Estado de Graça
Peço licença aos amigos leitores, pois esta crônica pouco tem a ver com o nosso Imortal Tricolor. É sobre o jogo do Coirmão, mas muito longe de ser uma flauta, que afinal de contas, também, sendo sadia (ou perdigão) faz parte do universo futebolista, mesmo assim, não é zoeira.
Começa pelo título que tem sentido dúbio. A rivalidade aditiva o estado anímico de nós, torcedores. Seria péssimo para o Grêmio ver o Inter chegar ao tri, este ano. Ano da recuperação financeira do Tricolor.
Serão vários tópicos jogados no texto sem muita organização, porque estão saindo sem uma ordem nos pensamentos, pois foram muitos que me chegaram à mente entre o final do jogo do Tigres e agora.
Primeiro, foram dois jogos de um time muito arrumado contra outro que, não apresentou padrão de jogo em nenhum momento sequer. Até os 10 minutos iniciais da partida de ida, suas consequências contaram com o desleixo da zaga mexicana e da imponderável sorte, nos gols vermelhos.
No de ontem, um vareio técnico, tático e físico. Placar mentiroso; o correto seria um 4 a 0 com muita naturalidade. E desses jogos; três itens a serem analisados a seguir: Dunga, os jornalistas oportunistas e jornalistas ingênuos.
Primeiro ponto: Quando Gefferson nas suas 16 partidas (nem todas de 90 minutos) apresentou minimamente, condições de ser convocado para a Copa América? Lembrei do arqueiro Doni em 2010, Copa da África do Sul. É assim, com convocações incompreensíveis é que recuperarão a credibilidade e a competitividade do futebol brasileiro? Com a palavra Marin, Del Nero, Dunga e Gilmar Rinaldi.
Segundo: Assisti ao meio-dia na tevê, o pior jornalista gaúcho, aquele que sintetiza em si, tudo o que os torcedores de qualquer agremiação detestam; o de ser comentarista de resultados. Munido de imagens, tom professoral, este senhor mostrava jogadas de aproximação, lances do Inter na LA, entre eles, contra o Tigres no primeiro embate; situações acidentais, raras na partida como se fossem treinadas e corriqueiras. Hoje, certamente, estará desancando o pau no time do Inter. Bastava lembrar que o Coirmão só passou para as quartas de final do Gauchão por erros colossais de uma arbitragem catastrófica no Beira-Rio contra o Cruzeiro daqui.
Aqui, faço a ressalva para o Mombach e Carlos Guimarães que vinham alertando para o pouco futebol, que o último representante brasileiro vinha apresentando. Vinha de arrasto na Libertadores. De arrasto tática e tecnicamente.
Terceiro ponto: Venho verificando nos últimos anos, mais precisamente, de 2006 para cá, a presença feminina no futebol, jornalistas de diversas áreas, antes, apenas simpatizantes do Inter, que se entusiasmaram com as conquistas vermelhas deste período e assumiram de vez essa condição, tornando-a pública e até enveredando para as coberturas esportivas. Estavam vivendo a fase gorda, a fase "boa da coisa". O que acontece agora? Mesmo que seja eventual este fracasso do Inter (O Coirmão tem um elenco fortíssimo; fica aqui o registro disso) algumas dessas jornalistas não assimilaram que como dizia Lauro Quadros, " a banca paga e recebe", que há o bônus e ônus de ser torcedor; pois bem, nas primeiras manifestações gremistas como foguetes e buzinaços, já perderam as estribeiras e saíram atacando esta situação, diria normal, da rivalidade. Apareceu o beicinho, ficaram emburradinhas.
Como uma dessas pertence a uma grande empresa jornalística, neste momento, lhe foi apresentada a famosa rivalidade Grenal e, pelo visto, não digeriu bem o prato que se serve aqui nos pagos. Provavelmente, voltará para o espaço antigo dela ou será "repaginada" em suas atitudes.
Felizmente, há no futebol brasileiro várias jornalistas e isso só engrandece o esporte mais popular do país, mas por ser centenário e muito popular, requer conhecimento idêntico dele por homens e mulheres. Algumas terão muito a aprender, assim como muitos barbados.
PS: Preciso fazer um adendo: Gefferson é vítima do processo, retiraram-lhe a condição do aprendizado, o que parecia ser ótimo, virou um pesadelo. De uma hora para outra, tornou-se jogador de Seleção, a cobrança aumentou. Lembrei dos primeiros colonos imigrantes; deram-lhes terra, mas tiveram que ir atrás das ferramentas.