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terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Opinião




Caudilhos, Abobados e outros temas 

Acompanhando o noticiário e refletindo o cenário recente da conquista da Libertadores, eu vejo que o Botafogo encontrou no argentino Alexander Barboza, o caudilho que o Tricolor teve em De León e Kannemann, para ficar em dois exemplos, apenas. E pensar que o zagueiro, quando no Libertad do Paraguai foi oferecido ao Santos e o clube praiano não se interessou. A posição de Botafogo e Santos neste momento, diz muita coisa sobre gestão de futebol.

Não consigo me acostumar com a agressividade de parte da imprensa esportiva. As rádios "alternativas" estão extrapolando e agora até a Rádio Grenal (que não ouço) passou do ponto. Vendo o vídeo que circulou com a história de "abobado", ela (a história) demonstra ignorância total, primeiro no trato com a língua, segundo, porque para criticar Villasanti, o maior desarmador do certame Brasileiro, revela-se a incapacidade "técnica" para ser comentarista de qualidade. Deram munição para o Renato.

Vendo as especulações que surgem para 2025, há no noticiário que Alerrandro (um centro avante que tropeça nas pernas) está no radar do Grêmio. Falam até de Cássio, goleiro do Cruzeiro. O fato de ser artilheiro de um Brasileirão sem goleadores, é mérito duvidoso. É o mesmo que analisar o currículo do árbitro Wilton Pereira Sampaio, que está recheado de decisões nacionais, continentais e participação em Copa do Mundo. Sampaio não é ruim. É péssimo, porém, não é o que diz sua biografia.

Quando se vê a montagem dos elencos de Palmeiras e Botafogo, logo salta aos olhos a existência mínima de atletas com 30 ou mais anos. São antigos no grupo ou verdadeiras exceções. Já o Grêmio parece que vai na direção contrária. De novo. 

Não quer aprender com os exemplos vencedores.

O lema fantástico do Tricolor: "Com o Grêmio, onde ele estiver" é uma frase sublime que expressa solidariedade, nunca conivência. É para momentos de imprevisibilidade, do inevitável, do imponderável, do inesperado, jamais para dar aval às ações planejadas, sabidamente contrárias ao bem-estar do clube em todas as suas esferas, aceitar bovinamente os desmandos é um atestado de falta de entendimento da grandeza do clube.

Apoiar incondicionalmente medidas como a manutenção do atual treinador, muito mais do que torcer, produz o fanatismo destrutivo.

Com a minha experiência de professor, quando se faz uma greve, quando se chega a esse estágio, é porque as instâncias anteriores foram esgotadas. Nunca para prejudicar a sociedade e a educação. É para por um basta ao descaso.

Infelizmente, mantido o atual quadro, o Grêmio se projeta para o caminho da cisão. Está se "apartando" de seu maior bem: a torcida.



11 comentários:

  1. Melhor blog do tricolor, lucidez sempre presente, o qual acompanho desde 2020. Mas se mantendo o status quo, desisto do Grêmio. Não perderei mais tempo com futebol. Nem lerei mais o teu blog Bruxo. Abração!!
    Pablo Retamoso Valim

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    1. Acho que seremos dois, Pablo. Aí, eu penduro as chuteiras e pego o boné.

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  2. Eu quero declarar que com status quo ou sem status quo continuarei torcendo e acompanhando o Grêmio, permanecendo como associado, sem interrupção, como faço desde 1976. Se o Renato vai ficar ou sair não abalará em nada o meu gremismo.
    Que venha 2025 e que consigamos ganhar o octacampeonato gaúcho e depois, quem sabe, um título a mais (Sula ou CB).

    Nelson

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  3. Nelson
    Eu também vou continuar a torcer, assim fiz quando Roth era técnico e em outra ocasião, Obino presidente, situações que sabíamos o que ocorreria lá na frente.
    Agora, realmente, tocar um blog para, rotineiramente escrever sobre desacertos calculados, previsíveis e interesses que não coloquem o clube em primeiro lugar, isso, não posso concordar, apenas porque "sou gremista".

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    1. Bruxo
      Entendi que o teu apoio ao Pablo era mais amplo, mas sendo apenas sobre “tocar um blog”, nada a reparar, embora eu vá lamentar muito se isso ocorrer. Gosto muito de ler o teu blog, mesmo quando não comento nada, que é o que mais faço.
      Com qualquer treinador torço para o teu blog continuar.
      Nelson

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    2. Nelson
      Mas se a Direção optar pelo Renato, fica escancarado que não se trata nem de convicção no trabalho dele, porque este é uma porcaria. Haverá espaço para se deduzir que outros elementos são os que definem as diretrizes do clube ou de forma mais clara, a omissão e acomodação do comando diretivo e, desta forma, os resultados não virão, ou então, se apague tudo que se sabe e se estuda num curso de Administração, aquelas 4 palavrinhas que aprendi no final dos anos 70, início dos 80: Planejamento, Organização, Controle e Direção.

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  4. Como será a conversa do presidente com o técnico?
    Não conseguimos levar o clube a série B este ano ; vamos tentar denovo em 2025....topas?

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  5. Não pude ir no último jogo, mas no de domingo que vem, já garanti minha presença. Pretendo ainda, levar comigo a gremista de 89 anos que me fez gremista. Aquela que jamais desistiu do Grêmio. Uma fanática, literalmente. E por mais destruidor que se pareça, o fanatismo é, ao mesmo tempo, o que faz com que o clube ainda esteja vivo mediante as diversas fases que já passou em sua existência. É o fanático que passa adiante o amor pelo clube.

    Tenho pra mim, por exemplo, que se não fosse pela ajuda dos fanáticos pelo Grêmio, o Hélio Dourado, não teria arrecadado "tijolo por tijolo" para construir o anel superior do antigo e velho Casarão. Então aqui o fanatismo constrói. Não duvido ainda que apareça algum dia uma campanha para que os gremistas ajudem a comprar a Arena definitivamente. Tal coisa só não saiu ainda devido às amarras que envolvem todo aquele entorno. É o que imagino. E pesquisando sobre Hélio, encontrei algo muito interessante e compartilho. E aos que acham que Renato foi o primeiro a enfrentar a fúria da mídia da aldeia vejam este depoimento de um conhecido locutor de um famoso grupo aqui do estado:

    "Hélio Dourado inaugurou o Olímpico Monumental e tinha brigado com toda a imprensa do Rio Grande do Sul. O presidente se negava a dar entrevista e os homens de imprensa se negavam a entrevistá-lo. Na época, seu vice de futebol era Rafael Bandeira dos Santos. No jogo de inauguração, os dois passearam pelo campo. Apesar da presença do presidente, Rafael Bandeira dos Santos foi entrevistado. O presidente, não." - Pedro E. Denardim.

    Tal depoimento encontrei num trabalho de conclusão de curso que compartilho o link aos interessados:

    https://bdtd.ucb.br:8443/jspui/bitstream/tede/2438/2/JoaoBatistaLopesdaSilvaTese2018.pdf

    Logo, percebemos, que não é de hoje que a imprensa persegue gremistas. Fico imaginando quais seriam os motivos dessa briga. tenho razões para suspeitar de que foi por pura inveja vermelha...

    Por fim, depois de toda essa "coluna de GZH" que aqui deixo, acredito que cada um na sua, não vai deixar de acompanhar o Grêmio. Independente de quem esteja na casamata ano que vem. Eu sendo, humildemente, um sócio torcedor.

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  6. Rodrigo
    Para eu concordar com parte do teu texto, troco a palavra fanáticos pela torcedores. Quem ajudou o clube na luta obstinada de Dourado foram os torcedores.

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    1. A palavra torcedor é muito ampla, Bruxo. Tenho amigos, parentes, outros conhecidos e conhecidas que "torcem" para o Grêmio. Dizem isso quando são perguntados: para que time você torce?

      Esses aí, não são feito nós.

      Nós, acompanhamos diariamente, não perdemos um jogo sequer, seja lá por qual motivo, sabemos de cor e salteado quem são os jogadores, dirigentes, datas comemorativas entre outras coisas. Isso é ser um fanático. E negar essas evidências é mentir a si mesmo. A mãe mesmo é uma que vive dizendo que não é fanática...

      Um torcedor comum não é capazes de ajudar o clube. Eles apenas "torcem", mas não sabem sequer quando é que o clube joga.

      E não sei se alguém aqui foi lá conferir o link que eu colei acima, mas a referida tese começa citando Luiz Fernando Veríssimo, que é colorado, porém muito bom escritor. Dito isso, compartilho um trecho da crônica intitulada Infantilidades, escrita em setembro de 2000, que trata, mais ou menos sobre o que falamos.

      "Todas as outras paixões infantis ou ficam sérias, ou desaparecem, mas não há uma maneira adulta de ser apaixonado por futebol. Adulto seria largar a paixão e deixar para trás essas criancices: a devoção a um clube e às suas cores como se fosse a nossa outra nação, o desconsolo ou a fúria assassina quando o time perde, a exultação guerreira com a vitória. Você pode racionalizar a paixão, e fazer teses sobre a bola, e observações sociológicas sobre a massa ou poesia sobre o passe, mas é sempre fingimento. É só camuflagem. Dentro do mais teórico e distante analista e do mais engravatado cartola aproveitador existe um guri pulando na arquibancada. "

      Talvez por ser algo "bobo", uma "infantilidade" que muitos negam o fanatismo por um clube de futebol. Se não fossemos todos fanáticos não estaríamos aqui.

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