mais que um jogador apenas componente do grupo.

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  3. Um gol a cada 4 jogos, não dá para chamar de goleador, mas tem média melhor que muito atacante do elenco atual.

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  4. - 57 vezes jogou os 90 minutos completos: 27 gols marcados
    - 69 vezes foi substituído: 13 gols marcados
    - 59 vezes entrou no decorrer do jogo: 8 gols marcados
    Tenho o registro de 10 gols de cabeça de Zé Alcino.
    ................................................

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  5. Comparado aos artilheiros mais recentes do time, Zé Alcino está na média, sem aprofundar muito o tempo em que permaneceram em campo:
    Luan - 293 jogos - 77 gols
    Everton Cebolinha - 255 jogos - 66 gols
    Barcos - 116 jogos - 45 gols
    Douglas - 253 jogos - 45 gols
    Pedro Rocha - 126 jogos - 32 gols

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  6. Observando a média de gols, nos jogos em que atuou os 90 minutos, temos praticamente um gol a cada dois jogos. Média de grandes artilheiros. Aliás, poucos têm essa média no futebol.

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  7. Excelente média para um jogo inteiro.

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  8. Foi um grande jogador. Bela lembrança. Lembro ainda até do jeito que ele corria com a bola, parecia se abaixar. Sabia fazer gols e hoje em dia seria taxado de craque facilmente, em vista do que temos por aí. Antigamente ao menos para mim era muito mais difícil se tornar jogador de futebol. Os olheiros pareciam ser mais exigentes.

    Não é tão lembrado, por parte de alguns gremistas por ter jogado no Inter, ao menos é esta a impressão que tenho. Também pelo fato do Ronaldinho. Sei lá.

    Mas Zé Alcino foi goleador, na minha opinião justamente por isso. Por ser um "coadjuvante" muito eficaz. Lembro do seu Maracanaço até hoje.


    *

    Walmir Louruz. Nossa. Certa vez, ainda nos arredores do Olimpico, se não me falha a memória em 2011, encontrei ele num canto de um botequinho tomando um copo de vinho tinto. Detalhe: era de tarde e fazia um calor absurdo. Vestia uma camisa regata, bermuda e um chinelo de dedo numa humildade sem tamanho.

    Dos que ali estavam pouco ligaram, afinal se tratava de um bar comum e um ex-treinador do Inter. Passou despercebido pela maioria.

    Ao chegar perto dele, perguntei se era realmente ele, para nome certificar que eu não estava errado. E era. Ele deu uma risada mais humilde ainda e tirou uma foto comigo. Dei os parabéns por sua conquista. Afinal estava ali o Campeão da Copa do Brasil de 99. Outro que calou o Maracanã. Um personagem do futebol que não se tornou rico e muito menos esnobe como tantos por aí.

    Bela postagem!

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  9. Baita informação, Rodrigo.
    Walmir Louruz formou uma dupla de respeito com Luiz Felipe, se não me engano, no Juventude e depois com técnico e auxiliar.

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